A sensação é de exílio dentro do próprio país

O linguista Gustavo Conde afirma que é preciso reorganizar o sentimento interno do segmento progressista, depois do luto em ver a democracia escorrer mais uma vez pelas mãos; ele diz: "viveremos, agora, um sentimento de exílio dentro do próprio país. É diferente da ditadura, pois ali o inimigo era evidente, plano e autoexplicativo". Conde ainda destaca: "mais que Bolsonaro-Moro, o inimigo hoje é o 'bolsonarismo', esse sentimento de ódio e de vingança que atingiu todas as classes sociais da Bahia para baixo"

A sensação é de exílio dentro do próprio país
A sensação é de exílio dentro do próprio país


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Viveremos, agora, um sentimento de exílio dentro do próprio país. É diferente da ditadura, pois ali o inimigo era evidente, plano e autoexplicativo.

Mais que Bolsonaro-Moro, o inimigo hoje é o bolsonarismo, esse sentimento de ódio e de vingança que atingiu todas as classes sociais da Bahia para baixo.

Seremos exilados dentro da nossa própria pátria, num sentimento de desterro que extrapola o medo da violência do Estado - a violência está dentro das pessoas desta vez.

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Será preciso muita arte, muita música, muita cultura, muita ciência, muita coragem para atravessarmos essa travessia do medo.

Mas, como tudo neste mundo, se fizermos a nossa parte, se produzirmos as nossas pílulas de civilização clandestina, o reencontro soberano vai acontecer.

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Eu faço questão de dizer sempre: pessoas de caráter crescem na adversidade. Façamos jus ao enunciado.

Eu continuo sem medo e com um sorriso imenso pela vitória moral de sempre.

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Também celebro os amigos que fiz nessa jornada difícil. Agregar-se em torno de uma causa é um processo virtuoso, que emana poder de mobilização e reflexão. A força espiritual e política que daqui brota é avassaladora - e digo isso sem nenhum receio de errar.

A resposta a tudo isso está em curso. Somos história. O fascismo está do outro lado e ali a vergonha será tanta que nem amizades eles terão para comemorar.

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Viverão escondidos, denegando as próprias existências e identidades, auto apartados do mundo da civilização.

Não fico feliz com isso, pelo contrário. Tenho pena, comiseração.

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Celebro a minha vida, as minhas escolhas que me custaram e custam muito e que, por isso mesmo, são mais saboreadas que a simples deriva social impregnada de convenções e aparências.

O momento é para crescer internamente. Vamos aceitar o fato de que somos uma geração decisiva para o nosso país e que vamos recobrar a nossa democracia com amor, firmeza e autoestima.

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Se Haddad vencesse, o desafio seria o mesmo, porque o bolsonarismo estaria vivo.

Que aceitemos esse desafio. O país é do povo, não de um grupo de odiadores desgarrados.

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