A lição da prisão de Boulos é: a resistência incomoda

"A prisão de Guilherme Boulos teve dois objetivos claros (e ligados entre si). O primeiro é a intimidação contra quem se coloca na resistência ao golpe. O segundo é a criminalização dos movimentos sociais. Nada de novo: é o que vem acontecendo há tempos, nesse Brasil em que as forças de segurança funcionam cada vez mais como polícia política", diz o colunista do 247 Luís Felipe Miguel; para ele, a desobediência simbolizada por Boulos incomoda; "Ela ainda é pequena, fraca. Mas os donos do poder sabem que ela tem potencial de crescer - por isso tentam impedi-la a todo custo, e por isso não podemos esmorecer"

"A prisão de Guilherme Boulos teve dois objetivos claros (e ligados entre si). O primeiro é a intimidação contra quem se coloca na resistência ao golpe. O segundo é a criminalização dos movimentos sociais. Nada de novo: é o que vem acontecendo há tempos, nesse Brasil em que as forças de segurança funcionam cada vez mais como polícia política", diz o colunista do 247 Luís Felipe Miguel; para ele, a desobediência simbolizada por Boulos incomoda; "Ela ainda é pequena, fraca. Mas os donos do poder sabem que ela tem potencial de crescer - por isso tentam impedi-la a todo custo, e por isso não podemos esmorecer"
"A prisão de Guilherme Boulos teve dois objetivos claros (e ligados entre si). O primeiro é a intimidação contra quem se coloca na resistência ao golpe. O segundo é a criminalização dos movimentos sociais. Nada de novo: é o que vem acontecendo há tempos, nesse Brasil em que as forças de segurança funcionam cada vez mais como polícia política", diz o colunista do 247 Luís Felipe Miguel; para ele, a desobediência simbolizada por Boulos incomoda; "Ela ainda é pequena, fraca. Mas os donos do poder sabem que ela tem potencial de crescer - por isso tentam impedi-la a todo custo, e por isso não podemos esmorecer" (Foto: Luis Felipe Miguel)


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A prisão de Guilherme Boulos teve dois objetivos claros (e ligados entre si). O primeiro é a intimidação contra quem se coloca na resistência ao golpe. O segundo é a criminalização dos movimentos sociais. Nada de novo: é o que vem acontecendo há tempos, nesse Brasil em que as forças de segurança funcionam cada vez mais como polícia política.

Ontem também, aliás, a Procuradoria da República entrou com ação contra o reitor da UFRJ e a presidente de um CA, por terem realizado "atos políticos" no campus da universidade (http://m.agenciabrasil.ebc.com.br/…/mpf-pede-punicao-de-rei…). É isso: intimidação, criminalização. É o repertório dos regimes autoritários.

O que há de novo, no caso de Boulos, é a verbalização de uma doutrina "jurídica" pela polícia paulista. A teoria do domínio do fato, que por aqui já é o artifício universal para prender quem quer que seja, sem provas ou evidências, virou, nas mãos dos beleguins jurisconsultos, a ideia de que o líder do MTST é culpado por não ter impedido a "violência" (claro que, nesse discurso, "violência" é um termo que não compreende o despejo das famílias, a negação a elas de condições mínimas para uma vida digna ou a própria truculência policial). Por essa visão, não apenas não podemos resistir. Temos também que trabalhar ativamente para impedir a resistência.

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A lição que temos que tirar é justamente a contrária: nossa resistência incomoda. Nossa desobediência incomoda. Ela ainda é pequena, fraca. Mas os donos do poder sabem que ela tem potencial de crescer - por isso tentam impedi-la a todo custo, e por isso não podemos esmorecer.

PS. Cabe notar que a reportagem da Folha não aparece na editoria de política, sim de cidades. É isso. Na visão do jornalismo, a luta por direitos fundamentais e a arbitrariedade do Estado não são política. "Política" é a farsa no Congresso para saber qual de três bandidos vai presidir a Câmara dos Deputados a partir de fevereiro.

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* Publicado originalmente no Facebook do colunista.

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