#EleNão x Zumbis

Diante do que está se vendo, o que alguém imaginaria esperar de um governo com esse perfil político, técnico e humano? A mobilização popular mostrou que o povo percebeu o nível de irresponsabilidade que isso significa para o presente e para o futuro do país



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No sábado, 29 de setembro, mulheres e jovens em especial deram um freio de arrumação na história do Brasil pós-golpe, iniciado em 2013. Aos milhares, foram às ruas de todo o país afirmar alto e bom som: “#elenão!”. Uma resposta simples, direta, mas poderosa e carregada de simbolismos, que demarcaram a linha divisória entre a civilização e a barbárie.

As imagens, em boa parte sonegadas pela grande mídia, mostraram massivas manifestações que extrapolaram os limites de partidos ou candidatos. Todas as cores do Brasil vibraram com a tradicional alegria do nosso povo mulambo, que tanto desagrada o general Mourão. A luz da humanidade e da esperança expôs os zumbis da ditadura e as sombras do fascismo.

Atordoado com às ruas, no dia seguinte, o capitão-candidato disse que, enquanto ficou no hospital, foi atacado e quer “mostrar a realidade”. Ou seja, “explicar” o que Paulo Guedes e, principalmente, o general Mourão disseram nos últimos dias. Um conjunto de barbaridades econômicas e desumanidades que expressam o “programa” da sua chapa.

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Ainda no hospital, o capitão-candidato ameaçou, ou seria blefou, com um novo golpe se não ganhar a eleição, sugerindo desconfiança das urnas eletrônicas. Não aprendeu com Aécio Neves e o PSDB, que pagam o preço por virar a mesa da democracia em 2014. Antevendo a derrota para o candidato do PT, Fernando Haddad, o capitão-candidato insiste em retornar a 1964, num delirante “dejavu” histórico.

Na condição de vice, quando ainda falava publicamente, o general Mourão jactou-se que seria o homem da estrutura, que organiza e pensa. Já o capitão seria o “agitador das massas”, que fala coisas ao calor da hora. No entanto, mais do que o capitão falante, o general Mourão foi quem disparou a metralhadora giratória, acertando a candidatura e expondo a imagem do Exército.

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Primeiro demonstrou preconceito e ignorância geopolítica agredindo a formação nacional mulamba. Depois, atacou avós e mães – mas só as pobres, como tentou remendar – que sozinhas criam os filhos e que, por isso, “terminam alimentando o tráfico”. Por último, investiu contra o 13º Salário, ameaçando a classe trabalhadora com o equivalente a uma perda mensal de 8,3% em seus ganhos.

A truculência verbal e a desconexão com o mundo real, no entanto, é geral nas hostes do capitão-candidato, como deixam claro seus seguidores. Na semana passada, outro general defendeu banir livros de história “que não tragam a verdade sobre 64”. Sem falar nas barbaridades racistas, machistas e homofóbicas repetidas pelo próprio “mito” e seus filhos – um deles, neste domingo, insistiu em ofender as mulheres.

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Em entrevista de TV, o capitão-presidente deu um chega prá lá explícito no general-vice, que hoje emergiu na Avenida Paulista em forma de boneco gigante, fardado, e com faixa presidencial. Sem meia palavras, disse que vice deve ser decorativo e não falar besteiras. Antes, já havia impedido Mourão de representá-lo e, depois, ordenou que não participasse de eventos públicos e debates com vices das outras chapas.

Diante do que está se vendo, o que alguém imaginaria esperar de um governo com esse perfil político, técnico e humano? A mobilização popular mostrou que o povo percebeu o nível de irresponsabilidade que isso significa para o presente e para o futuro do país. É de esperar que lideranças que ainda pretendam preservarem-se perante a Nação acordem para a verdadeira realidade.

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