Mito ou moleque?

Bolsonaro deveria virar um aplicativo, o qual a molecada chauvinista, ufanista e ignorante, pudesse instalar no celular e através dele governar o mundo, a sua maneira e semelhança. Uma espécie de Pokemon Go

Deputado Jair Bolsonaro durante evento em São Paulo 27/11/2017 REUTERS/Leonardo Benassatto
Deputado Jair Bolsonaro durante evento em São Paulo 27/11/2017 REUTERS/Leonardo Benassatto (Foto: Nêggo Tom)


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Eu, e muitas outras pessoas de bom senso, que não conseguem entender, e, muito menos acreditar, nas estultícias que saem da boca de Jair Bolsonaro, passamos um bom tempo tentando achar adjetivos para definir tão indócil figura. Os seus fãs, o chamam de mito. Bobagem! Bolsonaro pode ser definido em apenas uma palavra. Moleque. No sentido mais negativo do termo.

Em sabatina promovida pelo Correio Brasiliense, o presidenciável mais uma vez causou polêmica. Dessa vez o alvo foi os gordinhos. Ao criticar o politicamente correto e manifestar a sua repulsa contra os adeptos da ideologia, que segundo ele, é coisa de "radicais da esquerda" Bolsonaro evacuou, digo, declarou que "Isso do politicamente correto é coisa dos radicais de esquerda. Eu sou uma das pessoas que mais sou atacado", alegou. "Na escola, você é chamado de quatro olhos, gordinho mesmo. Mas, antes, o gordinho se defendia. E agora, todo gordinho está virando mariquinha. Se bem que tem muito gordinho machão aqui", disse, se referindo a platéia.

Por que defino Bolsonaro como moleque, apesar dos seus 63 anos de idade? Só moleques levantam questões irrelevantes e se posicionam como os donos da razão. Só moleques tentam se impor através da intimidação, da covardia, do desrespeito às diferenças, do preconceito e da molecagem, sob a égide da liberdade de expressão. Só moleques defendem o direito de poder ofender o outro na sua essência, na sua origem étnica, na sua constituição física e na sua condição social. Só moleques entendem que a violência é a melhor maneira para se resolver as coisas.

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Moleques não possuem argumentos sólidos e convincentes. Eles sempre divagam sobre os seus próprios conceitos. Conceitos esses, alicerçados sobre a sua falta de responsabilidade com aquilo que expressa. Moleques costumam ignorar aquilo que dói no outro. São impiedosos, zombeteiros, estúpidos e malvados. Para um moleque, um "gordinho" não tem nome. Ele é simplesmente um "gordinho". Não de forma carinhosa, mas para diminuí-lo na auto estima. Para que assim, o moleque possa se afirmar com superioridade sobre ele.

Para um moleque, o outro não tem sentimentos. E se este pedir respeito, ele é uma "mariquinha" que não aguenta se submeter às humilhações, que o moleque julga ter direito de submetê-lo. Para um moleque, enxergar o outro com empatia, é coisa de "viadinho". Porque um moleque ainda não evoluiu na sua condição de ser humano. Mas apesar de toda pose de machão, de auto suficiente e de todo poderoso, um moleque é apenas um moleque. Um bobo que só tem força, quando se junta a outros moleques iguais a ele. São esses outros moleques, que o dão ouvidos e que o faz acreditar que ele é um mito.

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Bolsonaro deveria virar um aplicativo, o qual a molecada chauvinista, ufanista e ignorante, pudesse instalar no celular e através dele governar o mundo, a sua maneira e semelhança. Uma espécie de Pokemon Go, no qual eles pudessem sair pelas ruas zoando pretos, gordos, gays, mulheres, esquerdistas e todo tipo de gente que se recusa a ser moleque, como eles, e ganhassem pontos com isso. Zoar um preto, e não ser indiciado por injúria racial, 150 pontos. Zoar um gordinho e ainda comer a sua merenda, 180 pontos. Zoar um gay e fazê-lo chorar, 200. Zoar uma mulher e ainda conseguir levar ela para cama, 350 pontos. O maior pontuador, ganharia o direito de ser o moleque candidato a presidência nas próximas eleições.

Observem como ele foge de todas as questões sérias e de relevância para o país. Como todo bom moleque, ele não sabe nada, não entende de nada, mas pode resolver tudo. Vive de fanfarronices e de apresentar soluções simplistas e equivocadas. Um moleque não tem conteúdo, apenas rótulo. Ele evita debates ou qualquer tipo de confronto, que posse expor a sua falta de capacidade e de conhecimento. Embora sendo adepto das palmadas, como método de correção, Bolsonaro parece não ter sido educado com as mesmas. Se tivesse sido, pensaria duas vezes antes de falar tanta bobagem e teria mais respeito pelas pessoas.

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Quem age como um moleque que está cursando o ensino médio e pratica bullyng, contra os coleguinhas de classe, não é digno de ser presidente da república. O Brasil não precisa disso. Já temos moleques demais por aqui.

Chega!

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