Personas sociopolíticas brasileiras

Política, pessoal e profissionalmente são altamente poluídos e perigosos... Fazem o jogo do Poder do qual não conseguem se desvencilhar. Utilizam-se de todos os expedientes e subterfúgios escrotos para se manterem e se perpetuarem nos seus "pseudopoderes podres imaginários". Não medem os meios para atingirem os seus fins

Imagem Crucificação de São Pedro, Michelangelo - imagem para artigo de Cássio Vilela Prado
Imagem Crucificação de São Pedro, Michelangelo - imagem para artigo de Cássio Vilela Prado (Foto: Cássio Vilela Prado)


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Talvez no Brasil de hoje a discussão política cotidiana na polis e nas redes sociais seja mais uma luta linguística e semiótica que uma verdadeira luta de classes concreta em termos marxistas.

São três as principais posturas verbais e éticas dos facebookianos, whatssapianos, youtubers e internautas em geral, ambos inspirados e movidos por determinado ódio ao outro:

1)     Os direitistas bate-prontos: geralmente são analfabetos políticos, primam pelo pseudomoralismo autoritário. São extremamente vulneráveis ao discurso fascista, pois são produto da tirania afetivo-sexual sociofamiliar. Possivelmente foram ou são vítimas de algum tipo de violência ao longo de suas vidas.

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Não têm ideais democratas e de justiça social. São, na sua maioria, preconceituosos, racistas, homofóbicos e religiosos de ocasião. Estão sempre flertando com o Poder, com o qual se aliam para proveito próprio. Sempre dizem ser amigos (as) do prefeito (a), do (a) vereador (a), do (a) secretário (a), do (a) deputado (a)...

Erigem facilmente ídolos especulares. Muitos deles frequentaram “socialmente” as faculdades onde não aprenderam absolutamente nada, senão a conquistar os seus diplomas universitários, de acordo com os seus modus operandi canhestros estruturais, principalmente nas faculdades comerciais.

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Falam sobre política através de jargões estereotipados dos tipos: “Fora Dilma”; “Lula é ladrão”; “esquerdopatas”, “petralhas”; “Cunha nos representa”; “Vão pra Cuba”, “Moro presidente”, etc. São “monossilábicos” e, consequente, avessos ao diálogo polissêmico, pois “Deus” não lhes permitem sair do espelho com o qual se deleitam.

Adoram “viajar”, principalmente para Miami, onde fazem compras para revenderem as suas mercadorias cowboys aos idólatras do Império, solapando descaradamente a Receita Federal. Não fazem a menor ideia do que é Democracia, portanto, são inimigos perigosos da Democracia e do Estado de Direito.

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Atualmente elegeram “Bolsonaro” o seu “Deus especular” (do espelho imaginário). Sem perceber, são personas projetistas (aquelas que imputam ao outro o mal que a elas pertencem).

Foram às ruas apoiar “O golpe na Presidenta Dilma Rousseff: Golpeachment”[1], bateram panelas ou mesmo aplaudiram ‘debiloidemente’ as sessões da Câmara e do Senado que “cassaram” a Presidenta.

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Votaram no Aécio Neves na última eleição presidencial e não suportaram a derrota. São vingativos e rancorosos, por isso são pessoas sofredoras e causadoras de sofrimento à nação.

Não dão o braço a torcer... Mesmo com o avassalador Estado de exceção em vigor, que apoiaram freneticamente, agora “fingem de égua”, como se nada tivesse acontecido, pois no fundo não se importam com o país, mas apenas com os seus desejos ignóbeis narcíseos de tirania e destruição do Outro diferente. Jamais admitem os seus incomensuráveis erros, pois os repetem indefinidamente. Se não deu com Aécio, vai dar com Bolsonaro ou Dória ou Rodrigo Maia...

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Se acham os “donos do Brasil”, por direito natural e divino.

Parecem que não são “recicláveis” ... O “alter-outro” foi suprimido ou desmentido de suas pequenezes psíquicas.

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2)     Os esquerdistas nostálgicos: Geralmente são mais “estudados e cultos” que os direitistas bate-prontos, ou assim se acham, embora entraram no jogo linguístico semiótico da ira competitiva. Em sua maioria, também agridem o Outro.

Não conseguem criticar de forma civilizada os seus oponentes. Se criticam o presidente Temer e sua claque, o faz tentando “tirar casquinha” ou mesmo agredir verbalmente os seus rivais direitistas.

