Substitua intolerância por informação

Lamentavelmente a sociedade está regredindo a passos largos. Ela lê menos, luta menos pelos seus direitos e têm se tornando mais agressiva e segregadora com as pessoas que são diferentes, e que não estão enquadradas na heteronormativa social

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Depois de tantos anos de chumbo da ditadura militar, chego à conclusão de que nossa democracia se fragiliza a cada dia por conta do avanço de uma ideologia conservadora, que faz apologia a tortura, ao estupro, e ao ódio contra as mulheres e as minorias sexuais e culturais. Dentro de todo esse clima de ódio, a população sofre com o aumento assustador do desemprego, e do custo de vida. Como se não bastasse esse cenário sombrio, a cada 19 horas no Brasil uma pessoa LGBTI é executada por motivo de ódio e intolerância.

Sabe-se que o Brasil continua se destacando a nível mundial como o país onde mais se mata pessoas por causa sua orientação sexual, seguido pelo Irã, Iraque e Zimbábue ( Países governados por fanáticos religiosos). No entanto, não podemos negar alguns avanços no tocante ao direito, tais como em 2011 em decisão histórica o STF reconhece a união estável para casais do mesmo sexo, e cria jurisprudência inédita pressionando o legislativo brasileiro a quebrar o silêncio frente às demandas homoafetivas, em 14 de maio de 2013 Resolução 175 do conselho nacional de justiça que obriga aos cartórios a realizarem a cerimonia de casamento com igualdade de condições aos casais homoafetivos, com base nos princípios de liberdade, igualdade e promoção do bem de todos sem preconceito de origem, raça, sexo, cor idade, e quaisquer formas de discriminação, previsto na Constituição Federal de 1988. Apesar de o judiciário Brasileiro reconhecer o direito ao casamento homoafetivo, a legislação nacional expressa não sofre alterações.

O Brasil "pra inglês ver", é liberal e trata todo mundo com respeito. A liberação sexual é uma farsa, porque vivemos em uma sociedade hipócrita nada liberal. Essa "liberação cai por terra quando chega a hora das escolas falarem sobre diversidade sexual, intolerância religiosa, racismo etc. " O povo LGBTI+ pode ate fazer seus eventos, desde que sejam longe de minha casa", "eu adoro os amigos gays eles ate são engraçados , mas não gostaria de ter um deles em minha família" e assim sucessivamente, este é mais ou menos o tipo de liberação sexual que se tem no Brasil.

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Michael Foucault a dizia que Quanto mais se fala de sexo, menos liberdade se tem" e mais " uma maneira de não praticar a sexualidade é permitir que se fale sobre ela.

Lamentavelmente a sociedade está regredindo a passos largos. Ela lê menos, luta menos pelos seus direitos e têm se tornando mais agressiva e segregadora com as pessoas que são diferentes, e que não estão enquadradas na heteronormativa social. O Brasil precisa aprender a respeitar a diversidade sexual e cultural de centenas de cidadãos e cidadãs.

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A escola precisa estar atenta a essa necessidade e não se fechar a esta pauta tão contemporânea e imprescindível. Enquanto setores retrógrados estão indo na direção contraria da Historia, como ocorre atualmente, dando ênfase na "Escola sem partido". Sou um ser humano esperançoso , acredito que um dia aquele mar de pessoas que vão atualmente as paradas LGBTI +. poderão um dia sair do estagio de consciência ingênua/ não critica, e despertar para uma consciência crítica, deixando de carregar o sentimento de culpa que lhes impuseram muito antes do seu nascimento, vão combater o sentimento de culpa e inferioridade, assim com uma consciência crítica e politica. Vão entender que não basta ir às ruas apenas em dias de parada, que precisam se aliar aos outros seguimentos da sociedade; Sindicatos, movimentos negros, de mulheres, estudantis, dentre outros e construir uma politica que possa contemplar suas reivindicações. Precisam acreditar que o processo eleitoral não acaba com sua opressão sofrida. No período eleitoral todo politico é contra o racismo, contra a intolerância religiosa, contra a lgbti+fobia. Conhecemos alguns parlamentares que se dizem aliados da luta contra a intolerância, mas nunca empregaram um negro, um. Lgbti+, deixando assim todo discurso de solidariedade aos oprimidos na retórica.

A baixada fluminense continua sendo um lugar perigoso para a comunidades lgbti+ e para os praticantes de religião de matriz africana, pois nesta região esses seguimentos sociais estão sendo vítimas dos mais variados crimes, sem que os seus algozes sejam punidos exemplarmente. Dos 13 municípios que compõem essa região, temos apenas três pontos de apoio, um centro de referência em Duque de Caxias, outro sendo formado na cidade de Queimados, e em Mesquita uma coordenadoria diversidade sexual. Enquanto isso os outros Municípios continuam sendo cúmplices dos crimes envolvendo LGBTI +, porque são omissos e não implantam, uma politica pública para o enfrentamento dessa realidade cruel.

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Sabemos que uma cidade não pode jamais ser civilizada enquanto as pessoas forem excluídas do mercado de trabalho e comumente executadas com requinte de crueldade por não estarem enquadradas dentro na heteronormativa. Necessário se faz entender que ninguém é menos ou mais cidadão por causa de sua orientação sexual, mas sim pelo seu caráter.

A qualidade de vida e ate mesmo o direito de existir estão sendo postos à prova por pessoas comuns e por autoridades governamentais incompetentes, que não sabem governar uma cidade para todas as pessoas, incluindo a comunidade LGBTI, população igualmente importante, que já soma mais de dez por cento de toda a América Latina. Enquanto os políticos da Baixada continuarem ignorando a existência da pessoa LGBTI +., tenho certeza de que essas pessoas vão continuar esquecendo seus títulos eleitorais nas gavetas, ou escolhendo as pessoas que já demostraram que são solidárias com sua luta por um país menos preconceituoso.

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O afeto dessas pessoas não é crime! Crime é a corrupção tão vergonhosa e praticada, sobretudo, pelos políticos que sempre votaram contra os direitos civis do povo LGBTI +. O amor dessas pessoas, o amor por essas pessoas não mata, o que mata, realmente, é a inércia e a alienação social e a incompetência dos governos em não implantar uma politica pública contra a lgbti+ fobia, instalando centro de referência em cada cidade, criando uma delegacia policial especializada em crimes de intolerância e ódio, como já existem em algumas cidades do Brasil.

Falta vontade política, falta amor. Falta o povo LGBTI+ se somar àqueles que estão nas ruas combatendo um governo inimigo da população e lacaio de uma minoria dominante.

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A diversidade sexual é um tema que precisa estar em pauta todos os dias.

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