Governo quer entregar terras do país ao agronegócio estrangeiro

O governo decidiu, já que tem ampla maioria no Congresso, favorecer a compra de terras brasileiras por indivíduos e empresas estrangeiras interessadas no agronegócio. É o último capítulo de um programa desnacionalizante que tem por objetivo ignorar ou liquidar as empresas industriais brasileiras e fazer o país regredir a uma situação de primário-exportador

O governo decidiu, já que tem ampla maioria no Congresso, favorecer a compra de terras brasileiras por indivíduos e empresas estrangeiras interessadas no agronegócio. É o último capítulo de um programa desnacionalizante que tem por objetivo ignorar ou liquidar as empresas industriais brasileiras e fazer o país regredir a uma situação de primário-exportador
O governo decidiu, já que tem ampla maioria no Congresso, favorecer a compra de terras brasileiras por indivíduos e empresas estrangeiras interessadas no agronegócio. É o último capítulo de um programa desnacionalizante que tem por objetivo ignorar ou liquidar as empresas industriais brasileiras e fazer o país regredir a uma situação de primário-exportador (Foto: Jose Carlos de Assis)


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O governo decidiu, já que tem ampla maioria no Congresso, favorecer a compra de terras brasileiras por indivíduos e empresas estrangeiras interessadas no agronegócio. É o último capítulo de um programa desnacionalizante que tem por objetivo ignorar ou liquidar as empresas industriais brasileiras e fazer o país regredir a uma situação de primário-exportador. Voltaremos aos tempos do Velha República, quando um grupo de magnatas do café dominava a economia brasileira e toda a demanda industrial interna era coberta por importações.

A consequência conhecida do modelo primário-exportador é a total dependência do mercado externo de commodities. Toda a vez que os preços das commodities – seja café, no passado, seja a soja ou minério de ferro, agora – caíam lá fora entrávamos em crise do balanço de pagamentos. O ciclo atual está sendo atenuado pela grande acumulação de reservas cambiais dos governos Lula. Mas isso acaba. Por isso, a aposta no agronegócio é uma falácia desde quando o entreguista Eugênio Gudin pontificava nesse sentido nos anos 50.

A indústria básica, com Getúlio Vargas, e a indústria de transformação, com Juscelino, seguidas de seu aprofundamento nos governos militares, é um legado que está sendo destruído a toque de caixa pelo Governo Temer. Similar ao que está acontecendo com o chamado legado olímpico, em grande parte já destruído, o avanço anterior na industrialização está sendo degenerado por Temer e Meirelles, eles que nada fizeram ou fazem em favor do desenvolvimento do país. Apenas dilapidam o que já existe, da Petrobrás aos serviços de água.

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O que ainda resiste da indústria brasileira depois de anos de política cambial catastrófica, que aliás continua, está sendo sucateado. Querem agora eliminar a requisição de conteúdo nacional em investimentos financiados pelo Governo, como os da área do petróleo, o que desnuda a intenção de colocar esse mercado de importância estratégica em mãos dos estrangeiros, levando à quebra empresas médias brasileiras que durante décadas acumularam tecnologia e capacidade de gestão nessas áreas. Querem também eliminar a TJLP, principal base para o financiamento de médio e longo prazo da indústria brasileira.

O fato é que a exigência de conteúdo nacional é fundamental para o desenvolvimento de um mercado de trabalho de média e alta tecnologia, com empregos de qualidade e com alguma distribuição de renda. Querem trocar isso por parcos empregos no agronegócio, grande concentrador de renda, e de limitado desenvolvimento tecnológico. É mais um crime de lesa-pátria do Governo Temer, contra o trabalhador e contra a sociedade. Voltamos aos anos 50 quando se dizia que o Brasil era um país essencialmente agrícola, e por isso não precisava se industrializar.

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No ritmo furioso do Governo Temer-Meirelles, a ideia é passar rápido pela goela do Congresso medidas que jamais seriam aceitas num regime normal eleito pelo povo, ou que dependesse do povo para reeleger-se. Aí vale tudo. Da compra de adesão mediante oferta de cargos ministeriais e em empresas públicas, na maior negociada com o patrimônio público já vista na história republicana, à manipulação de uma imprensa também comprada, tudo vale para liquidar os interesses da Republica na forma mais deslavada, sim, de corrupção.

O agronegócio está investindo pesado no Congresso e na mídia. Campanhas milionárias estão sendo levadas ao ar pela televisão, principalmente Globo, para exaltar as qualidades do agro. Nada contra em termos conceituais. Entretanto, é evidente que há um coelho nesse mato. Ninguém gasta tanto dinheiro assim para cantar os valores da soja, uma commoditie basicamente de exportação, por seu conteúdo proteico. O agro, na verdade, está comprando a mídia, assim como está comprando o Governo. Nós pagaremos a conta da desnacionalização extrema, na forma de alienação de nossa soberania sobre a terra.

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