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Defendem cegamente o ex-presidente Lula e não veem outro personagem que possa representá-los politicamente. Muitos deles se cegaram aos erros crassos de “base” cometidos pela presidenta Dilma Rousseff e o PT. Utilizam-se de jargões dos tipos: “justiça social para todos”; “o papa é pop”; “Cristo era comunista”; “coxinhas”; “trouxinhas”; “vão estudar história” ...

Utilizam-se também de partes lidas, escutadas e mal interpretadas das obras de Marx, Gramsci, Habermas, Lukács, etc. Seus discursos assemelham-se, na forma, aos discursos dos primeiros. Demonstram possuir o mesmo “desejo fálico” de Poder, no qual também querem se instalar ou retornar para se sentirem uma “classe pobre privilegiada”, aviltando letalmente os ideais de uma sociedade sem classes.

Grande parte destes, também agem por interesses pessoais e grupais, suas práxis divergem ao largo da doutrina da qual dizem defender.

Não apresentam novas propostas políticas sociais radicais que poderiam se firmar através da práxis socialista efetiva dia a dia.

Deles emanam belos discursos filantrópicos e de verdadeiros representantes sociopolíticos dos “marginais afônicos”, sublevando-se a porta-vozes dos pobres e oprimidos em geral.

Suas proposições políticas e sociais se assentam na afetividade, portanto na complacência para com os menos favorecidos. O que também não deixa de ser sujeitos narcíseos, possivelmente foram privados de recursos básicos que pretendem dar aos outros de forma “identificatória e projetiva”.

Contudo, o que se vê, são as suas lógicas centradas no modelo capitalista, com o jargão máximo da “distribuição de renda”. Não conseguem abolir de seus mentalismos o paternalismo moral e tutelar subsidiário aos “pobres”.

São velhos utopistas contemporâneos, nostálgicos, românticos e não conseguiram ainda exercer a práxis da qual defendem. Podem ser vistos também em Miami, Moscou, Paris, Ancara, etc, regozijando-se em belas paisagens paradisíacas, profanando as suas utopias, completamente dissociados da realidade social e das teorias que defendem.

A estes, obviamente não é proibido ostentar os seus grilhões, nem aos outros, entretanto, a proposta marxista revolucionária é bem mais profunda, exige uma mentalidade e uma prática concreta subversiva continuada que possa afetar o establishment opressor mundial e os seus mecanismos perversos segregatórios.

Embora mais democratas e propícios ao diálogo, repetem também a agressividade verbal e desmedida ao Outro.

Ainda não entenderam que não possuem a verdade absoluta e que não são “santidades naturais e divinizadas” legítimas para discursarem em nome da singularidade do Outro social. Portanto, as suas aberturas aos outros poderiam se dar de forma menos romanesca e filantrópica efetiva-emocional que concreta, realística e mais aberta à diferença radical, portanto, fora de seus “gabinetes intelectuais imaginários”.

Também são reféns da funcionalidade intelectiva da “competição-mor” vivendi e operandi do capitalismo planetário.

3)     O freelancer laissez-faire[2]: é o “metido à besta, tanto faz”. Sua postura política, a priori, é a do “tanto faz tanto fez”. O verdadeiro “finge de égua”. É o “deixe a vida me levar”. No entanto, este é o “espertinho de ocasião”. O “deixe a vida me levar” oportunista sabe muito bem a direção aonde quer chegar. Evita desagradar tanto ao direitista quanto ao esquerdista.

Faz-se parecer neutro politicamente, mas não é. Talvez o mais falso de todos eles, pois finge ser o que não é, ou seja, neutro. Geralmente têm um parente próximo “amigo de Deus” e outro parente próximo “amigo do Diabo”. Olha somente para si mesmo, embora aparente ser amigo fiel de todos. Visa tão somente a seus objetivos pessoais ou do grupelho onde está imerso. É o mais hipócrita dos politiqueiros.

Podem ser vistos, ocupando cargos administrativo-políticos gerenciais nas repartições públicas, permanentemente, pois fulano “amigo (a) de Deus” ou o outro fulano “amigo do Diabo” o indicou, independemente de suas condições técnicas e morais. Contudo, nos exercícios de suas atribuições públicas, demonstram ser autoritários, malfeitores sociotrabalhistas, assediadores dos seus oponentes políticos e ideológicos. Não aceitam a menor diferença. Tudo devem estar a seus modos e sabores.

