Fascismo, golpes de estado e recolonização

Honduras será nosso futuro, se deixarmos Bolsonaro e os militares governarem como querem. Mas aqui, como o ataque é ainda mais vasto e o retrocesso ainda mais duro, a crise social, econômica e política tende a assumir contornos ainda mais graves

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Fascismo, golpes de estado e recolonização


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A corrida mundial por terras, tal como foi chamado o processo de intensificação de compras e arrendamento de terras pelo capital financeiro, teve um boom a partir da crise econômica de 2008.

Diante da queda da taxa de lucro e consequentemente da queda da taxa de juros real, há um processo de valorização da renda terra, o que empurra o capital financeiro para a captura e subordinação dessa parte da mais valia social que é capturada pelos proprietários de terra.

Não se trata de algo totalmente novo, pois Engels já havia captado esse processo em fins do século XIX na Alemanha e na Inglaterra. Contudo, o colapso econômico de 2008 generaliza o processo e torna algo de extrema importância para a sobrevivência do capital financeiro.

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O mesmo processo de concentração e centralização de capitais que é a base do surgimento do imperialismo, está ocorrendo agora em relação ao mercado de terras na sua fase de decadência. Ou seja, o capital financeiro não quer realizar mais uma aliança com os latifundiários, como a sua subordinação completa.

Esses grandes proprietários são a base dos Estados nos países atrasados. Ou seja, esse processo econômico profundo de deslocamento das forças não poderia deixar de resultar numa profunda crise política na superfície dos acontecimentos.

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Muitos dos países alvos desse processo de financeirização da renda fundiária acabaram passando por golpes de estado. Honduras, Paraguai, Egito, Tailândia, Egito, Ucrânia, Brasil. Nesse sentido, o que está em marcha é um processo abertamente de recolonização direta dos países atrasados pelo imperialismo.

O imperialismo necessita de um Estado autoritário e extremamente centralizado para garantir o pleno funcionamento desse mercado de terras internacional que está sendo criado; de modo a neutralizar o poder das oligarquias, mas fundamentalmente esmagar totalmente o movimento de luta dos camponeses sem terra, dos trabalhadores rurais e pequenos proprietários que estão sendo ainda mais brutalmente atacados. Finalmente, o latifundiário perde o controle da terra em detrimento de um pagamento confortável.

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Honduras foi um dos primeiros países a sofrer com as consequências do land grabbing (como é conhecido internacionalmente esse processo de subordinação das terras ao capital financeiro). Milhões de camponeses e trabalhadores rurais sendo expulsos de suas terras, enquanto nas cidades o neoliberalismo radical garante uma economia recessiva.

Honduras será nosso futuro, se deixarmos Bolsonaro e os militares governarem como querem.

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Mas aqui, como o ataque é ainda mais vasto e o retrocesso ainda mais duro, a crise social, econômica e política tende a assumir contornos ainda mais graves.

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