Uma unidade para matar

A verdade é que este atual governo israelense não dá a mínima para o que pensa o mundo e ao contrário do que diz, entra no jogo do Hamas fazendo exatamente aquilo que desejavam, atrair a ira do mundo para Israel, afinal, ninguém de boa índole pode ficar inerte diante de um banho de sangue proporcionado pelo exército que se auto-intitula o mais ético do mundo

Manifestante palestino durante protesto em Gaza 14/05/2018 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Manifestante palestino durante protesto em Gaza 14/05/2018 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa (Foto: Mauro Nadvorny)


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Os sessenta palestinos mortos ontem nas manifestações na fronteira entre Israel e Gaza já estavam mortos muito antes de lá chegarem.

Esta foi mais uma daquelas tragédias anunciada perfeitamente evitável que tirou a vida de inúmeros jovens palestinos de maneira absurda.

Eu não me deixo levar pelo besteirol de informações que tentam explicar o injustificável. Eles morreram porque tentavam atravessar a fronteira para matar israelenses. Ou que teriam recebido dinheiro para irem se manifestar. De que seriam todos terroristas. Que Israel tem o direito de defender suas fronteiras etc.

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Vou tentar ser o menos passional possível para explicar o meu ponto de vista.

O uso da força desproporcional por parte de Israel é público e notório. A falta de meios não letais para conter manifestações de civis, de parte do exército, é do conhecimento de ambas as parte. Então o resultado de ontem foi um acontecimento natural dos fatos.

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A mesma manifestação levada a cabo na fronteira poderia ter acontecido na cidade de Gaza, com direito a desfiles organizados de militantes, de escolas, de sindicatos, de associações palestinas etc. Mas lá provavelmente não teriam a mesma cobertura da mídia, tampouco corpos para serem enterrados no dia seguinte.

Então voltamos ao que eu escrevi lá em cima, estes que pereceram na fronteira já estavam mortos antes de chegarem lá. Era preciso, de acordo com a política do Hamas, que ocorresse o maior número possível de mortes. Elas garantiram a mídia e o sangue destes jovens serviu aos propósitos do Hamas, assim como foram úteis ao governo de Israel para propaganda interna.

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A verdade é que este atual governo israelense não dá a mínima para o que pensa o mundo e ao contrário do que diz, entra no jogo do Hamas fazendo exatamente aquilo que desejavam, atrair a ira do mundo para Israel, afinal, ninguém de boa índole pode ficar inerte diante de um banho de sangue proporcionado pelo exército que se auto-intitula o mais ético do mundo.

Finalmente o que existe de mais triste nisso tudo. Sessenta famílias enterrando seus mortos. Nada os trará de volta e seus nomes logo serão esquecidos e substituídos pelos mortos da próxima manifestação, em se mantendo o quadro atual.

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Não existe nenhum futuro para a população de Gaza enquanto o Hamas se mantiver no poder, assim como não existe a menor chance de um acordo de paz que leve a criação de um estado Palestino, enquanto Nethanyau continuar como primeiro ministro.

A nomeação do consulado americano de Jerusalém como nova embaixada pode ter sido a motivação deste massacre, mas foram as palavras de incentivo do Hamas e as balas dos soldados israelenses as responsáveis pelas mortes. Hoje é dia de chorar pelo povo de Gaza.

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