Queiróz desmoraliza militares no poder

O novo comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, deve estar preocupado; afinal, os militares, que estão avalizando o governo Bolsonaro, só têm a perder, quanto mais a estória do Queiróz continuar escondida, sem esclarecimentos suficientemente convincentes

Queiróz desmoraliza militares no poder
Queiróz desmoraliza militares no poder (Foto: Matheus Piccini/CMPA)


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O novo comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, deve estar preocupado; afinal, os militares, que estão avalizando o governo Bolsonaro, só têm a perder, quanto mais a estória do Queiróz continuar escondida, sem esclarecimentos suficientemente convincentes.

O argumento de militares, no governo, de que não se trata de assunto do atual governo é válido, apenas, em parte, porque o fato é que a relação estreita entre os coadjuvantes – os bolsonaros e os Queiróz – joga merda para todos os lados.

O próprio presidente, na SBT, admitiu que Queiróz fazia rolo.

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Ou seja, o cara não era de confiança, salvo para quem se beneficiava com seus negócios, mesmo, assim, mantendo-se, em relação a ele, desconfiança.

A declaração do presidente não deixa dúvida nesse sentido.

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Ora, os militares, que cada dia mais se pronunciam com extroversão, o que não acontecia antes, dão argumentos de que vieram para moralizar.

Não representa moralização alguma o silencio de Queiróz.

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Ele deixa rastros para todos os lados.

São inaceitáveis as artimanhas para não comparecer ao Ministério Púlbico, a fim de depor sobre as maracutaias que praticou.

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Da mesma forma, prejudica a imagem do governo Bolsonaro a resistência do filho dele, senador Flávio Bolsonaro(PSL-RJ), em comparecer aos procuradores, dando desculpas esfarrapadas.

O novo parlamentar carioca toma posse moralmente baleado.

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Trata-se de um amontoado de fatos graves que agride a inteligência da população, cada vez mais ligada nas redes sociais, dando palpite sobre tudo, especialmente, sobre o caso Queiróz, que vira piada nacional de mau gosto.

O general Cruz, em entrevista a Miriam Leitão, na Globonews, revelou-se incomodado com a situação e deixou clara necessidade de os esclarecimentos serem feitos com transparência.

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Como não se incomodar, se a transparência, no caso, é a que está faltando?

Evidentemente, a fuga para frente do Queiróz e do seu ex-patrão, o agora senador Bolsonaro, só alimenta controvérsias, ironias, sarcasmos populares e descrença.

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O novo senador paulista do PSL Major Olímpio, também, não tem mais palavras, sempre admitindo o desgaste inevitável.

Afinal, não foi para moralizar que o novo governo, recheado de militares, apareceu?

A mesma crítica, contundente, veio do candidato derrotado do PDT, Ciro Gomes, cobrando papel que os militares precisam, nesse episódio, desempenhar, dando exemplo de moralidade.

A demora na elucidação do caso vai colocando-o ao lado de escândalos dramáticos que não foram esclarecidos, ainda, como o assassinato de Marielle.

Na prática, Bolsonaro está dando sorte para o azar ao não atacar de frente o rumoroso caso.

Dessa forma, vai, crescentemente, perdendo autoridade, se não mata a cobra e mostra o pau.

Contribui, também, para desgaste dos militares no poder, a questão do nepotismo do vice presidente Hamilton Mourão de justificar o puxa-saquismo do novo presidente do Banco do Brasil em promover o filho Mourão Junior, para ganhar salário alto.

Soma-se ao acúmulo de desgastes, igualmente, a conversa mole repetida pelo chefe da Casa Civil, Ônix Lorenzoni, dando ares de  normalidade à anormalidade evidente quanto apresentação de notas fiscais em série para justificativas de despesas, emitidas por empresa de amigo dele, na prestação de contas do seu gabinete.

Para culminar, tem-se o silêncio do ministro Sérgio Moro sobre os três casos que incomodam a sociedade e cria nela o espírito de desconfiança precoce no governo federal, manchando sua reputação moral.

Cadê o outrora todo poderoso juiz de Curitiba que fazia e acontecia para ir atrás da imoralidade pública como representante do judiciário?

Mudou sua percepção ao assumir o executivo da justiça nacional?

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