A indelével truculência tucana

No caso do Paraná, centenas de milhares de estudantes foram prejudicados pelo desvio de R$ 20 milhões destinados à construção e reforma de dezenas de escola que não saíram do papel. O valor, segundo as investigações, teria abastecido a campanha de Richa, de 2014. Mas a ojeriza do governador pela educação não se restringe ao ensino médio

Curitiba- PR- Brasil-29/04/2015- Portesto de professores em greve, por conta da reforma previdenciária para os servidores públicos da educação do estado. Houve confronto entre policiais e manifestantes. Foto: Orlando Kissner/ Fotos Públicas
Curitiba- PR- Brasil-29/04/2015- Portesto de professores em greve, por conta da reforma previdenciária para os servidores públicos da educação do estado. Houve confronto entre policiais e manifestantes. Foto: Orlando Kissner/ Fotos Públicas (Foto: Enio Verri)


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O 29 de abril se consolidará na história do Paraná como o dia em que o governador Beto Richa demonstrou todo seu apreço pelo serviço público. Foi quando, a seu mando, o então secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, lançou uma fúria bélica contra milhares de pessoas desarmadas, em sua maioria professores, que protestavam contra a determinação do governador de se apropriar de uma previdência de R$ 8,5 bilhões. Mais de 200 pessoas ficaram feridas. Mas esse é apenas um dos atos de Richa contra a educação do estado. 

Desde o primeiro governo, o tratamento dispensado aos profissionais da educação foi o calote. Richa nunca cumpriu a Data Base e nenhum dos acordos duramente arrancados pelos sindicatos do ensino médio e do ensino superior, debaixo de muita negociação e falta de respeito do governador. Em todos os calotes, a prioridade das dívidas do estado com os credores sobre as demandas dos professores. Em 2016, os professores foram preteridos para a criação de 43 cargos comissionados na Secretaria de Cultura. O governador, a exemplo de seu correligionário, Alckmin, reduziu o número de turmas e promoveu um grande inchaço das salas de aulas, com até 50 estudantes.

Instaurou no âmbito da comunidade escolar um abjeto ambiente de denuncismo entre os colegas. Nada menos que 12 mil professores foram denunciados durante o processo de ocupação de 831 escolas estaduais, pelos estudantes, em protesto contra a famigerada Reforma do Ensino Médio. Já a Operação Quadro Negro é uma vergonha tão grande quanto roubar merenda escolar, em São Paulo.

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No caso do Paraná, centenas de milhares de estudantes foram prejudicados pelo desvio de R$ 20 milhões destinados à construção e reforma de dezenas de escola que não saíram do papel. O valor, segundo as investigações, teria abastecido a campanha de Richa, de 2014. Mas a ojeriza do governador pela educação não se restringe ao ensino médio. 

Com o claro objetivo de sucatear a pesquisa, a produção científica e o desenvolvimento tecnológico,Richa enquadrou as seis universidades estaduais em um sistema vinculado à Secretaria da Receita, retirando totalmente a autonomia delas. O META-4 impede que as universidades contratem professores, implantem algum processo de pesquisa, projete cursos, adquira material de pesquisa ou de serviços gerais, sem antes passar pelo crivo do Fisco. O objetivo é muito claro. Asfixiadas em suas autonomias, as universidades serão sucateadas, sofrerão evasão e se tornarão bem baratas para as grandes empresas de educação. Toda essa conjuntura revela para quem Richa governa. Ou seja, os pobres não mais terão acesso à universidade como tiveram nos governos Lula e Dilma.

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