Sobre o debate na TV da Igreja Universal

Donald Trump sobretaxa produtos chineses e intensificou seus avanços imperialistas sobre a riqueza de nações emergentes. Que boa oportunidade para trazer de volta a lembrança dos milhares de indústrias que se dissolveram no Brasil, pela canetada de FHC, ao aderir ao "modernismo" da Globalização



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O debate entre os presidenciáveis na TV do bispo Macedo, não trouxe nenhuma surpresa quanto às estratégias montadas pelo segundo pelotão nessa disputa. Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Marina Silva, que ainda alimentam esperanças de irem ao segundo turno, vestiram a fantasia de Regina Duarte para espalhar pelo eleitorado o discurso do medo, diante do cada vez mais provável segundo turno entre Haddad e o coiso. O que me causou espanto, no entanto, foi a aceitação desse tipo de jogo por parte do comando da campanha petista, que sequer reposicionou o candidato para restabelecer a verdade, deixando o escolhido do presidente Lula debaixo de uma bombardeio impiedoso.

Haddad deveria ter calado a boca de Geraldo Alckmin, atribuindo a ele e ao seu PSDB, o clima beligerante que dividiu o povo brasileiro, desde o dia em que Aécio Neves se recusou a admitir a derrota para Dilma Rousseff. Os eleitores do Bolsonaro nada mais são que os mesmos que votaram no mineirinho, travestidos de patriotas defensores da ética e da honestidade. São os mesmíssimos personagens, que não ligam a mínima para a corrupção quando praticada por eles mesmos ou por seus representantes políticos.

Não há eleitor novo nas hostes da brigada bolsonariana. Como nos desenhos do Scooby Doo, que ao final de cada episódio tira a máscara do vilão e revela sua verdadeira identidade, Bolsonaro é na verdade a careta cínica do Aécio Neves. No próximo final de semana, o que teremos é o tão desejado terceiro turno pelos tucanos, consequência do incêndio causado pelo PSDB de Geraldo Alckmin.

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É isso que a população brasileira precisa tomar ciência. Não existe polarização do ódio entre o PT e o coiso, mas o desdobramento de uma contenda alimentada por um partido varrido do mapa, como restou provado em todas as pesquisas de intenção de votos. O ódio, a divisão, o medo nessas eleições tem nome e sobrenome: Geraldo Alckmin.

Será que os marqueteiros de Haddad o deixarão descoberto no último debate, quando a vestal Álvaro Dias assacar de mentiras e o telespectador ficar sem resposta? Ter negado o direito de defesa, na emissora do bispo da Universal, já era esperado. O que não entendo é Haddad não ter dedicado trinta segundos do seu tempo para dissolver aquela face trans emplatrada de botox, inclusive questionando o surgimento do nome dele como beneficiário do maior esquema de corrupção do governo FHC, que foi o escândalo do Banestado.

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Fernando Haddad precisa se apresentar como o candidato escolhido pelo povo para pacificar o país. E argumentos nesse sentido não faltam. Se ele hoje está prestes a ser o mais votado no primeiro turno, é porque o povo reconhece que o presidente Lula foi o melhor para o Brasil. E precisa dizer isso não apenas citando números da educação e do emprego conquistados na década em que o PT assumiu o comando do país, mas trazendo para o debate o fracasso do modelo liberal que seus adversários querem trazer de volta, e que até os Estados Unidos estão questionando.

Donald Trump sobretaxa produtos chineses, já manifestou o desejo de trazer de volta as indústrias automobilísticas para Detroit, e intensificou seus avanços imperialistas sobre o petróleo e a riqueza de nações emergentes. Que boa oportunidade para trazer de volta a lembrança dos milhares de indústrias que se dissolveram no Brasil, pela canetada de Fernando Henrique Cardoso, ao aderir ao "modernismo" da Globalização, sem oferecer condições mínimas para o empresariado nacional competir em igualdade com os Tigres Asiáticos. Só na indústria têxtil, sete mil empresas desapareceram do mapa. Onde foram parar os setores calçadista, metalúrgico, naval, transformação, etc? Quem gerou desempregos nesse país, Geraldo Alckmin? Seu partido, usando seu bordão, gerou desempregos na veia.

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Se por acaso o presidente Lula assistiu ao debate na Record, não deixará de dar um puxão de orelhas no comando da campanha do Haddad, que precisa ter mais munição e atitudes políticas, do que essa postura de candidato estatístico dos feitos do governo do PT. Até uma pergunta tosca, feita por Ciro Gomes a respeito de uma proposta de revisão da Constituição causou embaraços ao petista. Bastava responder que o Partido dos Trabalhadores, desde a criação do Orçamento Participativo, sempre estimulou a participação popular no processo de decisão dos seus governos. E que a Constituição, se a sociedade brasileira entender que precisa ser aperfeiçoada, contará com o apoio de sua gestão. Ciro Gomes não teria como fazer caras e bocas de reprovação, como fez com desdém.

A essência dessa campanha, meu caro Haddad, está ancorada no tripé: memória, gratidão e resgate. Memória por um tempo que foi muito bom para o povo brasileiro. Gratidão como manifestação de apoio contra as injustiças cometidas contra Lula, e resgate como perspectiva da retomada do crescimento e justiça social. Nenhum dos seus adversários possui este legado. Então, meu caro, saia do corner e use-os.

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