E por falar em debate: com vocês, o padrão Boni de manipulação

Na última edição do Jornal Nacional em que ainda se podia se falar da disputa pelo Palácio do Planalto, contando-se em horas o tempo que faltava para o início da votação no segundo turno, foram ao ar os melhores momentos de Collor e os piores de Lula – edição de Alberico de Souza Cruz e Ronald de Carvalho

E por falar em debate: com vocês, o padrão Boni de manipulação
E por falar em debate: com vocês, o padrão Boni de manipulação (Foto: ANTONIO RIBEIRO/Dedoc)


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Um episódio resume o espírito da revolução apenas formal da Globo e o que é, na essência, o telejornalismo que pratica.

Às vésperas do debate Collor versus Lula, no segundo turno da eleição de 1989, Miguel Pires Gonçalves, superintendente executivo da emissora, pediu que Boni desse seu toque no evento, a pedido da assessoria de Collor, que passou a contar com o apoio ostensivo da Globo após namoro com o tucano Mário Covas por um certo tempo.

A briga entre os dois candidatos estava desigual, Lula era o povo e Collor, a autoridade. Então Boni montou a cena. Tirou a gravata de Collor, botou um pouco de suor com uma glicerinazinha, pastas com supostas denúncias contra Lula inteiramente vazias ou com papéis em branco no púlpito de Collor.

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-- Todo aquele debate foi produzido – não o conteúdo, o conteúdo era o Collor mesmo – mas a parte formal nós é que fizemos.

O executivo confessou tudo isso 22 anos depois em entrevista a Geneton Moraes Neto, transmitida na Globo News. Tudo o que a emissora negou por 22 anos.

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Vamos à edição do debate, com o melhor de Collor e o pior de Lula.

Alberico de Souza Cruz, chefe da Editoria Rio, popularmente chamado de Alburrico, chegaria ao poder do jornalismo da Globo ao fim dos anos 1980 pela edição do debate final da campanha que elegeria o primeiro presidente depois da ditadura militar eleito pelo voto direto.

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Na última edição do Jornal Nacional em que ainda se podia se falar da disputa pelo Palácio do Planalto, contando-se em horas o tempo que faltava para o início da votação no segundo turno, foram ao ar os melhores momentos de Collor e os piores de Lula – edição de Alburrico e Ronald de Carvalho.

Isto, acompanhado de repercussão popular favorável a Collor, mais um editorial francamente elogioso a Collor lido por Alexandre Garcia, ex-assessor de imprensa do "presidente" general Figueiredo.

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O serviço valeu a Alburrico a ascensão ao topo do jornalismo da Globo e a queda da dupla Armando Nogueira e Alice Maria. A queda de Alburrico, por sua vez, veio com a queda de Collor – parceiro de PC Farias, "o caçador de marajás", o presidente que de cara confiscou a poupança, deixou a economia em frangalhos e foi enxotado do Palácio.

Não valeu a Alburrico nem ter feito parte do corpo de bombeiros que mandou a amante do senador Fernando Henrique Cardoso, repórter da Globo, para doce exílio europeu, sustentada pela Brasif e uma Bolsa Pimpolho, junto com o filho que não é filho dele, afilhado de Alburrico, que resultou num Proer para a imprensa amiga, de centenas de milhões logo que FHC assumiu.

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