Comemorar ditadura é celebrar crimes e impunidade

"Se houvesse algo a se celebrar sobre a ditadura militar deveria ser a data em que foram punidos os responsáveis pelos assassinatos, por todos os crimes, num acerto de contas histórico, como fizeram Argentina ou Chile. Comemorar a ditadura militar é também comemorar a impunidade!", diz o jornalista Aquiles Lins, editor do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia

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Por Aquiles Lins, para o Jornalistas pela Democracia - Estão autorizadas pela Justiça as comemorações pelos 55 anos do Golpe Militar de 1964, que instaurou uma ditadura militar de 21 anos no País, durante os quais suprimiu-se garantias constitucionais, direitos políticos e civis, mandatos eletivos foram cassados, a população foi impedida de eleger o presidente da República.

É inegociável em uma democracia qualquer manifestação festiva sobre este nefasto da história brasileira. Comemorar a Ditadura Militar significa cultuar a crueldade, a perseguição, o assassinato deliberado em massa, a intolerância, o desprezo aos direitos humanos, é celebrar a censura. É hediondo. Não há democracia que admita.

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E é também covarde o presidente Jair Bolsonaro querer agora tentar um revisionismo da história diante de tantas evidências, de provas, de relatos, de fotos, de tudo. Diante das informações da Comissão Nacional da Verdade, um reconhecimento pelo Estado dos crimes praticados por seus agentes. Oficialmente, 434 pessoas foram assassinadas ou estão desaparecidas sob responsabilidade do Estado brasileiro. O número certamente é muito maior. 

Em respeito à dignidade humana, o Brasil não pode comemorar este 31 de março. Se houvesse algo a se celebrar sobre a ditadura militar deveria ser a data em que foram punidos os responsáveis pelos assassinatos, por todos os crimes, num acerto de contas histórico, como fizeram Argentina ou Chile. Comemorar a ditadura militar é também comemorar a impunidade!

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Este domingo é dia de manifestar o respeito e a solidariedade a todas as pessoas que foram mortas, torturadas, violentadas de alguma forma em seus direitos pela ditadura militar. E lutar para que jamais qualquer experiência minimamente semelhante a este se repita na história do Brasil. 

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