Oposição plena, frente ampla e Lula livre

O colunista do 247 José Reinaldo Carvalho afirma a bandeira 'Lula Livre' é condição sine qua non para a defesa da democracia e seu respectivo re-estabelecimento em solo brasileiro. Ele diz: "a rejeição à luta pela libertação de Lula e qualquer apoio à sua permanência na prisão por parte de algum partido que se reivindica de esquerda ou centro-esquerda é objetivamente uma posição de direita e uma traição à esquerda, às forças progressistas e ao povo brasileiro"

Oposição plena, frente ampla e Lula livre
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Nas novas condições políticas criadas no país, são grandes as expectativas sobre a conduta da esquerda na continuidade da luta por democracia, soberania nacional e progresso social, bandeiras de alcance tático e estratégico.
 
A vitória eleitoral da extrema-direita nas eleições presidenciais, legislativas e estaduais abre um novo ciclo político, em que se torna mais complexa e difícil a luta do povo brasileiro e das forças consequentes da esquerda por aqueles objetivos.
 
Nesta etapa, a resistência e a luta plenas e consequentes são as posturas que se espera das forças políticas de esquerda e centro-esquerda. Não se pode pretender combater um governo reacionário e entreguista com o titubeio, a vacilação, menos ainda a propensão a conciliar com inimigos tão figadais do povo e da nação. Será sempre estranho na crônica histórica o registro de que alguma força política se resguardou do confronto e decidiu fazer oposição "pontual" e até se dispôs a "apoiar", "votar a favor" de medidas que sejam do "interesse nacional e popular". Nunca, jamais, em qualquer circunstância o governo Bolsonaro merecerá a complacência e o acordo das forças consequentemente oposicionistas.
 
Para além de qualquer teorização, a oposição global, plena e firme ao governo da extrema-direita é o critério definidor da frente a ser constituída entre os democratas e patriotas. Nisto não deve haver lugar a dúvidas. As ameaças que pairam sobre o povo e a nação são tão graves que justificam os esforços para unir todas as forças suscetíveis de serem unidas no combate à extrema-direita no poder. A única condição é que todas façam oposição frontal. É esdrúxula a expectativa de que seria possível contar como aliados com  partidos que concordam com o programa entreguista de Guedes, mas se opõem à política antidemocrática e o reacionarismo civilizacional do clã da Barra da Tijuca e seus ministros das áreas social e política.
 
São também esdrúxulas e incompatíveis com a amplitude e a firmeza necessárias ao bom combate contra o governo Bolsonaro as discriminações e posturas preconceituosas e divisionistas de setores que se pretendem professores de amplitude. Estranho o decreto de que para ser ampla a frente precisa contar com a hegemonia da centro-esquerda e ser antipetista. 
 
Para ser consequente e verdadeiramente ampla, a frente deve incorporar a esquerda (PT, PCdoB, PSOL) e a centro-esquerda (PSB, PDT, personalidades democráticas e patrióticas independentes) e ter como sólida base de apoio a Frente Brasil Popular, onde se reúnem as organizações do movimento sindical e popular. Pode ser que temporariamente convivam paralelamente diversas frentes oposicionistas. Em algum momento se encontrarão e convergirão para o mesmo rumo. O quanto antes, porém, seria edificante superar a mentalidade de criar “bolhas” de esquerda, uma hegemonizada por Ciro Gomes e antipetista e outra que seria o próprio PT.
 
Defesa da democracia, dos direitos sociais, da soberania nacional, combate ao entreguismo e à política de submissão do Brasil aos desígnios do imperialismo estadunidense são bandeiras que podem unir a maioria do povo brasileiro na oposição ao governo Bolsonaro. Indissociável de tudo isto é a luta pela libertação do presidente Lula da prisão política a que foi injustamente condenado. Estranhamente, há setores na esquerda que rechaçam esta bandeira de luta e outros que ainda hoje reiteram a conduta deletéria de defesa da prisão do ex-presidente, de criminalização do PT, de apoio direto ou indireto à Operação Lava Jato e de respaldo ao golpe que afastou do governo a presidenta Dilma Rousseff. E fazem coro com a tese de que o PT deve fazer um ato de contrição e proclamar-se culpado de delitos de corrupção.
 
A rejeição à luta pela libertação de Lula e qualquer apoio à sua permanência na prisão por parte de algum partido que se reivindica de esquerda ou centro-esquerda é objetivamente uma posição de direita e uma traição à esquerda, às forças progressistas e ao povo brasileiro.

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