Dois pesos, duas medidas

Onde está o Violenciômetro desses paladinos da moral e dos bons costumes? Como podem auferir o grau da violência do resto do País em detrimento ao Maranhão?



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São incontáveis os textos, reportagens e até editorias evidenciando a violência que ocorreu no início do ano no estado do Maranhão. Nos textos a obviedade da intenção de seus editores se torna cada vez mais evidente, quando num mesmo assunto se propõe um peso e duas medidas.

Para confirmar que essa análise está correta, segue os trechos dos editoriais do jornal Folha de São Paulo, em que o assunto - Violência - é tratado com diferenças gritantes em relação ao Maranhão e São Paulo especificamente.

"Não por acaso ganha adeptos a ideia de que o Estado (MA) deveria sofrer intervenção federal, prevista na Constituição, entre outras hipóteses, a fim de garantir a observância dos direitos humanos dependendo, neste caso, de manifestação do Supremo Tribunal Federal." ( Em 08.01.2014). E para se justificar, o tendenciosíssimo matutino completa:

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"Trata-se de análise subjetiva, mas que o governo de Roseana Sarney, ao tentar negar o óbvio ou criticar quem revela a selvageria, torna cada vez mais objetiva."

Já sobre os episódios de violência registrado em Campinas semana passada, o tom é outro:

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"O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e seu secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, parecem dispostos a acompanhar pessoalmente as investigações, garantindo profundidade, isenção e celeridade. É bom que assim o façam. A questão é grave demais para ficar a cargo apenas dos oficiais a eles subordinados."

E para finalizar com chave de ouro ele diz:

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"Mesmo que as atrocidades tenham de fato sido cometidas por esses policiais desencaminhados o que, repita-se, está por ser provado, somente uma apuração rápida afastará a desconfiança que ameaça contaminar a corporação e dificultar ainda mais sua missão de garantir a segurança pública."

Conclui-se então, que no caso do Maranhão como o problema é social por conta de que a violência parte dos apenados, a questão merece objetivamente a intervenção no "estado", que segundo eles, não tem o controle da situação.

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Já na metrópole Campinas, que as chacinas das nove pessoas foram cometidas segundo editorial, supostamente por policiais militares, o governo está disposto a acompanhar o caso e garantir a isenção e celeridade. Ora pois! de quem é a responsabilidade pela polícia militar de São Paulo e a quem deve-se as responsabilidades pela violência? E os direitos humanos?

A Folha também não fez estardalhaço em relação aos seis ônibus incendiados em São Paulo capital semana passada (que possui o PCC, maior facção criminosa do País), e muito menos pediu a intervenção no estado paulista. Por que será, heim?

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Simples! No maranhão a governadora Roseana é do PMDB, e tem o apoio do PT da presidenta Dilma. Já Geraldo Alckmin é do PSDB, maior partido de oposição, e tem o apoio de todos aqueles que querem atingir o governo federal e seus aliados. Simples assim!

Onde está o Violenciômetro desses paladinos da moral e dos bons costumes? Como podem auferir o grau da violência do resto do País em detrimento ao Maranhão? Por que o estado da tão criticada "Oligarquia Sarney" foi premiado com uma suposta intervenção (merecidamente arquivada), destacada com desdém pelo jornalista William Bonner no Jornal Nacional?

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Essa palhaçada midiática só exemplifica o tom de verdade na velha máxima: "Os meios justificam os fins."

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