Ostentam as suas “neutralidades e profissionalismo”, apesar das suas condutas éticas demonstrarem exatamente o contrário. Mas, na maioria das vezes, a sua falta de caráter é o elemento principal de seu “êxito trabalhista social”, uma vez que vai ao encontro dos ideais de determinados mandatários do Poder. Sem que se saibam ao certo, não enganam aos mais atentos.

Na verdade, são sujeitos “santinhos (as) do pau oco” “Eu quero é me dar bem”. “Fodam-se os outros”. Vivem de “saltos altos” e de seus próprios umbigos. Se necessário, rifam sem dó a própria mãe, o pai, o marido, os (as) amigos (as)...Estão pouco se lixando para o Outro diferente.

Política, pessoal e profissionalmente são altamente poluídos e perigosos... Fazem o jogo do Poder do qual não conseguem se desvencilhar. Utilizam-se de todos os expedientes e subterfúgios escrotos para se manterem e se perpetuarem nos seus “pseudopoderes podres imaginários”. Não medem os meios para atingirem os seus fins.

No fundo, são mais direitistas e antiesquerdistas que os próprios direitistas, contudo bastante dissimulados. Geralmente, são perversos (as) “chiques, cheirosinhos(as) e limpinhos (as)”.

Podem ser vistos com frequência em festas regadas a álcool, carnes e outras guloseimas, babando falsas gargalhadas com os (as) amigos (as) do espelhinho...

É comum também vê-los (las) em templos religiosos das mais variadas “grifes”.

Posto isso, depois dessa escabrosa “falação[3], ainda utópico com a Democracia Direta, sem representação, este autor parece pertencer ao segundo grupo, embora bastante injuriado com os meus comparsas: “os esquerdistas nostálgicos”, haja vista que não cedo do meu desejo romanticamente neurótico em troca da debilidade mental dos primeiros, muitos menos da perversão dos terceiros.

Mas é urgente e necessário “sair da caverna”. Urde superar o embate baixo e a tricotomia estacionária bem com a Democracia Representativa.

Caso contrário, enquanto odiamo-nos, nas praças públicas e nas redes sociais, as bestas continuarão a nos comandar. São bestas comandando bestas....

Até quando?



[1] PRADO, Cássio Vilela – O golpe na Presidenta Dilma Rousseff: Golpeachment, CreateSpace Amazon, Charleston, Carolina do Sul (SC), USA, 2017.

https://www.amazon.com.br/Golpe-Presidenta-Dilma-Rousseff-Golpeachment/dp/1542760933/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1499513464&sr=8-1&keywords=cassio+vilela+prado

[2] SGARBI, Plínio – “Laissez-faire” – Recanto das letras, enviado por Plínio Sgarbi em 18/11/2007.

Reeditado em 04/01/2008, Código do texto: T741674.

Significado: “Laissez-faire é a contração da expressão em língua francesa laissez faire, laissez aller, laissez passer, que significa literalmente ‘deixai fazer, deixai ir, deixai passar’.”

http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/741674

[3] HEIDEGGER, Martin – “Silêncio, Falação e Curiosidade – Martin Heidegger”, Instituto Poimênica, 01/01/2017. (Martin Heidegger, 1889-1976, filósofo alemão, em Ser e Tempo, sua magnum opus publicada em 1927. 10ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2015, pp. 227-228, 232-233, 236-237, 239.

“{...} Quem silencia na fala da convivência pode ‘dar a entender’ com maior propriedade, isto significa, pode elaborar a compreensão por oposição àquele que não perde a palavra. […] Quem nunca diz nada também não pode silenciar num dado momento. Silenciar em sentido próprio só é possível numa fala autêntica. Para poder silenciar, a presença deve ter algo a dizer, isto é, deve dispor de uma abertura própria e rica de si mesma. Pois só então o estar em silêncio se revela e, assim, abafa a ‘falação’. Como modo de fala, o estar em silêncio articula tão originariamente a compreensibilidade da presença que dele provém o verdadeiro poder escutar e a convivência transparente. {...}.

https://institutopoimenica.com/2017/01/01/silncio-falao-e-curiosidade-martin-heidegger/

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