Exclusão e mediação social

Uma tentativa de mediar entre os excluídos e a ordem econômica capitalista predominante foi implementada no Brasil pelo ex-Presidente Lula, atualmente encarcerado por sua insistência em contrariar os interesses do Mercado

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lula (Foto: Aroldo Bernhardt)


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Platão com a "metaxia" e também Eric Voegelin focando o que considerava uma tensão existencial perceberam, cada qual a seu modo e tempo, que os seres humanos estão sempre sob duas forças ou tendências opostas.

Nessa perspectiva somos seres individuais e ao mesmo tempo seres coletivos. Ficamos sempre "no meio de" em autêntico e permanente entremeio. Temos desejos, aspirações e necessidades individuais, mas o grupo ou os coletivos onde nos inserimos tem as suas imposições, as quais quase sempre contradizem ou se opõe aos reclamos personalistas. E embora pareça paradoxal cada indivíduo para se viabilizar precisa do seu grupo.

Entendo que a partir daí, de forma bastante simplificada, é possível afirmar que do individualismo surgiu o capitalismo e do coletivismo surgiu o socialismo, e suas variantes. Mercado e Estado são as instituições que materializariam esses dois "ismos".

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A lógica calculista do Mercado acarretou expressivo desenvolvimento econômico, científico e tecnológico e, digamos assim, "funcionou" de forma tão eficiente e objetiva (embora carente de substantividade) que transcendeu a economia e alcançou as demais dimensões da vida humana – a política, a cultura e até a social. Somos todos – seres que calculam.

E o Estado que viria para conter os excessos do Mercado (do individualismo), para ficar na concepção de Thomas Hobbes, não tem sido efetivo nessa missão. O Mercado vem prevalecendo. Tanto é assim que em meio a tanto "progresso" há gritante miséria humana, para quase um terço da população mundial e preocupante agressão à natureza. Estatísticas estão aí para comprovar o "sucesso" do Mercado e o "insucesso" humano e ambiental. Por isso, o capitalismo volta e meia atravessa crises sistêmicas. Crises que antes eram resolvida com guerras e agora são equacionadas com concentração da produção em grandes corporações.O "sistema" vigente é inviável a longo prazo. A tal Modernidade está nos estertores. Nossas instituições não respondem mais a complexidade do momento. Basta observar o mundo à nossa volta, cada vez mais surreal.

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Postas essas considerações iniciais e atentando aqui apenas para a chamada exclusão social inerente ao capitalismo e que atinge de forma contundente as minorias, os negros, os índios, os idosos, os pobres, os homossexuais, os toxicodependentes, os desempregados, as pessoas portadoras de deficiência, dentre outros, entendo que esse processo de afastamento e de privação de indivíduos ou de grupos sociais dos benefícios e das vantagens da sociedade contemporânea, é o grande óbice a enfrentar.

Uma tentativa de mediar entre os excluídos e a ordem econômica capitalista predominante foi implementada no Brasil pelo ex-Presidente Lula, atualmente encarcerado por sua insistência em contrariar os interesses do Mercado. Pesquisas mostram que o seu retorno à Presidência é apoiada por formidável maioria, a tal ponto que a eleição de 2018, mantido o panorama, pode se resolver ainda no primeiro turno

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Por isso os representantes de Golias - o Mercado tentam impedir que Lula - o Davi tupiniquim, leve adiante o seu projeto de enfrentamento à exclusão e se valem de recursos judiciais e midiáticos para eliminá-lo.

Contudo até porque ele deixou de ser uma pessoa de carne e ossos, transformando-se numa ideia, milhares de portadores dessa ideia estão surgindo. E uma ideia não pode ser aprisionada, em especial quando é portadora de esperança por justiça social. É o que está posto em Curitiba, com povo que lá resiste vindo de todos os cantos. É o que está posto em manifestações artística e intelectuais. É o que está posto na mídia estrangeira, estarrecida com os atuais acontecimentos aqui no Brasil.

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Ideias não morrem, ela evoluem. Ideias trazem o augúrio mencionado por Bhetovem, em Hamlet, dizendo que quando o momento é chegado, estar pronto é tudo. E o Brasil dos excluídos está de prontidão!

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