Palpites sobre a derrota e o isolamento da esquerda na disputa da Câmara

É preciso que tenhamos a clareza de que para vencer o bolsonarismo, a "frente de esquerda" é inútil na atual correlação de forças. Portanto, é preciso uma "frente ampla" que aglutine para além da esquerda, com setores do centro, da centro-direita e por que não da direita republicana que ainda dispõe minimamente de programa democrático e nacional

Palpites sobre a derrota e o isolamento da esquerda na disputa da Câmara
Palpites sobre a derrota e o isolamento da esquerda na disputa da Câmara (Foto: Marcelo Camargo - ABR)


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A eleição da Mesa diretora da Câmara, bem como de quaisquer casas legislativas, têm o caráter de ampliar espaços de ação efetiva, fazendo respeitar a institucionalidade democrática e autonomia. Ou seja, não se dão em torno de um programa eleitoral. Trata-se de um acordo para a divisão de cargos na mesa diretora e nas comissões, que dão o ritmo de toda atividade parlamentar. Assim, o que conta é a habilidade em movimentar peças para assegurar os interesses de cada força política.

Uma crítica ao PT, do qual sou filiado, é que sua posição, ao meu ver, foi tomada olhando para o retrovisor, preso a episódios passados, e não olhando para frente, ou seja, para os novos desafios da oposição no governo Bolsonaro.

A pergunta é por que os partidos de esquerda e centro-esquerda não foram pragmáticos o suficiente para constituir um bloco que lhes assegurasse os espaços necessários para o enfrentamento das batalhas que estão por vir na Câmara?

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Uma candidatura com um bloco mais amplo, de centro-esquerda, poderia alcançar até 200 votos, desde que o candidato fosse um nome do centro ou mesmo de centro-direita e com capacidade de diálogo e de aglutinar. Esse deveria ser o esforço - e não duvido que tenha sido -, ao invés de optar por demarcar posição e insistir na lógica da frente de esquerda já derrotada em 2015, quando Cunha foi eleito presidente da Casa. Infelizmente, mais uma vez, não foi possível por um sem-número de motivos que cada partido deverá discutir internamente e, posteriormente, dialogar para todo o campo.

A derrota político-eleitoral de 2018 foi grande, é verdade. Ela nos desorganizou e isso ficou claro no episódio da escolha da mesa diretora da Câmara. Superar este momento é responsabilidade de todos nós. Os desafios devem ser compartilhados, começando por uma profunda reflexão de nossas práticas. No mais, o quanto antes as forças do campo democrático-popular voltarem à mesa e buscarem entendimentos programáticos e de ação, melhor.

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Por último, é preciso que tenhamos a clareza de que para vencer o bolsonarismo, a "frente de esquerda" é inútil na atual correlação de forças. Portanto, é preciso uma "frente ampla" que aglutine para além da esquerda, com setores do centro, da centro-direita e por que não da direita republicana que ainda dispõe minimamente de programa democrático e nacional.

A atual quadra da conjuntura fascistizante nos impõe a unidade ampla em defesa da Constituição, da soberania e dos direitos do povo brasileiro.

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