Queremos soberania?

As ruas do Brasil estão carentes da força da gente que acorda cedo e sacoleja nos ônibus e trens do País, para impedir a entrega da soberania, que se esvai. Os brasileiros possuem duas joias, chamadas Petrobras e pré-sal, que serão entregues, até julho, como pretende o ministro da Economia, Paulo Guedes

Queremos soberania?
Queremos soberania? (Foto: Sergio Moraes - Reuters)


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Soberania é para quem tem coragem. A Noruega teve, na década de 1970, quando migrou de segundo país mais pobre da Europa para nação ultramoderna, soberana e de distribuição de renda socialista. Ela aplicou o petróleo do Mar do Norte no desenvolvimento do país, por meio da estatal Staitoil. Essa empresa é uma das que estão com as mãos no pré-sal e na Petrobras. As nossas riquezas estão sendo entregues às estatais de outros países, que não são superiores nem em reservas e nem em tecnologia. As ruas do Brasil estão carentes da força da gente que acorda cedo e sacoleja nos ônibus e trens do País, para impedir a entrega da soberania, que se esvai. Os brasileiros possuem duas joias, chamadas Petrobras e pré-sal, que serão entregues, até julho, como pretende o ministro da Economia, Paulo Guedes. É desesperadora a falta de reação da sociedade, diante da destruição da maior empresa brasileira e da entrega da sua maior reserva de petróleo, justamente para desenvolver outros povos.

A mídia tem papel fundamental na desinformação da população, além, é claro, das deficiências da formação escolar do País. Ela se valeu do baixo discernimento cognitivo e da imaturidade política da maior parte da sociedade e usou da mentira para desenvolver ódio contra a empresa, ou menosprezo pelo o que venha a acontecer com ela. Uma das mentiras recorrentes é a que a Petrobras está quebrada. O saldo de caixa mais baixo da empresa, entre 2015 e 2017, foi de US$ 22,52 bilhões, enquanto que o da Chevron e o da Exxon foram, respectivamente, US$ 11,02 e US$ 3,71 bilhões. Vários países estão interessados em adquirir tanto a empresa quanto a reserva. O especulador e bilionário George Soros é um dos maiores acionistas da Petrobras.

Esse não é o primeiro e nem será o último ataque desferido contra a soberania do Brasil. Em 1995, Emenda Constitucional proposta por Fernando Henrique Cardoso tirou o monopólio da União sobre a exploração do petróleo. E ele tentou mudar o nome da empresa para Petrobrax. Humilhante. Ao contrário, antes de deixar o governo e, depois do reerguer e fortalecer a indústria naval, confiante na coragem dos brasileiros, Lula deixou encomendas 40 embarcações que seriam construídas no Brasil. Ao longo dos seus 65 anos, a Petrobras desenvolveu a expertise de prospectar e extrair petróleo em águas ultraprofundas. Desde a descoberta do pré-sal, os ataques se intensificaram. Em 2007 e 2008, computadores da Petrobras, com dados sensíveis acerca da descoberta e da empresa, foram roubados de um contêiner, de um hotel e de um carro arrombado.

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Estão em jogo 14 bilhões de barris comprovados e uma estimativa de haver 200 bilhões. O Brasil pode se tornar a 3º maior reserva de petróleo do mundo, precedido pela Venezuela e a Arábia Saudita.

Uma empresa dá-se por satisfeita quando encontra um poço, entre 10 perfurações. Na primeira fase de perfurações no pré-sal, a Petrobras encontrou óleo em 21 das 21 perfurações realizadas. O custo da exploração é de US$ 7, o barril, que está valendo mais de US$ 60. O tempo de perfuração passou de 300 para 100 dias. Ela reveste os poços com placas de aço para que o sal não se misture ao petróleo. Por esses e outros motivos, a Petrobras recebeu, em 1992, 2001 e 2015, o OTC Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations, and Institutions, o maior prêmio que uma petroleira pode receber por desenvolvimento de tecnologia. E é essa empresa, fundamental para o desenvolvimento econômico, social, tecnológico, ambiental e humano do Brasil, que o atual governo, visivelmente contrário à nação, está oferecendo a outros países, como se uma sucata fosse. Os brasileiros não podem permitir essa humilhação. É um problema de todos nós. As entregas da Petrobras e do pré-sal causarão ainda mais empobrecimento ao País.

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A sociedade foi inoculada com ódio e desprezo pela Petrobras, com a maneira que a imprensa tratou a operação Lava Jato, que foi instalada com o louvável objetivo de combater a corrupção. A empresa, vítima de agentes públicos e empresários corruptos, passou, aos olhos da opinião pública, à condição de algoz e sua imagem foi ligada à decadência. Agora, a sociedade assiste ao melancólico ocaso de uma operação cinematográfica, maculada pela tentativa de indevida apropriação de R$ 2,5 bilhões, por membros servidores públicos da Força Tarefa. O Brasil é um global player e, até o momento, o mais forte da América Latina e Central. O País tem mais de 209 milhões de habitantes, cujos mais de 80% vivem sob o jugo de 10%. A entrega da Petrobras e do pré-sal favorecerá apenas essa pequena parcela. É vital reagir.

Os brasileiros devem, urgentemente, escolher o caminho que querem seguir. O da Noruega, ou o da Nigéria e o do Gabão, que entregaram suas jazidas a petroleiras estrangeiras, que deixam uma pequena monta de compensação e um rastro de destruição, miséria e atraso. Os brasileiros possuem uma empresa moderna, lucrativa, com 15 refinarias e com 14 bilhões de barris de petróleo confirmados, cuja exploração custa menos de R$ 30, o barril. Quem vai escolher entre soberania e colônia são os brasileiros. A empresa e o petróleo serão desta nação se, e somente se, os brasileiros assim determinarem. A soberania do País pede socorro.

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