O abatedouro do Brasil

Agora, com grande alarde midiático, destinado a comprometer a imagem externa do setor, atacam o agronegócio, responsável por 7,2% das exportações nacionais, em 2016, depois da soja e dos minérios. Atrás apenas dos Estados Unidos, o Brasil detém 40% do mercado mundial da carne de frango, 20% do mercado mundial de carne bovina e 9% do de carne suína. Em julho do ano passado, o Brasil finalmente acertou com os EUA a venda de carne bovina in natura, após 18 anos de negociações

Brasil, Promissão, SP, 09/03/2006 – Foto: Alf Ribeiro – Linha de produção e corte de carne do Frigorífico Marfrig, em Promissão, SP
Brasil, Promissão, SP, 09/03/2006 – Foto: Alf Ribeiro – Linha de produção e corte de carne do Frigorífico Marfrig, em Promissão, SP (Foto: Fernando Rosa)


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A Operação Lava Jato expôs definitivamente nesta sexta-feira, dia 17 de março, com a operação “Carne Fraca”, seu papel de “abatedouro” oficial do ataque do sistema financeiro internacional à Nação brasileira. Ao investir contra mais um setor estratégico da economia brasileira, o Enclave de Curitiba deixa claro sua “missão” de promover a destruição da indústria nacional com inserção internacional. A sequência de operações, os alvos selecionados, os momentos escolhidos, tudo aponta para um “poder paralelo” operando contra o Estado brasileiro 

O primeiro alvo da Operação Lava Jato foi a Petrobras, o pré-sal, a indústria do petróleo, com um ataque antecipado pela reativação da IV Frota e pelas escutas da NSA. Em seguida, preventivamente, investiram contra a indústria de defesa, leia-se submarino nuclear, condenando à prisão perpétua o Almirante Othon, ou seja, a sua inteligência. Depois, partiram para cima do segmento de infraestrutura, da engenharia nacional, da indústria naval, destruindo setores de ponta da indústria do país.

Agora, com grande alarde midiático, destinado a comprometer a imagem externa do setor, atacam o agronegócio, responsável por 7,2% das exportações nacionais, em 2016, depois da soja e dos minérios. Atrás apenas dos Estados Unidos, o Brasil detém 40% do mercado mundial da carne de frango, 20% do mercado mundial de carne bovina e 9% do de carne suína. Em julho do ano passado, o Brasil finalmente acertou com os EUA a venda de carne bovina in natura, após 18 anos de negociações.

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O Brasil, definitivamente, entrou na rota da destruição dos Estados Nacionais, processo iniciado com a guerra do Iraque, de acordo com o analista Felipe Camarão em seu texto “O fim do mundo unipolar“, publicado por este blog. “Não são guerras para apropriar-se das riquezas destes países, mas sim para impedir que produzam”, diz Camarão, incluindo a Líbia e a Ucrânia na lista dos países alvejados. “Os primeiros investimentos em petróleo no Iraque após a guerra de 2003 foram feitos pela chinesa CNPC, apenas em 2008, com inicio da produção em 2011”, lembra ele.

A eleição de Lula em 2003 e, a partir de então, o fortalecimento do mercado interno, a política internacional soberana e a associação ao BRICS colocaram o Brasil em rota de colisão com a globalização predatória.  Na impossibilidade das guerras tradicionais, desde 2013 o Brasil está sob ataque de uma “guerra assimétrica” patrocinada por agentes externos, autoridades internas capturadas e uma mídia corrupta e venal. A derrota do comando central imperialista nas eleições norte-americanas apenas aumentou a ferocidade do ataque contra o Brasil e outras Nações do mundo.

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“O imperialismo reage com uma política de recolonização selvagem, com a quebra de direitos sociais, privatizações, fim ao ensino gratuito, serviços de saúde com os estados postos a serviço do capital financeiro”, denuncia Felipe Camarão, no mesmo texto citado. “Até a dissolução das FFAA, ou sua transformação em meros capitães do mato do imperialismo, está em questão”, destaca ele. Essa política levará a luta de classes a um novo patamar muito mais agudo, diz ele, destacando que “o custo econômico e social de tal projeto fara emergir poderosos movimentos de defesa nacionais contra a regressão colonial”.

A profundidade do golpe, a velocidade com que avança contra os interesses nacionais e destrói direitos sociais impõem uma ampla reflexão, além da solução eleitoral, para impedir a destruição do Estado nacional. É preciso superar velhos dogmas, compreender as mudanças da geopolítica mundial – a partir das eleições norte-americanas e, acima de tudo, assumir claramente, sem meias-palavras, a defesa da Nação. Os brasileiros precisam, mais do que nunca, de um Projeto Nacional que aponte para o futuro, afirmando um caminho de desenvolvimento, com industrialização, empregos e soberania.

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