De Zumbi a Marielle – nossa luta continua!
Relembrar Palmares é reconhecer a nossa luta atual, onde cada um de nós, negras e negros, temos de seguir o exemplo de Zumbi e a coragem de Marielle, assassinada pelas mãos racistas e cujo sacrifico reacendeu a luz sobre a duríssima caminhada da população negra, sobretudo da mulher negra, rumo à igualdade racial e de gênero
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Neste 20 de Novembro, o Brasil celebrou o Dia da Consciência Negra. Um dia lembrado pelo Brasil que luta por democracia e que tem como referência histórica os 100 anos de luta por liberdade do quilombo de Palmares e de seu último líder, Zumbi.
O ódio dos escravistas contra o exemplo do grande Zumbi, que teve a ousadia de se libertar dos grilhões e viver livre, foi passado de pai para filho como uma cultura racista, virando uma espécie de herança genética realimentada até os dias de hoje pela desigualdade social e racial que oprime a maioria da população brasileira.
Quando veio a abolição em 1888, a maioria da população negra já tinha se libertado por seus próprios meios e também contando com o apoio do movimento abolicionista que empolgou a sociedade daquela época. Mas a República, adotada pelas elites um ano após, não deu nenhuma condição de trabalho e de educação para os ex-escravos terem uma vida digna.
O Brasil, que foi a maior nação escravista do Ocidente, despejou-nos nas ruas da vida para sermos empurrados para o cativeiro social e tratados como os excluídos da sociedade.
Até hoje não conhecemos outra coisa senão a nossa luta contra o racismo e pelo direito de cidadania, sempre nos negada na prática. Foi o espírito de luta de Zumbi que nos guiou até aqui!
Relembrar Palmares é reconhecer a nossa luta atual, onde cada um de nós, negras e negros, temos de seguir o exemplo de Zumbi e a coragem de Marielle, assassinada pelas mãos racistas e cujo sacrifico reacendeu a luz sobre a duríssima caminhada da população negra, sobretudo da mulher negra, rumo à igualdade racial e de gênero.
Sabemos perfeitamente que o racismo e o machismo são usados como justificativa capitalista para a superexploração de nossa força de trabalho e desigualdade salarial.
O único momento histórico em que começamos a ter a redução gradual da desigualdade racial foi durante os 13 anos dos governos de Lula e de Dilma. Agora ficam claro os motivos dos golpes contra a presidenta Dilma e a prisão injusta de Lula. Tudo isso foi necessário para se garantir a eleição do candidato neofascista e a extinção dos direitos já conquistados pelo nosso povo.
Desde o golpe do impeachment que vivemos um período de retrocesso muito grande. Mas nada se compara com o período que vamos entrar com o governo de extrema-direita. Ao votar desinformada pelas fake news grande parte do eleitorado, especialmente da base popular, ajudou, sem saber, a nação brasileira a cometer um verdadeiro suicídio político.
Somente pela desinformação, fruto do longo tempo de lavagem cerebral coletiva pela mídia golpista, explica porque mulheres e negros votaram num candidato machista e racista.
A parte consciente da população precisa ter paciência com o aprendizado desse eleitorado cuja prática do novo governo vai substituir o seu equívoco pela revolta. Também índios foram usados pelo exército escravista para derrotar Palmares. A consciência e a união do povo somente se dão pelo açoite da vida e num caminho longo e tortuoso. Mas sempre ocorre com todos os povos.
O exemplo de mais de três séculos o guerreiro da liberdade Zumbi continua vivo alimentando a consciência do povo negro e a chama da democracia popular.
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