Sobre a prisão de Michel Temer

A prisão do ex-presidente Michel Temer ocorre no momento em que a Lava Jato e sua equipe encontram-se pressionadas

Sobre a prisão de Michel Temer
Sobre a prisão de Michel Temer (Foto: Reprodução/TV Globo)


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É assaz provável que existam provas concretas contra Michel Temer. Espera-se, pois, que o processo deferido para a realização de sua prisão tenha-se pautado por meios legais e com provas definidas, objetivas, patentes, caso contrário, estaremos fazendo coro à criminalização da política, algo que favorece à extrema-direita e os donos do poder. Dito isto, defendo que a questão central para analisarmos a prisão é: por qual motivo isto foi feito em 21 de março de 2019?

Ora, isto torna-se evidente ao percebermos que boa parte da sociedade que antes apoiara a Lava Jato passou a questioná-la e a desacreditá-la. Isto deu-se por diversos fatores.

O primeiro fator que é ululante é a politização do Juiz Sérgio Moro. Ao sair de suas atribuições no Judiciário e ir prestar funções no Executivo, enquanto ministro de Bolsonaro, fez com que muitos que confiavam na Lava Jato ficassem com "um pé atrás". Pois, como pode um juiz, que influenciou os rumos do processo eleitoral ao impedir Lula de concorrer ao cargo máximo do Executivo, ingressar num governo por ele favorecido?

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O segundo fator ocorreu em maio. A Lava Jato criara um processo contra a Petrobras, fazendo com que a empresa tivesse que pagar uma multa exorbitante para a Operação e o dinheiro, arrecadado da multa, voltaria para a administração dos procuradores da Lava Jato.

Além desses fatores, é imprescindível destacarmos que a prisão de Temer ocorre após o Supremo Tribunal Federal impor limites as atividades da Lava Jato (1) e as declarações do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Este, em discurso proferido ontem, 20 de março, faz críticas a Sérgio Moro e a seu pacote de lei anticrimes.

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Ou seja, a decisão ocorre no momento em que a Lava Jato e sua equipe encontram-se pressionadas.

Externado tudo isso, acredito que seja mais fácil respondermos à pergunta inicial. A medida foi deferida hoje como sendo uma resposta e um recado, de Sérgio Moro e dos procuradores da Lava Jato, para os políticos. Resposta e recado que seriam algo mais ou menos assim: "respeitem-nos, pois ainda temos força". E, em momento consentâneo, é, ainda, uma estratégia, muito bem arquitetada, enviada à sociedade que estava desolada com a "República de Curitiba".

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(1) https://jornalggn.com.br/noticia/stf-decide-que-a-lava-jato-podera-ser-julgada-pela-justica-eleitoral/

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