Congelamento do piso salarial: crise na contra dos trabalhadores

A proposta do governador Wilson Witzel de congelamento, por dois anos, do piso salarial regional, é mais uma demonstração comum de que quem deve pagar a fatura da crise é o trabalhador. Esta proposta prejudica inúmeras categorias profissionais que atuam no Rio de Janeiro e tem o piso estadual regulamentado a cada ano

Congelamento do piso salarial: crise na contra dos trabalhadores
Congelamento do piso salarial: crise na contra dos trabalhadores (Foto: Fernando Frazão - ABR)


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A proposta do governador Wilson Witzel de congelamento, por dois anos, do piso salarial regional, é mais uma demonstração comum de que quem deve pagar a fatura da crise é o trabalhador. Esta proposta prejudica inúmeras categorias profissionais que atuam no Rio de Janeiro e tem o piso estadual regulamentado a cada ano.

É bom lembrar que o Rio tem um Conselho Estadual de Trabalho, Emprego e Geração de Renda que subsidia o Governo do Estado antes do envio da Mensagem Executiva à ALERJ para votação sobre o piso salarial regional. Este ano, na reunião sobre a definição do piso, empregadores e trabalhadores não tiveram acordo. Mas isso já tinha acontecido no passado. Por vezes, este encontro produz acordo e outras vezes não.

Para 2019, a proposta dos trabalhadores foi de 6,95% de reposição das perdas salarias e um pequeno percentual de aumento real e os empregadores propuseram 1,22%. O salário mínimo nacional teve um aumento de 4,61%, a inflação do ano de 2018 é de 3,75% e a acumulada nos últimos doze meses, de janeiro do ano passado a janeiro deste ano, é de 3,78%.

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Normalmente, quando o governo recebe a ata da reunião do conselho revelando que não houve acordo, o Executivo trabalha com uma média da proposta feita por trabalhadores e empregadores, que, neste caso, seria de 4,08%, número próximo da inflação acumulada no período. Não há razão, portanto, para sacrificar a população congelando o piso salarial regional por dois anos!

Mesmo por um ano já não seria admissível, pois a reposição das perdas inflacionárias, como prevê a Constituição, deve ser garantida. O que chama a atenção é que, enquanto o governador Witzel pretende congelar o piso salarial regional, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (AGETRANSP) permite um aumento na tarifa das barcas, tanto na tarifa social quanto na tarifa seletiva.

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Neste último caso, inclusive, ao arrepio de lei votada na Assembleia Legislativa (ALERJ) que estabelece um limite para este valor. Enquanto o governo propõe este congelamento do piso salarial regional no Rio de Janeiro por dois anos, a bancada do governo na Casa Legislativa patrocina a cobrança de tarifa social de água para templos religiosos, o que representa uma renúncia de receita para a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE), empresa pública que paga dividendos ao tesouro estadual ao final de cada exercício anual.

Não dá para pensar na lógica de que é o trabalhador quem paga a fatura da crise! O rombo orçamentário/financeiro é substancial, mas é preciso encontrar soluções duradouras para revertê-la gerando receitas novas. Não faremos isso sacrificando os trabalhadores que, arrochados, não consumirão. Sem consumir, os setores econômicos de comércio e serviços tenderão a ter perdas decorrentes deste congelamento. Portanto, minha posição é contrária a esta proposta governamental.

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