Demissão de Parente, que seria solução ao caos, é preço impagável para Temer

"Por isso a crise vai continuar. A cleptocracia que tomou de assalto o Palácio do Planalto não tem outra opção que não seja sustentar a gestão criminosa do Pedro Parente", opina o colunista do 247 Jeferson Miola; "A greve anunciada pelos petroleiros, neste sentido, adiciona novas dificuldades à tentativa da Globo e do governo ilegítimo, que tentam circunscrever o caos instalado no Brasil à "greve" dos caminhoneiros"

Demissão de Parente, que seria solução ao caos, é preço impagável para Temer
Demissão de Parente, que seria solução ao caos, é preço impagável para Temer


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A greve liderada pelas empresas de transporte de cargas iniciada segunda-feira, 21/5, instalou o caos que toda sabotagem de empresários do setor de transportes pode produzir num país.

Sem transporte de bens, produtos, remédios, alimentos, combustíveis e mercadorias de um lugar a outro do país, a consequência é o desabastecimento generalizado.

Em outubro de 1972, os empresários de transportes do Chile, financiados e orientados pela CIA e pelo governo dos EUA, instalaram o caos econômico, político e social que ambientou o clima golpista que finalmente derrubou o governo popular de Salvador Allende em 11 de setembro de 1973.

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De fevereiro a abril de 2015, deputados associados a Cunha, Padilha e Temer [Osmar Terra, Darcísio Perondi, Covatti, Alceu Moreira e outros] instrumentalizaram a paralisação do transporte de cargas para desestabilizar o ambiente político, gerar o caos econômico e turbinar a estratégia conspirativa arquitetada para derrubar a recém eleita Presidente Dilma.

O caos hoje é generalizado: desabastecimento de alimentos, de combustíveis, de insumos hospitalares e comprometimento da circulação de mercadorias e pessoas – por terra e por ar.

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Algumas lideranças aproveitam o movimento para defender medidas ditatoriais e fascistas. O movimento atual, porém, não tem o objetivo de derrubar o governo moribundo do Temer, do qual é sócio, mas oferecer condições pra o endurecimento autoritário do regime de exceção, que inclui o cancelamento da eleição de outubro próximo para impedir o retorno do Lula à presidência do Brasil.

A produção econômica, a circulação de gêneros de consumo e de pessoas, a segurança pública, a geração energética, o atendimento hospitalar e outras necessidades essenciais da população estão seriamente comprometidas.

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A causa deste caos, escondida pela Globo e pelo governo ilegítimo, é uma só: a política de preços de combustíveis implantada pela gestão criminosa do tucano Pedro Parente, o ex-chefe da Casa Civil de FHC, na PETROBRÁS.

A Associação dos Engenheiros da PETROBRÁS publicou esclarecimento para explicar como as políticas impostas por Pedro Parente fizeram explodir o preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha no Brasil a partir do golpe de Estado de 2016.

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Aplicando aumentos diários no preço dos combustíveis para saciar a rentabilidade dos acionistas norte-americanos da PETROBRÁS, em menos de 2 anos os preços dos derivados do petróleo foram majorados em mais de 60%, ante uma inflação acumulada de menos de 6%.

A mudança da política de preços da PETROBRÁS em relação ao período Lula é decorrência da entrega da companhia ao domínio das petroleiras estrangeiras, especialmente as norte-americanas, e do abandono da produção doméstica de combustíveis em troca da exportação de petróleo cru para importar produtos refinados nos EUA.

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Durante os governos Lula e Dilma, os preços do diesel, da gasolina e do gás de cozinha eram regulados e calculados em moeda nacional [o real] para assegurar o interesse público, o controle da inflação, o equilíbrio econômico, o desenvolvimento nacional e a sustentabilidade da PETROBRÁS.

O governo golpista interrompeu esta lógica. Parente privatizou ativos da PETROBRÁS, sobretudo do pré-sal, em termos vis – vendeu ativos no pior momento, com o petróleo momentaneamente em baixa.

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Ele reduziu a 25% o refino de petróleo nas usinas da companhia, transferiu a rentabilidade do refino às petroleiras norte-americanas e dolarizou os preços dos derivados de petróleo para garantir a remuneração e as exigências de lucros obscenos dos "sócios" estrangeiros da gangue golpista.

O preço para superar o caos é impagável para o governo entreguista de Michel Temer, porque este preço é a demissão de Pedro Parente e o retorno à política soberana e altiva de gestão da PETROBRÁS.

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Por isso a crise vai continuar. A cleptocracia que tomou de assalto o Palácio do Planalto não tem outra opção que não seja sustentar a gestão criminosa do Pedro Parente.

Esta gestão compreende a privatização de ativos da companhia, a ociosidade da indústria de refino e a exportação de petróleo cru para importação de combustíveis derivados, que levam à dolarização dos preços dos combustíveis no mercado interno para viabilizar a transferência de lucros gigantescos aos novos acionistas [donos] estrangeiros da Petrobrás, que residem nos EUA e na Europa e cobram em dólares seus dividendos.

O governo até poderá ter algum êxito com a pressão, a ameaça e a negociação com os empresários do ramo dos transporte e com os transportadores autônomos, mas não conseguirá conter a ira do conjunto da sociedade em relação ao preço do gás de cozinha e da gasolina – que foram majorados a níveis estratosféricos para propiciar a transferência da renda nacional para a rapina externa.

A greve anunciada pelos petroleiros, neste sentido, adiciona novas dificuldades à tentativa da Globo e do governo ilegítimo, que tentam circunscrever o caos instalado no Brasil à "greve" dos caminhoneiros, quando na verdade a gênese do caos está na gestão criminosa da PETROBRÁS, que só será resolvida com a interrupção do golpe e com a restauração da democracia que será capaz de dar início à reconstrução social e econômica do país.

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