Carluxo deita, rola e faz de Mourão a Geni do governo

"O presidente não tem o menor controle sobre seus três filhos. Particularmente, em relação ao segundo, que não parou de postar impropérios, mesmo diante da reação quase que em cadeia adotada por civis e militares da linha de apoio bolsonarista – dos ministros fardados a parlamentares que começaram, esta semana, a ocupar a tribuna para reclamar da arenga", avalia o jornalista Gilvandro Filho sobre os ataques do vereador Carlos Bolsonaro ao vice-presidente Hamilton Mourão 

Carluxo deita, rola e faz de Mourão a Geni do governo
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Por Gilvandro Filho, para o Jornalistas pela Democracia 

Não há notícia, na história da República e dos governos do Brasil, democráticos ou não, de um caso parecido com essa guerra declarada entre os filhos do presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão, escolhido pelos "garotos" – e pelos aliados dos três - para ser a Geni os primeiros dias da era Bolsonaro.

Eleito junto, na mesma chapa, com o presidente, Mourão é hoje, praticamente, persona non grata no Palácio da Alvorada, onde reside a "primeira-família". Um "mal querer" em proporções semelhantes à antipatia com que os "bolsonboys" são encarados entre os militares que compõem fatia expressiva do próprio governo.

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No momento, as partes litigantes estão no ápice de uma vendeta que ninguém sabe como vai terminar. Até porque, se depender do presidente, absolutamente nada será feito para conter a falta de modos e civilidade dos filhos. Bolsonaro já deu provas sobejas de que os filhos podem tudo no seu governo e ninguém tem nada a ver com isso.

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Os filhos do capitão-presidente apitam na política externa, metem o bedelho na segurança, sem falar nos problemas externos que sempre tratam de arrumar. O todo poderoso Fabrício Queiroz, cujo processo foi encerrado nesta quarta-feira (24) pelo STF, é uma prova viva e sumida de que manda quem pode, obedece quem tem juízo e se beneficia quem tem padrinho.

Filho do meio, vereador no Rio de Janeiro, influenciador digital oficial do Planalto, Carlos Bolsonaro é centroavante e artilheiro do time anti-Mourão. É também o mais influente entre os filhos de Bolsonaro, responsável por ações que vão desde acompanhar o pai-presidente em sua estada no Hospital Albert Einstein – nos dias seguinte ao "atentado" sofrido por este, a faca, em Juiz de Fora, Minas Gerais, até o bizarro e descontraído passeio no caro presidencial, senado no encosto e com os pés no assento, em plena solenidade de posse.

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Carluxo, alcunha pela qual também é conhecido, é o responsável, segundo o próprio Bolsonaro, pela sua eleição. É um exercício de imaginação tentar alcançar o que ele (o filho) fez para ser tratado com tamanha reverência pelo presidente, após uma campanha recheada de fakenews e jogadas duvidosas e misteriosas justamente nas redes sociais, praia onde o "garoto" nada de braçada. Mas, prestígio a criatura tem. Esta semana, mesmo, emplacou o melhor amigo, o primo Léo Índio, como bem remunerado assessor parlamentar no gabinete de um senador do DEM.

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Outra mostra de poder de Carlos ocorreu no dia hoje, quando circulou a notícia de que ele simplesmente vetou o acesso do presidente a seu próprio twitter. Segundo a revista Época, o filho escondeu a senha do pai em represália a uma reclamação que ouviu justamente pelos abusos cometidos contra o vice-presidente.

Atitudes como esta demonstram que o presidente não tem o menor controle sobre seus três filhos. Particularmente, em relação ao segundo, que não parou de postar impropérios, mesmo diante da reação quase que em cadeia adotada por civis e militares da linha de apoio bolsonarista – dos ministros fardados a parlamentares que começaram, esta semana, a ocupar a tribuna para reclamar da arenga.

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Da Virgínia, nos Estados Unidos, o guru de Carluxo - o "filósofo", escritor e ex-astrólogo amador Olavo de Carvalho – ri de tudo e de todos. Olavo é influente, emplaca ministros e tem nos militares e em Mourão seus alvos preferenciais. É dele o combustível para a máquina de fofoca continuar a moer como está. Já que o presidente não consegue estancá-la. Ou não quer.

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