Sobre famílias na política e fidelidade partidária

Notem que em 2018 falarão muito em nova política – rescaldo do junho de 2013. Mas saltarão aos olhos as esposas, os filhos ou apadrinhados, na democracia brasileira e sua vida política, partidos são detalhes para quem quer executar um cosplay de família real

Sobre famílias na política e fidelidade partidária
Sobre famílias na política e fidelidade partidária (Foto: LUIS MACEDO)


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Querida leitora e querido leitor, começo o texto dessa semana com uma pergunta:

Qual a diferença entre um politico que apadrinha parentes em seu debute politico e a tradicional figura do coronel?

Ajuntamentos a partir de traços sanguíneos ou ancestralidade são denominamos família. Uso aqui uma definição resumida do Dicionario Aurélio para sanar duvidas de determinados séquitos, quer sejam ajuntados a partir de interesses outros, obscuros e condenáveis ou não – fica a critério do leitor.

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"Conjunto de todos os parentes de uma pessoa, e, principalmente, dos que moram com ela. Conjunto formado pelos pais e pelos filhos. Conjunto formado por duas pessoas ligadas pelo casamento e pelos seus eventuais descendentes. Conjunto de pessoas que têm um ancestral comum. Conjunto de pessoas que vivem na mesma casa. Raça, estirpe. Conjunto de vocábulos que têm a mesma raiz ou o mesmo radical. Grupo de animais, de vegetais, de minerais que têm caracteres comuns. Grupo de elementos químicos com propriedades semelhantes".

O conceito de partido destoa desse conceito, por ser um ajuntamento de pessoas a partir de um programa e afinidades politicas. Politica e família, costumamos chamar aqui no Brasil de coronelismo e na América Hispânica de apaniguados. Partidos políticos são semanticamente falando, representações de parte da sociedade. A partir desses disputamos consciências, travamos a luta politica e nos debruçamos na disputa eleitoral.

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Não é incomum ao visitarmos câmaras de vereadores em municípios diversos e esbarrarmos com a fossilizada figura do fulana ou ciclana eleito, não por desempenhar protagonismo, mas por laços familiares ou conjugais com o deputado X ou vereador Y. Normalmente profissionais sem qualquer histórico de engajamento politico partidário ou politico sindical em sua categoria laboral, anterior a confecção de sua ascensão a poste de alguém. E ai começa o problema, pois os laços familiares comumente se sobrepõem a fidelidade partidária ou programa politico.

Não estão ali por representarem essa ou aquela categoria, não estão ali por uma historia de construção do partido, os gabinetes nesses casos são extensões da casa grande. Vale lembrar que o coronelismo tem sua genealogia em praticas politicas e de poder no Brasil que passam pelas capitanias hereditárias, dão um passeio no império, no escravagismo e desembocam em criaturas como ACM, Barbalho e Collor - não citarei nomes regionais para não ser ameaçado novamente no whatsapp.

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E como para quem tudo é permitido, limite é mero detalhe. Fidelidade partidária ou o cardápio do próximo almoço, não importam tanto. Notem que em 2018 falarão muito em nova politica – rescaldo do junho de 2013. Mas saltarão aos olhos as esposas, os filhos ou apadrinhados, na democracia brasileira e sua vida politico, partidos são detalhes para quem quer executar um cosplay de família real.

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