Entre a democracia e o autoritarismo

A vitória de Bolsonaro será o fim da possibilidade de pobre ter representatividade nos espaços de decisão política. Mais difícil ainda será ocupar esses espaços. Viver à margem da dignidade será a realidade da classe trabalhadora. Se, antes dos governos do PT, era muito difícil a ascensão social, com o Bolsonaro será impossível

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Rumamos para o fim do segundo turno de uma das mais importantes, polarizadas e delicadas eleições da nossa história. Em disputa, um país imensamente rico e fértil, com uma classe trabalhadora que, durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT), fez esta nação passar da 16ª para a 6ª economia mundial. É, também, a disputa entre o Estado Democrático de Direito e o Autoritarismo, período de 21 anos da história recente do Brasil, marcado por dores infinitas, mortes e corrupção.

São dois projetos absolutamente distintos. De um lado, uma proposta já aplicada. A que tirou cerca de 40 milhões da fome, que levou água perene a 12 milhões de brasileiros, que abriu as portas das universidades para mais de dois milhões de filhos de pobres, que criou quase 20 milhões de empregos com carteira assinada, com as mesmas leis suprimidas pela reforma trabalhista de Temer e seu ministério de notáveis escravocratas. Nosso adversário defende um país para poucos, um Estado Mínimo para o máximo lucro da elite mais truculenta e brejeira do mundo.

O candidato concorrente, enquanto deputado, votou sim, ao golpe de 2016; sim, pela retirada da Petrobras como operadora exclusiva do pré-sal, para entregá-lo aos estrangeiros; sim, à EC95, que asfixia o Estado na sua capacidade de investir em educação, saúde, geração de empregos, habitação, etc. Bolsonaro apoiou a reforma trabalhista, a terceirização, o trabalho temporário, o negociado sobre o legislado e a possibilidade de gestantes e lactantes trabalharem em lugares insalubres. Somado a isso, afastou os sindicatos da classe trabalhadora.

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O adversário de Haddad vai retirar o 13º e o abono de férias, como anunciado duas vezes pelo seu vice. É um projeto de governo plutocrata. O mentor de Bolsonaro é um bilionário que vive de dinheiro aplicado em bolsas de valores, assim como são os diversos outros investidores de sua campanha. Ele é um candidato do mercado financeiro, especificamente. Não é à toa que é a favor de privatizar todas as empresas brasileiras, construídas durante décadas, com o suor e o sangue dos brasileiros.

A vitória de Bolsonaro será o fim da possibilidade de pobre ter representatividade nos espaços de decisão política. Mais difícil ainda será ocupar esses espaços. Viver à margem da dignidade será a realidade da classe trabalhadora. Se, antes dos governos do PT, era muito difícil a ascensão social, com o Bolsonaro será impossível. Segundo ele, os trabalhadores devem escolher entre direitos ou emprego. Nitidamente, é um candidato para quem a classe trabalhadora não passa de ferramentas descartáveis.

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Os governos dos presidentes Lula e Dilma foram os melhores da história da nação. O Brasil chegou a 4,5% de taxa de desemprego, meses antes estourar a crise, em 2015. A sabotagem, como prometida, partiu do projeto derrotado nas urnas, em 2014. Dois deputados, um do PSDB e outro do MDB, orquestraram uma crise político-econômica, por meio de uma sistêmica imposição de pautas que aprofundaram a crise. Instalado o golpe, Temer aplica, com o apoio de um Congresso Nacional eminentemente venal, desde então, exatamente o projeto que foi derrotado em 2014, 2010, 2006 e 2002.

O ministro de Temer, Carlos Marum, afirmou que votará em Bolsonaro porque as propostas dele são as mesmas do presidente golpista. Segundo as últimas pesquisas, 53% da população estão dispostas a votar num projeto que tem 4% de aprovação popular. Definitivamente, esse não é um caminho pelo qual o Brasil seguirá sem pagar muito caro pela decisão. Essa expressiva parte dos eleitores está prestes a votar no projeto que está aprofundando o desemprego e trazendo a fome extrema de volta ao País. Mudemos de rumo de sigamos até a vitória da democracia.

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