Em vão, Bolsonaro declara guerra à Venezuela

Não há preparo político, psicossocial, nem mesmo militar para enfrentar uma guerra intervencionista num país que, malgrado a polarização, tem um governo decidido, uma base social disposta ao combate, uma unidade ideológica que inclui a união cívico-militar, uma invejável disposição de combate, forças terrestres, marítimas e aéreas em prontidão, uma milícia popular com cerca de dois milhões de homens e mulheres armados e alianças estratégicas, afirma o colunista José Reinaldo Carvalho, que acrescenta: "A Venezuela pode ser o Vietnã de quem se arriscar a invadi-la"

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Por José Reinaldo Carvalho, para Jornalistas pela Democracia - Não foi a primeira vez que o presidente do regime de extrema-direita vigente no Brasil declarou guerra à Venezuela. Com tal ímpeto e tanto destempero, que chegou a ser desautorizado pelo general Mourão, vice-presidente da República. Voltou a fazê-lo em Davos, com péssima dicção e nenhuma sintaxe. Caiu no vazio, no contexto em que os anfitriões pragmaticamente visavam a outros fins.

Os militares brasileiros sabem que combater na Venezuela como carne de canhão do imperialismo estadunidense poderia transformar o gigante do Cruzeiro do Sul num Iêmen de imensas dimensões geopolíticas.

Não há preparo político, psicossocial, nem mesmo militar para enfrentar uma guerra intervencionista num país que, malgrado a polarização, tem um governo decidido, uma base social disposta ao combate, uma unidade ideológica que inclui a união cívico-militar, uma invejável disposição de combate, forças terrestres, marítimas e aéreas em prontidão, uma milícia popular com cerca de dois milhões de homens e mulheres armados e alianças estratégicas. A Venezuela pode ser o Vietnã de quem se arriscar a invadí-la. Os militares sabem disso. Na foto, o início da concentração que se iniciou na manhã desta quarta-feira (23) de respaldo ao governo de Nicolás Maduro.

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Seria um erro crasso imaginar que o isolamento diplomático promovido pelo chamado Grupo de Lima - uma contrafação de órgão internacional - e pela OEA, historicamente conotada como ministério das colônias do imperialismo estadunidense, seria suficiente para respaldar a deriva de 180 graus para a direita na orientação do Itamaraty.

Os estados Unidos e o Grupo de Lima, com seus governos satélites, entre eles o de Bolsonaro, trabalham também com a variável de proclamar a formação de um "governo no exterior", a partir do qual tentariam fomentar o isolamento venezuelano, esvaziando e sabotando suas instituições, para além do bloqueio econômico, comercial e financeiro.

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O Brasil não tem nada a ganhar, nem sequer prestígio, nem sequer proveitos econômicos se seguir as sandices de Trump, Bolsonaro e seus exóticos chanceler e guru. Os ventos sopram noutra direção.

Maduro defende a paz faz tempo, desde que assumiu, em circunstâncias trágicas e imprevistas, o comando da nação bolivariana, em 2013. No último dia 10 de janeiro, jurou a Constituição, tomou posse para o exercício de mais um mandato, ao qual foi eleito com toda a legitimidade, declarando que aquele era um ato de paz. Foi também em nome da paz que convocou as eleições à Assembleia Nacional Constituinte em 2017 e venceu a batalha. Igualmente em nome da paz, o líder histórico da Venezuela, prematuramente desaparecido, proclamou em seu último discurso: "Unidade, luta, batalha e vitória!"

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Conheça o projeto Jornalistas pela Democracia - Por isso é no mínimo curioso que alguns "idiotas da objetividade", conselheiros de fancaria, mostrem estranheza e até oposição à postura de combate de Maduro, do Partdo Socialista Unido da Venezuela e seus aliados do Polo Patriótico. 

Fazendo coro com a direita do país vizinho e o imperialismo estadunidense, criticam que o governo esteja em pé de luta. Por meio de lábios balbuciantes e vozes gaguejantes, dizem que Maduro e seus partidários lançam palavras de ordem de combate e não de paz. É o código da conciliação e da capitulação a que já estamos acostumados nos embates do ladp de cá.

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A Venezuela dá mostras de que vai resistir. Bolsonaro será derrotado se persistir nas manobras que faz, sua diatribe contra a Venezuela em Davos caiu no vazio, ninguém notou, o evento se realizava em outro contexto. E, como referenciado acima, as forças armadas brasileiras percebem que intervir na Venezuela será uma desagradável aventura.

Melhor deixar os agentes do império falando sozinhos. Isto vale também para os que, atirando farpas em Maduro e nos partidos de sua coalizão, confundem a frente ampla daqui com a de lá e pregam a conciliação com um inimigo que já jurou de morte os seus oponentes.

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