Por que alimentamos covardemente o ódio religioso? Por que não chamamos o que aconteceu em Campinas de atentado terrorista?

O que aconteceu em Campinas foi um atentado TERRORISTA e não foi o primeiro cometido por um homem nascido em uma família cristã tradicional, como a minha ou a sua família, um homem que estudou em ótimos colégios católicos, morava em um condomínio de classe média alta, vinha de uma família com prestígio em sua comunidade, assim como eu e talvez você.



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Uma visão medieval do cristianismo e do mundo. Um conservadorismo doentio e um profundo ódio ao Estado.

As anotações encontradas no quarto de Euler Fernando Grandolpho, o autor do atentado na Catedral de Campinas , citam claramente a intenção de cometer o ato e de chamar a atenção do Estado.

Segundo a polícia, os bilhetes mostram que o homem se referia com frequência ao dia 11 , alimentava um profundo ressentimento contra o Estado e contra pessoas próximas a ele e possuía uma pistola 9 mm há pelo menos um ano.

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Os bilhetes revelam que Euler queria eliminar o que chamava de "interferência" do Estado, dos familiares e de quem o "perseguia".
No dia 29 de agosto deste ano, Euler escreveu que o Estado e a família negaram ajuda profissional a ele e citou um massacre como um possível "solução".

Sim, Euler Grandolpho cometeu um atentado terrorista ao entrar naquela tarde na Catedral de Campinas portando duas armas letais, ao atirar mais de 20 vezes contra os fiéis que ali estavam , matar cinco humanos. e tirar a própria vida no altar.
Um atentado terrorista.

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Um ato que me entristece profundamente como humana e como ativista anti- armamentista .
Mas enquanto uma parte da mídia tenta omitir as semelhanças entre atentados terroristas cometidos por muçulmanos e o atentado terrorista cometido pelo brasileiro , chamando-o por eufemismos como " atirador", "homem solitário" , etc, os fatos insistem em trazer a

verdade à tona.

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O que aconteceu em Campinas foi um atentado TERRORISTA e não foi o primeiro cometido por um homem nascido em uma família cristã tradicional , como a minha ou a sua família, um homem que estudou em ótimos colégios católicos, morava em um condomínio de classe média alta , vinha de uma família com prestígio em sua comunidade , assim como eu e talvez você. Por que nos recusamos a usar a palavra terrorista e alimentamos todos os dias , das mais diferentes formas, o ódio religioso contra os muçulmanos? Por que uma parte significativa da imprensa tem doutrinado as pessoas a odiar os nossos irmãos muçulmanos no Brasil?

Por que caminhamos cada vez mais em direção ao abismo da hipocrisia , do ódio religioso , do obscurantismo e da completa ignorância sobre outras religiões que não sejam a nossa?

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Você se lembra do norueguês que protagonizou o maior atentado da história do país , matando mais de 77 jovens do Partido Trabalhista norueguês, jovens que ajudavam os refugiados e faziam trabalho voluntário em uma ilha da Noruega?

Sim, Andrés Breibick se dizia um novo " cruzado " e era um fanático cristão . Um terrorista cristão.

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Você se lembra do atentado de Oaklahoma City, um dos maiores da história dos EUA ? Foi praticado por um homem americano chamado Thimonty Mcveigh, um cristão evangélico norte- americano. Mas antes que a polícia americana elucidasse o caso e descobrisse a história de Mcveigh, o cristão autor atentado nos EUA até então, centenas de jornais do país levaram as pessoas a acreditar que se tratava de um atentado muçulmano.

Você se lembra de Jim Jones, um fanático cristão que levou mais de 900 pessoas à morte nas Guianas? Jim Jones era um pastor evangélico.
Você se lembra de um atentado recente em Londres quando um homem britânico se dirigiu à saída de uma mesquita em atropelou dezenas de muçulmanos, deixando pelo menos dez pessoas feridas e uma vítima fatal? Ele era um fundamentalista cristão.

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Precisamos falar o ódio que estamos alimentando e sobre o fundamentalismo cristão.

Precisamos promover a empatia , a tolerância e o respeito por todas as formas de manifestação religiosa.

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Não podemos mais alimentar o ódio religioso de forma tão covarde.

Não podemos mais dar um outro nome aos mesmos crimes e à mesma dor, apenas porque o autor do atentado não era Um muçulmano. Um brasileiro que mata cinco pessoas e fere oito dentro de uma igreja é um terrorista e minha ética profissional e meu respeito a todos os grupos religiosos me conduzem a escrever a verdade.

Não sejamos hipócritas e covardes. . Não alimentemos o ódio a um único grupo religioso.

Não alimentemos, através de eufemismos, o fanatismo religioso que assola o Brasil hoje. Aumentemos o conhecimento, o respeito e a tolerância a todos os grupos religiosos. Chega de ódio!

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