Eleições em Israel, mais do mesmo.

As eleições em Israel chegaram ao fim com a contagem final dos votos e o Likud de Binyamin Nethanyau é o grande vencedor com 36 cadeiras (30 na Knesset anterior). Uma coisa é certa, o Bibi não terá vida fácil. A oposição já promete infernizar o atual governo de todas as formas possíveis e não lhe dar trégua até que ele caia

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As eleições em Israel chegaram ao fim com a contagem final dos votos e o Likud de Binyamin Nethanyau é o grande vencedor com 36 cadeiras (30 na Knesset anterior). Como o partido Kulanu com 4 mandatos (10 na Knesset anterior) se integrou ao Likud no dia de ontem, eles terão 40 cadeiras no parlamento.

A antecipação das eleições foi uma decisão do primeiro ministro depois que o partido Israel Beiteinu do ex-ministro da Defesa Avigdor Liberman, decidiu sair da coalizão deixando o governo com uma maioria apertada de 61 cadeiras. O partido dele recebeu agora 5 mandatos (6 na Knesset anterior).

Os religiosos saíram em massa para votar. Cerca de 82% dos votantes nesta comunidade foram as urnas e deram aos dois partidos deles, Shas 8 mandatos e Yadut Hatorá mais 7 (tiveram 13 na Knesset anterior).

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Se alguém estiver contando, a direita já chegou a 60 cadeiras. Quem se soma a eles é o Yadut Haiemin com mais 5 mandatos (formado por dois partidos, um deles, Ha Bait Haieudi, com 8 mandatos na Knesset anterior, o outro não tinha representação) para formar uma coalizão com 65 cadeiras.

Do outro lado, a oposição com 55 mandatos formada pelo Kachol Lavan com 35 mandatos, o Avodá com 6 (24 na Knesset anterior), o Meretz com 4 (5 na Knesset anterior) e os dois partidos árabes com mais 10 (13 na Knesset anterior quando concorreram unidos). A maioria da comunidade árabe não foi votar.

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Quem ficou de fora foi o novo partido do ex-ministro da Educação Naftali Bennett e da ex-ministra da justiça, Ayelet Shaked, o Haiemin Hachadash. Menos dois fascistas no parlamento.

O atual primeiro ministro vai ser em breve réu em diversos processos que correm na justiça. Portanto existe uma probabilidade muito grande de que aconteçam novas eleições no ano que vem. Este governo, se não acabar antes do indiciamento formal dele, tem um prazo de validade já conhecido.

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Neste momento vão começar as negociações para a formação do novo governo. Nestes casos, partidos com uma pequena representação se tornam gigantes, uma vez que sem os votos deles não existe governo. Se o Likud não consegue formar o governo, provavelmente vamos a novas eleições, uma vez que o centro esquerda não tem mandatos suficientes.

Uma outra possibilidade é de em um desacordo político entre os membros da coalizão, um dos partidos abandonar o governo como aconteceu agora. Qualquer um que o faça, leva a novas eleições antecipadas.

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Uma coisa é certa, o Bibi não terá vida fácil. A oposição já promete infernizar o atual governo de todas as formas possíveis e não lhe dar trégua até que ele caia.

O maior partido da oposição é o Kachol Lavan com apenas dois meses de existência. Formado por 3 ex-generais e um ex-apresentador de TV, é o resultado da união de 3 partidos. Ele atraiu os votos tanto da esquerda como da direita que não queriam a reeleição do Bibi. Se dizendo de centro, tem entre os deputados eleitos, gente de ambos os campos. É muito provável que o Bibi use isso para minar o partido e tentar levar a sua desintegração.

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O grande vitorioso foi o primeiro ministro. Mesmo com fortes acusações de aceitação de propinas e ganhos financeiros escusos através do uso do cargo, seu carisma continua inabalável e levou seu partido a uma grande vitória. No entanto cabe ressaltar que o Likud se tornou dependente dele. Em uma eleição sem Bibi, dificilmente vão receber este número de cadeiras.

O grande perdedor, para quem não conhece a história, foi o Partido Avodá, que já foi o maior partido de Israel, o de Bem Gurion, o pai do Estado. Hoje, com apenas 6 mandatos, parece que chegou ao fundo do poço. Seu líder atual, Avi Gabay, anunciou sua renúncia para depois da Páscoa. Talvez com uma nova liderança o partido consiga se reerguer.

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O cenário a frente é bastante confuso e ainda um pouco nebuloso até a formação do novo governo. Será preciso muita habilidade por parte do Bibi para agradar a todas as partes envolvidas, não que lhe falte alguma. Mas as demandas em alguns casos se chocam. Por exemplo, o partido Israel Beiteinu quer que os religiosos sirvam ao exército, o que o Yadut Hatorá, um dos partidos religiosos, não admite.

Transporte público no Shabat vai continuar não existindo e casamentos civis nem pensar. O divórcio continua sendo uma regalia do homem a mulher, se, e quando ele quiser. Milhares de mulheres vão continuar não podendo se casar novamente até o receberem.

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Em relação ao processo de paz, ele fica como está, ou seja, parado. O Bibi chegou a dizer antes das eleições que pensa em anexar partes da Cisjordânia, o que elevaria a temperatura e teria o mesmo resultado de uma faísca em um tanque de gás.

Nada vai mudar na política externa e este governo vai continuar procurando companhia junto a outros países com governos de direita e alinhado com os Estados Unidos.

A esquerda israelense parece que compreendeu rapidamente o que a levou a este resultado e vários grupos já começam a falar em começar a trabalhar desde agora com vistas `as próximas eleições. Um alento em meio a tristeza.

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