O Relatório da CIA e o Brasil atual

O que o relatório da CIA provou foi o terrorismo de Estado usado pela ditadura militar para eliminar a democracia e oprimir o povo. O Brasil vive atualmente um momento sombrio, dominado por um estado de exceção muito mal coberto pelos trapos de uma Constituição violada, onde quem manda é uma espécie de ditadura de toga aliada a uma mídia golpista

O que o relatório da CIA provou foi o terrorismo de Estado usado pela ditadura militar para eliminar a democracia e oprimir o povo. O Brasil vive atualmente um momento sombrio, dominado por um estado de exceção muito mal coberto pelos trapos de uma Constituição violada, onde quem manda é uma espécie de ditadura de toga aliada a uma mídia golpista
O que o relatório da CIA provou foi o terrorismo de Estado usado pela ditadura militar para eliminar a democracia e oprimir o povo. O Brasil vive atualmente um momento sombrio, dominado por um estado de exceção muito mal coberto pelos trapos de uma Constituição violada, onde quem manda é uma espécie de ditadura de toga aliada a uma mídia golpista (Foto: Benedita da Silva)


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A divulgação do documento da CIA, de abril de 1974, relatando a política de execuções da ditadura brasileira, repercutiu bastante no país. Infelizmente para muitos foi uma revelação, mas para quem lutou contra a ditadura ou conhece história, não foi novidade.

O que o relatório da CIA provou foi o terrorismo de Estado usado pela ditadura militar para eliminar a democracia e oprimir o povo. O terrorismo de Estado da ditadura consistia em reprimir qualquer manifestação contrária ao governo; cassar o mandato do parlamentar que não aceitasse ser submisso; censurar a imprensa e sequestrar, torturar, assassinar e sumir com o corpo daqueles que ousassem se rebelar.

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Mas quando a ditadura foi inviabilizada politicamente pelas greves iniciadas por Lula no ABC paulista, pela crescimento da luta popular e principalmente pelo movimento Diretas-Já. Depois que ela foi derrotada no Colégio Eleitoral e finalmente enterrada na Constituinte de 1988, as elites que tinham se beneficiado com a ditadura passaram a chamá-la de "ditabranda". Pensavam que assim poderiam apagar seus rastros, como fez o jornalista Elio Gaspari, que escreveu um livro para chamar o ditador Geisel de "déspota esclarecido". Achavam que seria possível lavar a sua roupa suja do sangue de democratas e patriotas executados pela ditadura e de novo pousar de "democratas".

Mas no processo do golpe do impeachment todos eles tiraram a sua pele de cordeiro e mostraram o seu verdadeiro reacionarismo, chegando até o ponto de condenar Lula sem provas apenas para tentar cassar o seu direito de ser candidato, exatamente como faziam os ditadores militares.

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Jogar luz sobre esse passado sinistro do país é importante porque muita gente foi levada a acreditar ingenuamente, por uma propaganda enganosa, de que a ditadura, a que chamam de "intervenção militar", é a solução para o país. Temos até um candidato a presidente que defende abertamente a ditadura, a tortura e as execuções, disfarçadas agora de "combate aos bandidos", e não mais de "combate aos subversivos".

O Brasil vive atualmente um momento sombrio, dominado por um estado de exceção muito mal coberto pelos trapos de uma Constituição violada, onde quem manda é uma espécie de ditadura de toga aliada a uma mídia golpista. Um estado policial onde a tortura física usada pela ditadura foi substituída pela prisão preventiva por tempo indeterminado até o preso delatar o que interessa aos golpistas.

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Contudo, ao lado dessa ditadura política, que atinge principalmente quem luta por democracia e direitos, é importante destacar que o Brasil sofre também uma ditadura social, atingindo brutalmente o preto, o pobre, o excluído, aquele que vive nas favelas e periferias e que luta por terra. Uma ditadura social que se formou a partir da abolição da escravidão legal e persiste até hoje, desrespeitando os direitos de cidadania dessa enorme maioria da população que forma a base popular do país. Para as elites dominantes essa maioria de deserdados só serve para alimentar as estatísticas das prisões e das mortes violentas, especialmente da juventude negra.

A democracia que Lula, Marielle e todos nós defendemos é a democracia política, mas também e principalmente, a democracia social, econômica, racial e de gênero. É um regime onde um governante não possa dizer que o "país vai bem, mas o povo vai mal", como disse o ditador Médici, pois quem constrói o Brasil é o seu povo.

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