Por que falar sobre a China

A China tem um Estado que permite participação social e representa seu povo. Protege-se da guerra informacional do ocidente, mas oferece aos seus cidadãos sistemas equivalentes ou mais eficazes que os ocidentais. Abriga diversas etnias e povos com liberdade cultural dentro de seu território. Combate problemas ambientais e sociais com grandes projetos do Governo ou com sua participação

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Não faz muito tempo, não falava-se sobre a China no Brasil. Tinha-se noção de que era um país no oriente, rico, porém distante e fechado, com o qual dificilmente teríamos uma relação futura, ao contrário de seus vizinhos, Coreia e Japão. Hoje, por outro lado, nos tornamos um dos principais parceiros comerciais da China, sendo o ator econômico mais relevante da América Latina, exportador de soja e minérios que fizeram os dois países crescerem nas últimas duas décadas. Algo mudou nos últimos anos.

Este processo se deu principalmente porque, durante os Governos Luís Inácio Lula da Silva, aí no Brasil, e Hu Jintao, aqui na China, a aproximação entre os dois países permitiu, de forma inédita no nosso país, relações comerciais com o país mais importante do continente asiático que se tornaram alavanca do nosso crescimento. Desde então, a China não é mais negligenciável, assim como não o é para todos os países que se pensam relevantes na economia e na geopolítica globais, visto ser a principal potência alternativa à hegemonia norte-americana no mundo.

Neste sentido, este espaço de discussões, que deixa os debates sobre Minas Gerais e faz a volta ao mundo para falar daqui da terra do mandarim, propõe uma reflexão: por que falar sobre a China é fundamental?
Aqui, são listados três motivos: econômico, social e cultural.

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Começando pelo econômico, o mais pragmático e simples entre eles. Se a China é, hoje, a segunda economia mais poderosa do mundo, negociar com esse país é estabelecer relações sólidas para intercambiar bens e serviços que se transformem em riqueza e bem estar em nosso país. Ou seja, na hora de discuitir economia, independentemente de ser o Brasil governado pela direita ou pela esquerda, é importante manter relações comerciais com quem tem muito a comprar e oferecer. E o que não falta no mundo é chinês: 1.3 bilhão de pessoas, o que dá algo em torno de um sexto da população mundial. Se você incluir aí a Índia, tem mais de dois bilhões, portanto, esbarrando em um quarto de todos os seres humanos.

Ou seja, não é só questão de uma capacidade de manter relações comerciais em decorrência de um imenso PIB, como seria com a França ou a Inglaterra, mas também de um país tão cheio de gente que todo mundo deseja vender para cá. Para a agricultura e a indústria brasileiros, negociar com a China é vender mais que se o fizesse com toda a Europa. Melhor, claro, se tiver a sabedoria de lidar com todos, China, Europa, países árabes, Estados Unidos, Israel, Cuba. Na hora de vender e comprar serviços, ideologias à parte.

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Igualmente, é importante o aspecto social. A China é um país que já viveu experiências as mais variadas em sua história, muitas das quais são caras pela esquerda internacional, guardadas as devidas particularidades de cada país. Entender o processo sócio-histórico chinês e a maneira como eles adquiriram a organização social que hoje têm, de avançar economicamente dentro dos princípios estruturais do capitalismo, mas mantendo a atuação do Estado para defesa de interesses estratégicos em favor da população, é tão fundamental quanto manter as relações econômicas. Isso, principalmente, vale para o Brasil, que já vive hoje experiências de enfrentamento à dominação pelo imperialismo das grandes potências que, um dia, a China viveu antes de se libertar politicamente com Mao Tsé-Tung em 1949 e se consolidar economicamente a partir dos anos 1980 com Deng Xiaoping (que nunca foi presidente, mas liderou, de fato, o país), Jiang Zemin e Hu Jintao. Hoje sob Xi Jinping, o país tece estratégias para fugir à inércia econômica e fortalecer-se soberanamente no espaço virtual e informacional que, para o Brasil, podem servir de lição.

Por fim, o aspecto cultural não é menos importante. Intercambiar conhecimentos e costumes não significa, necessariamente, abrir-se inteiramente ou impor-se completamente ao outro. Pelo contrário, é permitir que algo da cultura do outro seja assimilado quando interesse. Não à toa, o crescimento estrutural e tecnológico vivido pela Europa ao longo da história deve-se ao fato de ela ter, ao sul, todo o Mar Mediterrâneo e o contato com as civilizações que por ali passaram e trocaram com ela suas descobertas, sejam tecnológicas ou subjetivas, morais, sociais, religiosas. Hoje, na aldeia global em que vivemos, como diria McLuhan, escolher com quem temos relações, pautados pelo preconceito, é nos fecharmos a progredir. Se não o fizermos, outro o faz. Por isso, ainda mais em se tratando de uma das principais economias do mundo, não devemos refutar de imediato suas diferenças, mas conhecê-las e entender por que é assim, a fim de entendermos o que podemos aproveitar para progredirmos como sociedade, e também o que temos a oferecer.

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Por isso, para falar da China, é preciso entender a China. Conhecer suas versões para temas que são tratados no Ocidente de forma equivocada.

A China tem um Estado que permite participação social e representa seu povo. Protege-se da guerra informacional do ocidente, mas oferece aos seus cidadãos sistemas equivalentes ou mais eficazes que os ocidentais, como o multifuncional WeChat, que paga até conta nos comércios. Abriga diversas etnias e povos com liberdade cultural dentro de seu território. Combate problemas ambientais e sociais com grandes projetos do Governo ou com sua participação. Transforma suas grandes cidades para melhor prestar serviços aos seus cidadãos.

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Essa é a China que o Brasil 247 quer mostrar nos próximos meses.

A viagem está só no começo.

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Venham com a gente.

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