A traição a Geisel
"A abertura de um escritório de representação do Brasil em Jerusalém, no lugar da mudança da embaixada, anunciada neste final de semana, é mais um uma medida na linha da 'destruição' pregada pelo capitão-presidente", diz o colunista Fernando Rosa; "A posição de Bolsonaro ignora decisão histórica adotada pelo Brasil durante o governo do general Ernesto Geisel, nos anos 70, que propiciou ao Brasil abrir os mercados do Oriente Médio, especialmente ao agronegócio", disse
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A abertura de um escritório de representação do Brasil em Jerusalém, no lugar da mudança da embaixada, anunciada neste final de semana, é mais um uma medida na linha da “destruição” pregada pelo capitão-presidente.
Além do “factóide”, que serve apenas para Bolsonaro fazer um agrado ao seu ídolo imperial, o que sobra é prejuízo para os brasileiros, que perderão mercados comerciais duramente conquistados pelas gerações anteriores.
A posição de Bolsonaro ignora decisão histórica adotada pelo Brasil durante o governo do general Ernesto Geisel, nos anos 70, que propiciou ao Brasil abrir os mercados do Oriente Médio, especialmente ao agronegócio
Em 10 de novembro de 1975, com o voto do Brasil, foi aprovada a Resolução 3379 da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), que considerou o sionismo como forma de racismo e discriminação racial.
Em sua biografia, o general Geisel disse que, mesmo contrariando os Estados Unidos, e também militares à época alinhados ao general Sylvio Frota, líder da “linha dura”, o Brasil votou a favor da resolução.
Atualmente, temos um volume de exportação de cerca de US$ 11,2 bilhões para os países do Oriente Médio, contra US$ 466 milhões para Israel; além de outros US$ 9 bilhões para os países árabes da África.
Também em seu governo, o general Ernesto Geisel abriu relação com a China e com Angola, além de aprofundar o papel do Estado na economia, posições hoje questionadas ou criticadas abertamente pelo capitão e generais no governo.
Ao renegar as corretas, pragmáticas e estratégicas políticas adotadas pelo presidente Geisel em seu governo, com evidentes resultados futuros, Bolsonaro e seus generais deixam claro a que interesses servem.
Não foi atoa que, no período pré-eleitoral, a memória do general Ernesto Geisel foi alvo de intensa campanha difamatória por parte da CIA, a mesma instituição que Bolsonaro visitou em sua recente viagem à matriz.
Assim como Getúlio Vargas e Lula, Geisel se portou como um estadista, acima de tudo compromissado com a construção da Nação, ao contrário de quem hoje ataca o Estado Nacional e bate continência para potências estrangeiras.
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