Poderia ter sido eu

Sou professor há 13 anos. Moro e leciono no interior paulista. O atentado em Suzano não passou perto de mim. Mas poderia. E se assim fosse, poderia ter sido eu uma das vítimas desses moleques assassinos, adoradores da violência e apoiadores do fascismo



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Sou professor há 13 anos. Moro e leciono no interior paulista. O atentado em Suzano não passou perto de mim. Mas poderia. E se assim fosse, poderia ter sido eu uma das vítimas desses moleques assassinos, adoradores da violência e apoiadores do fascismo.

Sim, poderia ter sido eu a morrer pelos tiros desses jovens. Jovens que se sentiram no direito de sair matando, justamente porque uma sociedade igualmente doente elegeu um candidato que propagava e propaga um discurso de ódio.

Sim, as balas das armas que dispararam e encontraram inocentes, poderiam ter me encontrado. E ainda poderão, afinal, pretende-se armar “cidadãos de bem” em detrimento à educação das pessoas. A nova política de “arma e circo” é que prevalecerá. E nesse  picadeiro, continuaremos a ser os palhaços, tratados com desprezo. O mesmo picadeiro que tenta culpar professores de serem doutrinadores, e que tenta calar a discussão política com o falacioso argumento de sermos comunistas/petistas/marxistas. Tudo para que não sejam formados cidadãos e cidadãs críticas ao sistema e aos políticos.

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Sim, poderia ter sido eu uma das vítimas dos atiradores. E, se você votou no nazifascista Bolsonaro, a culpa também é sua. Não foi por falta de aviso. Mas sua vontade de expressar seu preconceito e seu ódio encontraram em seu candidato a brecha perfeita para se manifestar. Bolsonazi apenas permitiu que vocês se revelassem.

(Em tempo: no mesmo dia que finalizava esse artigo, deparei-me com a notícia de que um adolescente de 15 anos foi preso na mesma cidade em que leciono, após ameaçar seus colegas de classe com um possível atentado, que seria feito com uma pistola .40)

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