Por que Bolsonaro não dá a devida importância ao caso Marielle e Anderson?

Quem escolheria ser assassinado para se tornar celebridade? E se fosse o vereador Carlos Bolsonaro calado a balas? ‘Eles’, os Bolsonaro, certamente se posicionariam com a eloquência messiânica de campanha contra o crime organizado e em defesa da democracia. Mas, como era Marielle, não podem ser. Nem vivos, nem mortos

Por que Bolsonaro não dá a devida importância ao caso Marielle e Anderson?
Por que Bolsonaro não dá a devida importância ao caso Marielle e Anderson? (Foto: Esq.: Antonio Cruz - ABR / Dir.: Mídia Ninja)


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Quem esperou não viu uma declaração robusta do presidente, após 1 ano de investigações, sobre a prisão de um policial reformado e um ex-policial suspeitos no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista dela Anderson Gomes.

Pouco à vontade com a imprensa, falou comedido como não costuma ser, que espera “que realmente a apuração tenha chegado de fato a esse, se é que foram eles os executores, e o mais importante, quem mandou matar”.

Aquele que em campanha tinha o discurso mais eloquente com relação à segurança pública, minimizou a importância de um caso que o mundo inteiro cobra que o estado brasileiro elucide.

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Perguntado se ficou surpreso com a descoberta de que a vereadora foi assassinada por quem deveria protegê-la, saiu com essa: “Não, eu acredito que não existe crime impossível”.

Qualquer um que descobrisse ser vizinho do suspeito na morte da vereadora se diria no mínimo surpreso e chocado por se tratar de policial reformado bandido.

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Mas, Bolsonaro estava sem jeito diante das câmeras, equilibrando-se para não falar nada que desse mais relevo às coincidências que envolvem seu nome e sobrenome aos suspeitos no crime.

Renato Rovai citou algumas:

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“Eles sempre tiverem mais votos em regiões do Rio de Janeiro dominadas pelas milícias, mas isso era coincidência.

Eles condecoraram milicianos que estavam envolvidos em assassinatos, mas isso era coincidência.

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Eles tinham pessoas empregadas em seus gabinetes que foram presas por envolvimento com as milícias, mas isso era coincidência.

Eles foram os únicos políticos com relevância eleitoral a não se pronunciar sobre o assassinato de Marielle, porque, segundo eles, não tinham coisa boa dizer, mas isso era coincidência.

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Seus principais candidatos a deputados no Rio quebraram a placa de Marielle, mas isso era coincidência.

O chefe de gabinete do atual senador da família foi pego com depósitos bem acima do que recebia de salário e tem inúmeras fotos e relações com milicianos, mas isso era coincidência.

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A assessora, parente de milicianos, assinava cheques deles na Assembleia, mas isso era coincidência.

O capitão deles mora no mesmo condomínio em que foi preso o acusado de assassinar Marielle, mas isso foi coincidência.

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Um dia antes da prisão do suposto assassino de Marielle no condomínio em que Bolsonaro mora, o presidente da República postou uma mensagem no Twitter ameaçadora à jornalista

Constança Rezende, do Estadão. O fato dela ser filha de Chico Otávio, que cobre milícias no Rio de Janeiro há tempos, e que soltou a matéria de hoje, em O Globo, com exclusividade antes das 6h da manhã, também foi só coincidência.”

Por tantas coincidências, ‘Eles’, os Bolsonaro, tentam reduzir a importância do crime que ganhou proporções gigantescas não só pelas vidas interrompidas a balas, mas pela ameaça que representa à democracia brasileira.

O deputado Eduardo Bolsonaro não segurou a arrogância e o desprezo e soltou: “Quem era Marielle? Estou falando com todo o respeito. Ninguém conhecia quem era Marielle Franco antes de ela ter sido assassinada. Depois, todo mundo começou a conhecer porque foi dada uma grande notoriedade.”

Foi dada notoriedade?

Quem escolheria ser assassinado para se tornar celebridade?

E se fosse o vereador Carlos Bolsonaro calado a balas?

‘Eles’, os Bolsonaro, certamente se posicionariam com a eloquência messiânica de campanha contra o crime organizado e em defesa da democracia.

Mas, como era Marielle, não podem ser.

Nem vivos, nem mortos.

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