Guadalupe não é um caso isolado

O fuzilamento em Guadalupe, bairro da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, por militares, onde um homem foi assassinado traz a tona, mais uma vez, uma singularidade triste  característica dos morros, favelas e da população preta: a violência e o preconceito



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O fuzilamento em Guadalupe, bairro da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, por militares, onde um homem foi assassinado traz a tona, mais uma vez, uma singularidade triste  característica dos morros, favelas e da população preta: A violência e o preconceito.

Uma população criminalizada por conta de sua raça e origem que julgada pelo senso comum de uma sociedade racista sente na pele o açoite que lei áurea alguma até os dias de hoje conseguiu acabar.

Tentar classificar o fuzilamento em Guadalupe como tragédia,  fato isolado, é  desconsiderar e desrespeitar a dor de tantos outros familiares que perderam seus entes queridos em verdadeiras ações  de extermínio.u

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A investigação sobre o fuzilamento,  ficará  a cargo do próprio exército.  Uma lei sancionada por Michel Temer em 2017 diz que crimes dolosos contra a vida  praticados por militares das Forças Armadas serão  investidos pela Justiça Militar da União.

O dia 28 de Novembro de 2015, data que era de comemoração e alegria para um grupo de cinco amigos, todos pretos, oriundos de famílias pobres que se reuniram para festejar o primeiro emprego do amigo Roberto, que faria 18 anos em Dezembro  foi interrompido.

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Os cinco jovens foram  brutalmente massacrados dentro do carro em que estacam. Mais de 100 tiros foram disparados contra os rapazes.

Até  que ponto pretos e moradores de morros e favelas vão ter seus direitos negados e o medo em exercê-los?

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A chave que o Estado muitas vezes usa na porta do morador de favela é  a sola do coturno, o direito de ir e vir está fora das imediações ou interior da favela e ainda conta com a cor de pele.

As perspectivas com o resultado das eleições de 2018 em nada favorecem as camadas mais empobrecidas. Em particular o Estado do Rio de Janeiro se encontra sob a mira do “justiceirismo”.

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Os casos de violência e violação de direitos humanos ocorridos em ações  policiais nos morros e favelas ganham, agora, um novo ator, tiros disparados a partir de helicópteros em direção  ao solo caracterizado pelo descaso social parecem fazer parte da rotina nas incursões.

Mas o arsenal contra a pobreza não  para por ai. A proposta do ex juiz e agora Ministro da Justiça,  Sérgio Moro, do pacote anticrime pode ser considerado como uma ressalva para matar em casos de abordagens, incursões policiais. A justificativa de estar sob “forte emoção “ pode se tornar álibi para se esquivar da justiça  e saciar o desejo de matar.

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Ser preto e favelado no Brasil é  já nascer com corrente nos pés e um alvo na cabeça.

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