Eu, você e nós: os porcos espinhos modernos

Eu, você e nós, haveremos de refletir sobre os espinhos que carregamos em nossos corpos, espinhos que não furam, mas perturbam, sangram e dificultam o entendimento humano e existencial nesse vale de depuração e superação sobrenatural que habitamos temporariamente



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Há uma fábula bem antiga que dá conta de uma convocação geral para uma reunião entre os bichos da floresta para resolverem um fato que desafiava a todos e que colocava a vida de cada em iminente risco de vida frente a noites muitos frias do inverno que se aproximava.

A pauta de discussão era a sobrevivência de todos, pois a manutenção da vida de cada um residia em dormirem juntos e coladinhos para que as junções do calor dos seus corpos aquecessem uns aos outros e os prevenissem das longas noites geladas que teriam que enfrentarem.

Diante do chamado os bichos atenderam a convocação e aceitaram dormir a primeira noite fria de inverno bem juntinhos. Ao acordarem pela manhã os que dormiram do lado dos porcos espinhos, notaram que estavam sangrando e cravados de espinhos. Porém notaram que apesar de tudo estavam vivos e que os machucados tinham cura e que a vida era o que importava.

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A noite seguinte se aproximava e já desvelava, novamente, mais uma cena noturna de frio extremamente cortante e que poderia levar a morte. Porém, alguns bichos mais "espertos" fizeram uma reunião paralela, antes do anoitecer, e em separados, excluíram os porcos espinhos da rodinha da sobrevivência, entendiam que eles não seriam adequados na junção de calor nas próximas noites frias.

Diante daquele oportunismo individualista, de alguns, parte dos bichos se rebelaram e foram contra aquele encaminhamento, afinal não haviam justificativas para deixarem de fora os porcos espinhos que com suas temperaturas aqueceram a todos na noite anterior.

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Naquele momento os inconformados com aquela situação propuseram a realização de um sorteio de forma que todos os sorteados, noite após noites, deveriam encontrar a melhor forma de dormirem juntos com os porquinhos para que eles tivessem as suas vidas e dos demais preservadas e protegidas das intensas noites de geladas.

Esse dilema humano, nos faz refletir e nos remete aos dias atuais, pois estamos vivendo uma tragédia que assola o mundo moderno, o individualismo, fato que tem nos desafiado a fazer escolhas que tem levado as pessoas, duvidosamente, a só querer se relacionarem com os "perfeitos" ou os que reforcem a suas maneiras de ver e viverem o mundo.

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Talvez, uma das saídas para este caos, seja a humanidade reaprender a conviver e a valorizar as diferenças que somam, superam, transformam e que possibilitará perceber que tudo é possível quando se ver o outro como semelhantes em suas infinitas diversidades.

Eu, você e nós, haveremos de refletir sobre os espinhos que carregamos em nossos corpos, espinhos que não furam, mas perturbam, sangram e dificultam o entendimento humano e existencial nesse vale de depuração e superação sobrenatural que habitamos temporariamente.

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