Em defesa da democracia

Quero advertir, a partir das minhas experiências pessoais, às pessoas comprometidas com a democracia no Brasil, que a eleição do senhor Jair Bolsonaro abre, pelas suas práticas, novamente as portas para a volta da ditadura no País

Em defesa da democracia
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A democracia é um valor universal, que possibilita a convivência respeitosa entre pessoas que pensam e vivem de forma diferente, possibilita o diálogo, a construção de consensos e possibilidades compartilhadas.

Conheço pessoalmente os candidatos que disputam o 2º turno das eleições presidenciais em nosso país. Com Fernando Haddad convivi mais de seis anos no governo Lula. Pude acompanhar a sua gestão profícua e democrática à frente do Ministério da Educação. Diálogo permanente com as professoras e professores, reitores, pessoas e entidades que trabalham e pensam os desafios da Educação no Brasil.

Com o outro candidato, Jair Bolsonaro, que ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados na mesma época que eu, nunca pude dialogar. Não há da parte dele nenhum acolhimento ou respeito aos que têm reflexões e olhares diferentes sobre a realidade e os desafios da nossa grande e querida pátria brasileira. Nunca o encontrei nas comissões onde se discutem os projetos de lei e onde se buscam os caminhos da conciliação e da harmonia. Nunca o vi participando de debates de forma democrática e dialogante. É sempre na base do grito, da provocação, da intolerância.

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A minha militância em defesa da democracia começou cedo. Adolescente, no movimento estudantil secundarista e nos movimentos cristãos comprometidos com a justiça social e o bem comum, coloquei-me na luta contra a ditadura. A reconstrução do Estado Democrático de Direito, dos direitos fundamentais, das liberdades públicas foi o norte que guiou os anos da minha juventude.

Estudante na Faculdade de Direito da UFMG, construímos o movimento Habeas Corpus. Vivíamos sob a opressão do Ato Institucional nº 5, da Emenda Constitucional ou Constituição Outorgada de outubro de 1969. O instituto do habeas corpus estava suspenso para os chamados crimes políticos, crime dos que ousavam discordar do regime ditatorial vigente. Era o tempo da tortura, das mortes, dos desaparecidos.
Advogado e professor na Faculdade Mineira de Direito durante quase 40 anos sempre reafirmei os compromissos com os valores democráticos.

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As práticas democráticas estiveram sempre presentes nos mandatos e cargos que ocupei: Vereador, Prefeito de Belo Horizonte, Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ministro do Desenvolvimento Agrária, Deputado Federal.

Quero advertir, a partir das minhas experiências pessoais, às pessoas comprometidas com a democracia no Brasil, que a eleição do senhor Jair Bolsonaro abre, pelas suas práticas, novamente as portas para a volta da ditadura no País. Esta é uma eleição, uma disputa entre os que querem preservar a democracia e os que querem impor as suas concepções e interesses pela força.

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Façamos uma escolha sensata pensando em nós e nas gerações futuras. A democracia é uma conquista civilizatória que se contrapõe ao terror e à barbárie.

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