Bolsonaro dá o troco aos trabalhadores brasileiros

"A revelação de que cada deputado da base fisiológica do governo fará jus à bagatela de R$ 10 milhões para votar a famigerada Reforma da Previdência não deve surpreender a ninguém", diz o colunista Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia; "Mas pode fazer corar uma parte do bando de iludidos que bateu panelas para tirar governo legítimo do poder e, na sequência dos fatos, dois anos depois, foi às urnas eleger um candidato 'honesto' como Jair Bolsonaro. O troco está vindo a galope. E as patadas vão sobrar não só para esses eleitores, mas para todos os brasileiros"

Bolsonaro dá o troco aos trabalhadores brasileiros
Bolsonaro dá o troco aos trabalhadores brasileiros (Foto: Esq.: Alan Santos - PR / Dir.: Antonio Cruz - ABR)


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Por Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia

A revelação de que cada deputado da base fisiológica do governo fará jus à bagatela de R$ 10 milhões para votar a famigerada Reforma da Previdência não deve surpreender a ninguém. Mas pode fazer corar uma parte do bando de iludidos que bateu panelas para tirar governo legítimo do poder e, na sequência dos fatos, dois anos depois, foi às urnas eleger um candidato “honesto” como Jair Bolsonaro. O troco está vindo a galope. E as patadas vão sobrar não só para esses eleitores, mas para todos os brasileiros.

A revelação da negociata foi feita pelo colunista Bernardo de Mello Franco, no Estadão, ganhando repercussão em manchete deste Brasil 247. Essa base fisiológica, que atende pelo vulgo de Centrão, vem sugando os recursos públicos há décadas e esta é a única forma de fazer política que conhecem. O velho e ruim toma-lá-dá-cá que o “mitcho” prometeu abolir em sua campanha virtual e eivada de fakenews de toda sorte. E que enganou milhões de pessoas que acreditaram em eventos fajutos de amplo espectro.

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A reforma que o presidente desses incautos entregou ontem ao Congresso Nacional já ganhou títulos justos e elucidativos. Mas o “genocídio dos idosos”, título de uma transmissão da TV247 é emblemático e cirúrgico. Nada na história do Brasil é tão danoso, cruel e letal para o futuro daqueles que envelhecerão nesse país sob a égide da hecatombe Bolsonaro.

Falamos de um país que, além do governo militar que começa a mandar nos destinos da Nação, tem nas presidências da Câmara dos Deputados e no Senado Federal figuras como Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Casas legislativas que já tiveram na tribuna nomes como Ulysses Guimarães, Cristina Tavares, Fernando Lyra, Paulo Brossard, Mário Covas ou Lula. Em tempos assim, Maias e Alcolumbres não serviriam nem cafezinho. Com todo respeito aos funcionários do setor. Não é para menos que cabe aos dois serem, hoje, os articuladores dessa barganha.

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Não é o caso, agora, de analisar os pontos da reforma previdenciária, o que vem sendo feito em tudo quanto é noticiário e, com maestria e precisão, em artigos publicados pelos colunistas deste espaço jornalístico. Mas está claro que tudo é muito danoso no texto que foi entregue ao Congresso e tema de uma fala sem nexo e sem respeito ao trabalhador transmitida na noite dessa quarta-feira (20), em rede de rádio e TV, pelo presidente da República. Indício maior do desastre que se assoma é a aprovação entusiástica que a reforma teve por parte dos barões do patronato.

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Trata-se apenas de um desabafo, como outros que temos ouvido desde que esse arremedo de governo começou a aprontar e a cumprir suas promessas nefastas de campanha. Se o presidente trata assim os seus eleitores, imagina o que ele pensa dos que não caíram na sua loa. Ele hoje dá o troco, a todos.

Por fim, e não menos importante, lembrar que a apresentação desse assassinato da Previdência marca a estreia do novo líder do Governo no Congresso, o senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (MDB). Político em final de carreira em Pernambuco, remanesce do mandato iniciado em 2014, pois dificilmente seria reeleito se precisasse do pleito do ano passado. Tem uma longa história de idas e vindas de um lado a outro da política, entre governo e oposição, do antigo PFL do clã dos Coelho de Petrolina aos governos socialistas de Miguel Arraes e Eduardo Campos, do governo Dilma ao de Temer.

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FBC chega à função confiando na amnésia seletiva do novo colega, o ministro da Justiça Sérgio Moro, seu antigo algoz. É que Bezerra Coelho, em mais essa volta ao poder, desembarca com cinco inquéritos por corrupção nas costas. Crimes cometidos em vários períodos, desde quando era prefeito de Petrolina até agora. É acusado de passar a mão em R$ 2 milhões em propinas de empreiteiras que atuam no Porto de Suape. Foi convocado por Bolsonaro dois dias depois de prestar seu último depoimento na Operação Lava Jato, que já teve em Moro o mentor e operador.

Costuma rebater os fatos dizendo que já foi inocentado pelo STF em duas denúncias, uma da Lava Jato. Agora está inserido no contexto de um governo que trata de maneira tão peculiar ministros acusados de corrupção, de plantar laranjas, de caixa 2 (que nem crime de corrupção mais é, segundo Moro) e até condenados por crime ambiental (mesmo ocupando pasta do Meio Ambiente). Está tudo em casa.

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