Estudo britânico mostra como está difícil ser professor no Brasil

A Universidade de Sussex, na Inglaterra, divulgou uma avaliação sobre o sistema educacional e a situação das professoras e professores em 35 países. No item respeito ao magistério, o Brasil ficou em último lugar com apenas um ponto de 100 possíveis

Estudo britânico mostra como está difícil ser professor no Brasil
Estudo britânico mostra como está difícil ser professor no Brasil


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A Universidade de Sussex, na Inglaterra, divulgou na quinta-feira (9) uma avaliação sobre o sistema educacional e a situação das professoras e professores em 35 países. No item respeito ao magistério, o Brasil ficou em último lugar com apenas um ponto de 100 possíveis. A pesquisa entrevistou mil adultos, além de 5.500 professoras e professores em cada um dos 35 países avaliados.

No levantamento de 2013, o Brasil era o penúltimo colocado. Piorou porque a ofensiva conservadora contra as professoras e professores aumenta o grau de estresse da profissão. Cresce a violência, a repressão e a insegurança. Essa pesquisa mostra claramente a pouca valorização da educação pública em nosso país. Querem censurar as aulas, incitando alunos a vigiarem os docentes por causa de uma suposta “doutrinação” que na realidade são aulas baseadas no diálogo e no respeito à diversidade.

O projeto Escola Sem Partido defende o partido único da falta de pensamento e de inteligência. Quem perde é o mais pobre ficando sem acesso às disciplinas fundamentais para o desenvolvimento da cidadania e da criatividade como Filosofia, Sociologia, Artes e até Educação Física.

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Além do mais, reflete a degradação do sistema educacional. Principalmente com o encerramento do ciclo de governos populares e desenvolvimentistas e a ofensiva ultraconservadora para acabar com a educação pública, favorecendo o empresariado desse setor primordial para a evolução da civilização ao cultivar o conceito de cidadania com liberdade e autonomia.

Veja a pesquisa completa (em inglês) pelo link

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Com o desembarque da crise mundial no Brasil, a partir de 2014, o Ministério da Educação (MEC) sofre cortes imponderáveis. Esses cortes se acentuam com o golpe de Estado de 2016 e a subida de Michel Temer à Presidência. Neste ano, o orçamento do MEC está em R$ 103,5 bilhões, quase 12% a menos do orçamento de 2018. Não por acaso, a China comunista ficou em primeiro lugar, ao contrário de países como o Brasil e Argentina que abraçaram o neoliberalismo, sistema a favor dos mais ricos.

O ministério bloqueou mais de R$ 1,7 bilhão das 63 universidades e dos 38 institutos federais. Isso levou os docentes e os estudantes às ruas e campi universitários contestar esse brusco corte nos investimentos nessas instituições com grande prejuízo à pesquisa e à ciência.

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Os golpistas apearam o poder com muita fome do dinheiro do Estado brasileiro. Jair Bolsonaro avança como um rolo compressor para destruir de vez a resistência ao desmonte da educação pública. Com a tese do Estado mínimo, visam a transferência de dinheiro público (nosso dinheiro) para o setor privado. Inclusive abrindo o mercado para estrangeiros.

Ranking de respeito às professoras e aos professores

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Mais

China -  100 pontos

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Malásia -  93 pontos

Taiwan - 70 pontos

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Rússia -  65 pontos

Indonésia 62 - pontos

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Menos

Argentina - 24 pontos

Gana - 19 pontos

Itália - 14 pontos

Israel - 7 pontos

Brasil - 1 ponto

Na educação essa prática é inconcebível por se tratar de área estratégica para o desenvolvimento nacional soberano. O Brasil enfrenta um sucateamento da educação pública e uma ofensiva contra os profissionais desse setor. Fica evidenciado o descaso com o serviço público, com a classe trabalhadora e com o país.

O Piso Salarial Nacional do Magistério é de R$ 2.557,74 e ainda muitos prefeitos e governadores se recusam a pagar o piso. As escolas estão abandonadas à própria sorte e os governantes apelam para o sucateamento com objetivo de privatizar.

Pelo levantamento da Sussex, apenas 20% dos pais gostariam que suas filhas e filhos abraçassem a profissão de lecionar. Isso acontece porque a desvalorização profissional, a precariedade das escolas, o salário baixo e a falta de segurança desencoraja a entrada de novas pessoas nessa área.

Essa notícia triste para a carreira do magistério brasileiro nos impinge a ir com mais contundência à luta. O movimento educacional se movimenta e reage. No dia 15 de maio fizemos um ato histórico com os estudantes mobilizamos cerca de 2 milhões de pessoas no país. Agora apoiamos a manifestação estudantil marcada para quinta-feira (30).

 

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