O eleitor precisa ser teletransportado para 2019

Se Bolsonaro não deixa claro o que significa menos direitos e mais trabalho, cabe ao comando da campanha de Fernando Haddad mostrar ao público o que vem pela frente. Quem não ficará sensível a um programa de TV projetando o mês de dezembro de 2019, quando um pai dirá aos seus filhos que não haverá ceia nem presentes de Natal, porque ele não recebe mais o décimo-terceiro salário

O eleitor precisa ser teletransportado para 2019
O eleitor precisa ser teletransportado para 2019


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O mal do confinamento em um determinado grupo de pensamento e objetivos únicos é a desconexão com a realidade. Em todas as campanhas em que trabalhei me deixei contaminar pelo sentimento das ruas. Mais do que pesquisas e opiniões viciadas trazidas por bajuladores, meu termômetro sempre foi o desabafo do taxista e o tête-à-tête na banca de jornal. No dia da votação em primeiro turno, me dediquei a compreender esse fenômeno trágico que está mergulhando o Brasil no abismo do ódio e da violência, e cheguei a algumas conclusões que talvez possam ajudar a reverter essa situação, para o bem da democracia.

A primeira delas é que o comando da campanha de Fernando Haddad precisa compartimentar os vários nichos de eleitores de Jair Bolsonaro, e a partir daí direcionar doses maciças de luz da verdade. Esse clarão deve surgir na forma de comunicação segmentada, projetando o futuro sob a égide de um fascista no comando do governo. Não adianta falar que, como ministro da Educação, Haddad criou centenas de escolas técnicas, o Prouni, etc. O que precisa ser mostrado para os estudantes brasileiros é o Brasil, a partir de 2019, sem o Prouni e qualquer outra possibilidade de acesso a um patamar de ascensão social, se o próximo presidente entende que pobre só pode aprender a consertar fogão e geladeira.

Eu peguei essa declaração que o fascista deu em uma entrevista à Globo News, juntei com uma matéria revelando a mamata do seu irmão, funcionário fantasma que recebia R$ 17 mil sem trabalhar na Assembleia Legislativa de São Paulo, e o resultado foram quase três milhões de visualizações e aproximadamente 100 mil compartilhamentos no Facebook.

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Por que um grande número de mulheres está disposta a votar em Bolsonaro? Elas gostam de apanhar? Adoram ganhar menos que os homens? Claro que não! Boa parte vota simplesmente porque está pensando na segurança dos filhos. Então, por mais duro que possa parecer – mantendo sempre o cuidado para não atravessar a linha que divide a verdade do terror psicológico -, é preciso lançar luz sobre o que pode acontecer, por exemplo, quando clientes de um shopping, todos armados, resolverem reagir a um assalto a uma joalheria.

Se Bolsonaro não deixa claro o que significa menos direitos e mais trabalho, cabe ao comando da campanha de Fernando Haddad mostrar ao público o que vem pela frente. Quem não ficará sensível a um programa de TV projetando o mês de dezembro de 2019, quando um pai dirá aos seus filhos que não haverá ceia nem presentes de Natal, porque ele não recebe mais o décimo-terceiro salário.

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A incontinência verbal do fascista e de seus principais auxiliares é o metano que vai gerar a energia para levar luz à sociedade. Está tudo gravado, filmado, não há como a SS bolsonariana alegar se tratar de fake news. É só contextualizar o que dizem e projeta-lo para o futuro de trevas que se avizinha.

Sem ferir suscetibilidades é possível, inclusive, resgatar a consciência das pessoas humildes que caíram nas garras dos vendilhões da fé. Até mesmo para mostrar que, em matéria de prosperidade, o PT fez aquilo que nenhum bispo bilionário prometeu aos seus fiéis.

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