Escola sem Partido – Deveres detalhados

Esse samba da pedagogia maluca deve soar em alto e bom som na sala de aula, de modo a formar alunos destituídos de consciência crítica, espírito de cidadania e atuação solidária



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O projeto de lei (PL 7180/14) conhecido como Escola Sem Partido propõe adicionar à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional afixar em salas de aula esta lista de seis deveres do professor:

1)“O professor não se aproveitará da audiência cativa dos alunos para promover os seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias.”

Entenda-se: o professor não deve criar expectativa de “audiência cativa” na sala de aula. A balbúrdia, a anarquia e a bagunça generalizadas são sinais de boa pedagogia, contrária à ideia de que alunos são cativos e, portanto, escravos.

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Convém ao professor, para evitar “promover os seus próprios interesses”, não ter opiniões, concepções, nem preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias. Assim, recomenda-se às escolas manter um corpo docente de amebas.

2) “Não favorecerá nem prejudicará ou constrangerá os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas.“

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Entenda-se: é vetado o acesso à sala de aula de professores que tenham qualquer espécie de convicção ou não tenha nenhuma (a “falta delas”). Cabe à escola encontrar docentes anódinos e invertebrados, desprovidos de qualquer convicção.

3) “Não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas.”

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Entenda-se: o professor deve ensinar que a política é uma atividade danosa e os partidos, nefastos. E apontar como traidores da pátria, arruaceiros e vândalos todos que participaram de manifestações, atos políticos e passeatas, como Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Frei Caneca, Gandhi, Mandela, Luther King, a jovem Malala, Chico Mendes e Marielle Franco, entre outros.

4) “Ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, apresentará aos alunos, de forma justa – isto é, com a mesma profundidade e seriedade -, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito da matéria.”

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Entenda-se: cabe ao professor ser isento. Exemplo: ao tratar da atual economia do Brasil, deverá destacar as principais versões, a dos analistas da mídia, que ressaltam o aumento da pobreza, da violência e da inflação, o recuo do PIB e a disparada do desemprego. E também a versão do governo, de que não há pessoas jogadas pelas calçadas, a violência e a inflação estão sob controle, o PIB volta a crescer, bem como a abertura de novos postos de trabalho.

5) “Respeitará o direito dos pais dos alunos a que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com as suas próprias convicções.”

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Em respeito ao direito de educação dos pais, os professores devem manter estrito silêncio quando um aluno bradar em classe “Viva Stálin!” e outro revidar “Viva Hitler!”. Também não poderá impedir que alunos advoguem a submissão da mulher ao homem e a intolerância religiosa.

6) “Não permitirá que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam violados pela ação de estudantes ou terceiros dentro da sala de aula.”

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Entenda-se: esse samba da pedagogia maluca deve soar em alto e bom som na sala de aula, de modo a formar alunos destituídos de consciência crítica, espírito de cidadania e atuação solidária.

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