Quem nos salvará de nossa elites?

A passagem de Bolsonaro pela “sabatina” da CNI é pedagógica para entendermos porque somos um país que “tinha tudo para dar certo, mas...”. O que nos choca é a elite empresarial deste país se extasiar com uma figura como Bolsonaro, a ponto de aplaudi-lo de pé

Quem nos salvará de nossa elites?
Quem nos salvará de nossa elites? (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)


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A passagem de Bolsonaro pela “sabatina” da CNI é pedagógica para entendermos porque somos um país que “tinha tudo para dar certo, mas...”

Não se trata aqui de compararmos propostas de governo, até por que Bolsonaro não as apresentou. E não precisamos abordar a passagem dos outros candidatos pelo evento. Com as vaias de Ciro, eu posso não concordar, mas entender.

O que nos choca é a elite empresarial deste país se extasiar com uma figura como Bolsonaro, a ponto de aplaudi-lo de pé, demoradamente, quando da sua chegada, ou seja, antes mesmo de apresentar qualquer proposta àquela seleta platéia.

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Portanto, devemos supor que recepção tão calorosa se deu pelo conjunto da obra, valeu seja, pelos posicionamentos e ações anteriores do candidato.

Agora, como parte do exercício de desvendarmos o que querem nossas elites, resgatamos as principais manifestações do senhor Bolsonaro ao longo do tempo. Alguns raros e infelizes momentos que tiveram o candidato como  protagonista, e pelo que nos ensina  a lógica, têm o entusiasmado apoio de nossa elite empresarial.

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Vejamos:

“O erro da ditadura foi torturar e não matar”.

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“Pinochet devia ter matado mais gente.”  

“Seria incapaz de amar um filho homossexual. Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí.”  

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“Mulher deve ganhar salário menor porque engravida”

”Não vou estuprar você porque você não merece.“ 

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"Eu fui num quilombola em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gastado com eles". 

“Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio mulher”.  

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“Eu sou favorável à tortura, tu sabe disso”.

“Na grande mídia, dizem que eu não entendo de economia, mas vou disputar eleições no ano que vem, não o vestibular’’.

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“O índio que vem falar aqui de reserva indígena. Ele devia ir comer um capim ali fora para manter as suas origens.”

Eis, em algumas manifestações sinceras, o Bolsonaro que os empresários que lotaram o auditório conhecem e aprovam. É o mesmo que nós conhecemos. Ele não produziu muito mais ao longo dos anos. Ninguém sabe o que ele pensa de economia e política externa, ou sobre qualquer outro tema que não lhe permita exibir rapidamente, em poucas palavras, sua visão medieval do mundo e sua essência fascista.

As elites econômicas e empresariais em qualquer país desenvolvido têm responsabilidades com a nação que vão além de apenas pedir isenção de impostos.

Infelizmente, as nossas, em algum momento da história, esqueceram disso.

Fica claro que essa gente não têm o mínimo compromisso com a imagem do país e com a justiça. Preferem ainda, em 2018, a senzala a serviço da casa Grande.

Com estas elites, que possibilidade nós temos de construir um país justo, rico em oportunidades e soberano?

Você, leitor, vê alguma chance? Eu não.


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