Econômicos e sem educação

Procura-se abordar a possível predominância do pensamento de esquerda nas universidades, que seriam “antros de comunistas”. No entanto, não surtirá efeito o questionamento, pois quando são os olavetes que determinam os princípios de tudo na esfera oficial, nada adianta usar da boa argumentação, com fatos e números



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A constância do desgoverno propicia a contínua crítica, nem sempre publicada ou comentada. Tomando por base o noticiado no mês, são feitas algumas reflexões, curtas no enunciado e que podem ter interpretações e conclusões diversas. Certo que não serão lidas por milicianos e palacianos. Educação é um dos motes; economia, outro.

A pesquisa Datafolha reflete o desastre do atual governo. A realidade somente será admitida pela maioria da população quando a economia degringolar de vez, infelizmente. Lembremos que na campanha foi propalada a ideia de que bastaria retirar o PT (que já não estava no poder há mais de dois anos!) que a economia se recuperaria como num passe de mágica. Na verdade, o que faltou foi o debate político e a construção de um programa de governo, ausências evidentes agora que se buscam negociações no Parlamento que não prosperam devido à falta de traquejo do presidente e sua equipe. Os rumos de uma campanha insípida e seca – forçados ou não – pouco contribuíram para a democracia.

A economia é, assim, o reflexo direto da inépcia do governo, tanto gerencial como política. Beira o desânimo a forma como o capital, representado pelo mais tosco de seus capitães, está entregando o país e calando seu povo. A origem recente está fundada no golpe de 2016, mas a história revela o colonialismo de longa data.

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A comparação da situação econômica criada com uma sinuca de bico, dada a impossibilidade de uma solução para o País, esbarra apenas no fato de que há muitos Rui Chapéu por aí que conseguiam, mesmo assim, matar a bola na caçapa. Não é o caso da turma que ocupou o Palácio do Planalto e cercanias. Creio que a reforma da Previdência é café pequeno perto dos desafios que o Brasil possui e o generalato está apenas observando para ver quando o subalterno vai sucumbir. Mais uma versão de golpe militar, iniciado em 2016 e concretizado três anos depois. O anterior, de triste memória nestes 55 anos, plasmou a rotatividade de ditadores. O atual foi mais sutil, mas não menos danoso.

Discordo dos que querem fazer um gesto de caridade ao ministro das relações incestuosas. Fomos muito tolerantes com a ignorância nos últimos anos, plasmado um presidente intelectualmente limitado, uma ministra que acha que sua Pasta é um púlpito, um colombiano que nada entendia de programas de educação, substituído por um gestor de coisa nenhuma, e um escatológico pseudo-filósofo, guru dessa corja toda. Procura-se abordar a possível predominância do pensamento de esquerda nas universidades, que seriam “antros de comunistas”. No entanto, não surtirá efeito o questionamento, pois quando são os olavetes que determinam os princípios de tudo na esfera oficial, nada adianta usar da boa argumentação, com fatos e números. Além da confusão que se quer fazer do conceito de liberal em relação à filosofia e à economia. Precisamos, sim, de mais ciência – e de cientistas – na política para usar espaços que tragam conteúdo à discussão e não apenas rótulos.

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Até jornalões ficaram, por um instante, muito otimistas com o governo, só porque foi feita uma reunião com ex-cacique do PSDB. Isso não quis dizer que o capitão se tornou político que ouça. Mesmo entrando o som, não há como produzir sinapses.

Nossos educadores maiores, reconhecidos até internacionalmente, não sobrevivem à ignorância institucionalizada. Algum alento acontece, com experiências e propostas de que valorizem a necessidade do conhecimento, tanto o que se compartilha, como aquele necessário para entender o outro, numa relação de simbiose entre educador e educando. Pena que no universo Brasil, Paulo Freire nunca existiu. No âmbito da ciência e tecnologia, também fica evidenciado o entreguismo nacional exacerbado. Resta a dúvida sobre os verdadeiros interesses militares e estratégicos ao entregar, por exemplo, a base de Alcântara aos norte-americanos. O capitão apronta, mas os generais por trás desse governo têm uma estratégica oculta, mas bem definida.

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Por fim, tanto os que votaram neste governo, como os que o refutaram, sabiam muito bem que assim seria. Se vale falarmos “bem feito!”, não se pode dizer “eu não sabia”. De qualquer forma, faço mea culpa por me limitar aos protestos escritos na imprensa e redes sociais, como estes que são uma compilação de cartas. No mais, é guardar cada uma das raras manifestações de protestos para uma análise crítica, ampla e profunda do momento no qual vivemos para um futuro em que espero possamos ver tudo isso como passado.

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