A caminho do inferno

O alto conchavo pode custar a candidatura da vereadora Marilia Arraes ao Governo do estado, se a Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores resolver, mais uma vez, atropelar as decisões do comitê local do PT, em nome dos interesses nacionais do partido, selando uma aliança desastrosa com o Partido Socialista (soi-dissent) Brasileiro

Marília Arraes
Marília Arraes (Foto: Michel Zaidan)


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O diabo em pessoa (ajudado por seus aprendizes pernambucanos) se apressou em fazer a sopa de letrinhas (siglas partidárias) que abastecerá o caldeirão das próximas eleições estaduais. Se a situação política é ruim, ela pode piorar ainda mais. O tinhoso juntou, lado a lado, as companhias mais improváveis que se possa imaginar: de um lado, um bilioso ex-governador - em franca decadência política, inimigo histórico do Partido dos Trabalhadores, que ainda tripudiou sobre o cadáver político de Miguel Arraes, no palanque desse governador bizarro, fazendo dupla com o senador....Humberto Costa! - Pior, impossível.

Um saco de gatos de cores absolutamente desiguais, que se odeiam, não se respeitam, guardam ressentimentos mútuos e que, em qualquer circunstância, estariam um tramando a desgraça eleitoral do outro. No entanto,a caminho do inferno, tudo vale, inclusive alianças e coligações esdruxulas como essa. Do outro, o usineiro eterno candidato em disponibilidade para algum cargo majoritário em Pernambuco, acompanhado de figuras ilustres: um ex-avicultor de Belo Jardim e de nada mais nada menos, do "menudo" que passou pelo Ministério das Cidades.

O alto conchavo pode custar a candidatura da vereadora Marilia Arraes ao Governo do estado, se a Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores resolver, mais uma vez, atropelar as decisões do comitê local do PT, em nome dos interesses nacionais do partido, selando uma aliança desastrosa com o Partido Socialista (soi-dissent) Brasileiro, transformado pela oligarquia ora dominante em nosso Estado em instrumento do seus interesses familiares e sub-partidários.

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É preciso muito esforço (e boa vontade) de imaginação para entender como um governador incompetente, que votou a favor do golpe parlamentar de 2016 e apoiou Aécio Neves para Presidência da República se une agora com o PT (a nível nacional), para garantir sua reeleição, trazendo de contrapeso um inimigo encarniçado dos petistas. E como alguns petistas históricos que lutaram o tempo todo contra esses políticos, se dão as mãos alegremente, sem nenhuma satisfação ao eleitor ou meros simpatizantes do partido. Coisa do diabo mesmo!

Do outro lado, um arranjo eleitoral mal costurado entre um candidato que pousa de oposição aos governantes de turno, carregando consigo a fina flor do conservadorismo e do atraso. É de se ressaltar que o senhor Armando Monteiro Neto é um candidato ambíguo. Ora se faz amigo dos petistas, ocupando cargos de importância em seu ministério, mas vota contra os interesses dos trabalhadores e da população em geral. Quem não se lembra que ele votou a favor da PEC da morte, congelando os gastos com a saúde e educação durante 20 anos e a favor da maldita reforma trabalhista, sempre alegando o famigerado "custo Brasil"?

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Ou seja, joga em todas as posições e para todo tipo de platéia. Sobre os aliados e companheiros de chapa, ninguém há de se enganar sobre o caráter social dessa coligação mau arranjada, com finalidade exclusivamente eleitoral. O sábio, douto e ilustre educador do agreste de Pernambuco e sua luta indômita pelo ensino público, gratuito e de qualidade! E o outro, a favor da habitação popular! Como esta chapa não terá a menor chance de vencer as eleições, ficamos com aquela sensação do tempo do inferno, o eterno retorno do mesmo, do sempre-igual.

Pernambuco precisa quebrar esse circulo vicioso de uma política feito por poucos. à revelia dos interesses do povo pernambucano. Não se pode reservar aos eleitores o mero papel de conceder uma autorização eleitoral para esse minoria governar - como quer - em seu nome. É mister dar início a um novo ciclo político virtuoso, com novos partidos, novas candidaturas, novas propostas. Não faltam alternativas partidárias diferentes do que aí está. Falta coragem e determinação para se desviar desse caminho.

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