Reforma da previdência sem resolver a abjeta sonegação é patetice econômica e cretinice social

Membros do governo deveriam ter constrangimento em falar em Reforma da Previdência antes de apresentar medidas efetivas, com a ajuda do Congresso, de como resolver ou minimizar significativamente o problema da sonegação no Brasil



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1. REFORMA DA PREVIDÊNCIA SEM RESOLVER A ABJETA SONEGAÇÃO É PATETICE ECONÔMICA E CRETINICE SOCIAL

A cada vez que um tarado qualquer dos ministérios do Planejamento, Fazenda ou Previdência fala em resolver problemas de gastos no Brasil, a primeira coisa imbecil que fala é promover uma "Reforma na Previdência". Isso significa sempre, inexoravelmente, diminuição de direitos, supressão de garantias, ampliação de contribuições, aumento da idade... Tudo em nome da "Segurança do Sistema". Nunca se sentou à mesa com essa gente para discutir ganhos reais nas pensões e aposentadorias que atendem, basicamente, a população mais carente do país. É o tipo de papo onde, de início, alguém chama você para discutir quanto a correlação de forças permitirá "tirar" do seu bolso. Está errada essa lógica.

2. Números da sonegação

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O presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional, Heráclio Camargo, ainda em meados do ano passado, informou, para espanto de alguns e total ausência de apropriada divulgação de outros, que, por causas diversas, 500 bilhões de reais deixam de ser recolhidos aos cofres públicos todos os anos por conta da famigerada sonegação. Fixem esse número: 500 bilhões de reais. Ricardo Roriz, Diretor da FIESP, relatou que, em 2013, o custo da corrupção no país (Municípios, Estados e União) atingiu 67 bilhões de reais. Ou seja, a sonegação é um roubo descarado, cuja magnitude descomunal é 7,46 vezes maior que a desavergonhada corrupção nas ensolaradas terras tupiniquins em todos os níveis.

3. Quem é o pato?

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A pergunta óbvia é: quem são os sonegadores deste nosso tórrido e abrasivo país? Parece claro o fato de não falarmos aqui da classe trabalhadora, pois sonegar a partir do contracheque mensal é malabarismo ainda não permitido para o criativo povo brasileiro. Resta, para tanto, o depauperado pequeno proprietário de empresa, o acrobático médio e o abastado grande empresário. Esses são, de fato, os sonegadores protegidos por um Estado avesso às transformações e amarrado em legislações ineficientes. A classe rica, as grandes fortunas, o sistema financeiro e seus lucros estratosféricos, os grandes latifúndios – toda essa gente nunca é chamada a pagar, de forma justa e proporcional, os custos de desajustes provocados por elas mesmas. Um exemplo emblemático é as contas secretas descobertas e reveladas pelo pessoal do "International Consortium of Investigative Jornalists" (ICIJ), Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. Segundo apurado, há no HSBC suíço 6.606 contas relacionadas a brasileiros (que não são assalariados) com um valor próximo a 28 bilhões de reais em grana adormecida nos bancos alpinos. Esse dinheiro pagou imposto???? E os imbróglios da operação Zelote miseravelmente silenciados na grande mídia?

4. Reforma na Previdência é "meuzovos"

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Membros do Governo deveriam ter constrangimento em falar em Reforma da Previdência, ou permitir que seus ministros falassem essas bobagens, antes de apresentar medidas efetivas (com resultados práticos), com a ajuda do Congresso, de como resolver ou minimizar significativamente o problema da sonegação no Brasil. Há créditos previdenciários a serem buscados e receitas a serem incorporadas ao sistema antes de falar em mais sacrifícios para os trabalhadores. A lógica deve ser invertida. Cabe ao Estado buscar eficiência – e não aumento de sacrifícios ao segmento trabalhador – a cada constatação de falha no caixa. Se todos pagarem proporcionalmente, todos pagam menos, arrecada-se mais e aumenta-se a segurança do sistema.

5. As Centrais Sindicais devem falar... agora!

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Causa certo desconforto, o silêncio das Centrais Sindicais sobre a questão da Reforma da Previdência. O tom e a vibração disso aumentam a cada manifestação pública de alguns golpistas do PMDB, embalados pela omissão de tecnocratas governistas de espírito neoliberal. Eles tratam o assunto como se fosse a configuração de uma nova panaceia. Descobrimos, de novo, a salvação do mundo. Bate-se nas costas dos trabalhadores e trabalhadoras deste país e se diz: "a partir de amanhã sua aposentadoria vai demorar mais 5 anos..." Pronto! O Brasil está salvo... vamos todos felizes para casa assistir a mais baixarias na TV Câmara do Eduardo Cunha e, nos finais de semana, ver os jogos do Campeonato Brasileiro da segunda divisão! É disso que estamos falando e, inexplicavelmente, ninguém coloca esse discurso em cheque? Que tipo de representação parlamentar e sindical restou ao povo brasileiro?

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