Considerando o histórico das pesquisas e das eleições o próximo Presidente será Lula ou seu indicado

Analisando todas as pesquisas observa-se que os cenários com ausência de Lula, os eleitores que dizem estarem indecisos e que irão votar nulos aumentam em média de 20 pontos percentuais. Esses eleitores parecem esperar de Lula a indicação em quem devem votar

Considerando o histórico das pesquisas e das eleições o próximo Presidente será Lula ou seu indicado
Considerando o histórico das pesquisas e das eleições o próximo Presidente será Lula ou seu indicado (Foto: Paulo Pinto - Ag. PT)


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Estamos prestes a começar a campanha eleitoral de fato. Faltam aproximadamente dois meses para eleição presidencial de 2018. Muitas são as previsões e especulações feitas, tanto pela população com por cientistas e analistas políticos. Mas o que realmente as sete eleições anteriores podem nos mostrar em relação às pesquisas de intenção de voto e os resultados obtidos nas urnas?

Tendo como referência as pesquisas realizadas pelo Instituto Datafolha, iremos fazer uma análise e demonstrar que provavelmente o novo Presidente da República será o ex-presidente Lula ou quem ele indicar.

Em 1989 na primeira eleição direta para presidente desde a redemocratização - Fernando Collor tinha 33% das intenções de voto na pesquisa realizada entre os dias 23 e 24 de setembro. No dia da eleição, 15 de novembro, ele obteve 30% e depois veio a ser eleito Presidente da República vencendo Lula no segundo turno.

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Fernando Henrique Cardoso vinha com tendência de crescimento, obtendo na pesquisa de 8 de agosto de 1994 36% das intenções de votos.  Nas urnas, FHC foi eleito em primeiro com 44% dos votos totais.  Na eleição de 1998, Fernando Henrique tinha 42% na pesquisa feita em 14 de agosto. No dia da eleição obteve 42% dos votos totais sendo reeleito em primeiro turno.

Na eleição presidencial de 2002, Lula esteve sempre à frente das pesquisas. Em 16 de agosto, oito semanas antes do pleito, Lula tinha 37%. Em 6 de outubro, Lula marcou 41,5% dos votos totais, os quais não foram suficientes para vencer no primeiro turno. Ciro Gomes que chegou estar com 27% perdeu força e o tucano José Serra foi para o segundo turno perdendo a eleição para Lula.

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Na pesquisa realizada em 22 de agosto de 2002, Lula tinha 37% e Alckmin 13%. Numa eleição muito polarizada entre PT e PSDB. No dia do pleito Lula obteve 45% dos votos válidos e Alckmin 38,9%, o que obrigou a ter segundo turno vencido por Lula.

Dilma a candidata de Lula obteve 41% contra 33% de José Serra na pesquisa de 9 de agosto 2010. No dia 3 de outubro, Dilma teve 42% dos votos totais contra 30% de Serra. Dilma derrotou o candidato tucano no segundo turno e se sagrou a primeira presidenta do Brasil. No pleito de 2014, na pesquisa realizada em 14 de agosto, Dilma obteve 35% e Aécio 25%. Na apuração dos votos Dilma obteve 37% dos votos totais e Aécio marcou 30%. Dilma veio a ser reeleita no segundo turno na eleição mais acirrada para presidente desde a redemocratização.

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Diante dos resultados observa-se que as pesquisas realizadas, aproximadamente, 60 dias antes da eleição nos permite estimar ou prevê o resultado das eleições de 2018. Fica evidente que o primeiro colocado na pesquisa eleitoral, sempre fica em primeiro no dia da apuração. Sendo eleito já no primeiro turno, ou indo para o segundo turno e vencendo. Nas 7 eleições disputadas após a democratização o presidente eleito estava em primeiro lugar nas pesquisas há dois meses da eleição.

As eleições sempre tiveram suas particularidades e de todas a que mais se assemelha a esta foi a de 1989: mais de 10 candidatos, crise econômica gravíssima, presidente do PMDB e altamente rejeitado. Mas esta em especial tem um fato novo que dificulta muito as previsões. O líder das pesquisas eleitorais o ex-presidente Lula está muito próximo de ter sua candidatura caçada.

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A última pesquisa do Datafolha ocorreu entre os dias 6 e 7 de junho, onde Lula tinha 30%, Bolsonaro 17% e Marina 10%. Já o ultimo levantamento do Ibope foi feito de 21 a 24 de junho Lula apareceu com 33%, Bolsonaro com 15% e Marina Silva com 7%. O levantamento do Vox Populi realizado entre os dias 18 e 20 de julho, mostra Lula com 41%, Bolsonaro com 12% e Ciro Gomes com 5%.

Finalmente a mais recente pesquisa realizada, ou seja, a mais próxima dos 60 dias antes da eleição foi feita pela XP/Ipespe, entre os dias 30 de julho e 1º de agosto, que mostra o candidato Lula com 31%, Bolsonaro com 19% e Alckmin com 9%.  Se tratasse de uma eleição dentro da normalidade, poderíamos cravar que Lula seria novamente presidente do Brasil.

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Iremos a seguir analisar o potencial de transferência de votos de Lula. Analisando todas as pesquisas observa-se que os cenários com ausência de Lula, os eleitores que dizem estarem indecisos e que irão votar nulos aumentam em média de 20 pontos percentuais. Esses eleitores parecem esperar de Lula a indicação em quem devem votar.

O levantamento feito pela XP/Ipespe, o único instituto que analisou esse potencial de transferência, ao colocar Fernando Haddad como possível candidato de Lula - Haddad salta de 2% para 13%, ficando apenas atrás de Bolsonaro que fica com 20%. É importante ressaltar que Lula ainda não indicou Haddad e continua a afirmar que será candidato. Não indicação pode explicar o alto número de entrevistados dispostos a anularem o voto, 27%, com Lula esse número é de 15%. No primeiro turno de 2014 o percentual de votos brancos e nulos para presidente foi de 9,64%.

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O Ibope realizou duas sondagens para presidente no Estado de São Paulo, conhecido pelo seu antipetismo, na primeira realizada entre os dias 23 e 26 de junho Haddad teve 3%. Na feita entre os dias 29 de julho e 1º de agosto, Haddad ficou com 4%. A CNT/MDA realizou pesquisa entre os dias 2 e 5 de agosto, dias que antecederam a convenção que efetivou Lula presidente, Haddad seu vice e possível substituto. Agora Haddad já aparece com 8,3% de intenção de votos em São Paulo, ou seja, está com 38% das intenções de voto de Lula. O ex-presidente lidera a corrida eleitoral para presidente em São Paulo com 21,8%.

O ex-presidente Lula sempre teve um grande potencial de transferência de votos, prova disto foram as duas eleições de Dilma, personagem desconhecida da política até então. O próprio Fernando Haddad foi eleito prefeito de São Paulo devido a esse potencial de transferência. O PT tem que fazer chegar ao eleitor esse potencial, para isso tem militância politica no Brasil inteiro e um tempo interessante de televisão.

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