Mais um movimento do golpe

Alexandre "o tucano" tem tarefa clara: cuidar de proteger os amigos e afastar dos golpistas investigações, denúncias, processos e condenações; o fará ombreado com Gilmar Mendes e Dias Toffoli, sendo certo que os excessos continuarão sendo admitidos apenas contra os quadros do PT, notadamente contra Lula e sua família

Alexandre de Moraes
Alexandre de Moraes (Foto: Pedro Maciel)


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A indicação de Alexandre de Moraes pelo golpista Michel Temer para o Supremo Tribunal Federal tem causado enorme insatisfação no meio acadêmico, jurídico e politico (até mesmo uma das porta-vozes da horda golpista - a jornalista Miriam Leitão – manifestou veementemente sua discordância), contudo essa indicação representa apenas mais um movimento tático a consolidar o golpe.

Penso que a indicação de Alexandre de Moraes, jurista licenciado e politico atuante (até ontem filiado ao PSDB), guarda enorme coerência com os objetivos do Golpe de Estado, qual seja implantar a agenda liberal derrotada nas urnas em 2002, 2006,2010 e 2014 (aliás, a implantação da agenda liberal é também o objetivo real de Moro e dos "Golden Boys" da MPF, custe o que custar ao país e ao povo brasileiro).

Alexandre "o tucano" tem tarefa clara: cuidar de proteger os amigos e afastar dos golpistas investigações, denúncias, processos e condenações relacionadas a propinas, corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, etc.; o fará ombreado com Gilmar Mendes (outro ministro tucano) e Dias Toffoli (o petista mais tucano do mundo), sendo certo que os excessos continuarão sendo admitidos (e incentivados) apenas contra os quadros do PT, notadamente contra Lula e sua família.

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Bem, sabe-se que o STF é composto por onze Ministros, brasileiros natos, escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibados e nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Alexandre de Moraes tem notável saber jurídico, isso é indiscutível, mas não tem reputação ilibada.

Por quê?

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Porque ele (a) teria recebido cerca de 04 milhões de reais de empresa investigada na Operação Acrônimo, fato nunca esclarecido de forma adequada; (b) teria também mentido no episódio dos presídios, na qual ocorreram mais de cem mortes. O tucano deu declarações contraditórias ao negar, por exemplo, que a situação havia saído do controle, depois teve de retificar o que havia dito (afirmara que o governo de Roraima não havia solicitado intervenção nacional para o sistema penitenciário, mas documentos provaram que o pedido havia sido feito e fora negado por Moraes e (c) em setembro do ano passado, o ministro ainda teria antecipado a correligionários nova fase da Lava-Jato, esse fato ocorreu em viagem a Ribeirão Preto, em São Paulo, lá o tucano disse que semana seguinte ocorreria uma etapa da operação — o que se comprovou dias depois com a prisão do ex-ministro petista Antônio Palocci, por conta disso a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu uma sindicância para investigar se houve divulgação de informações privilegiadas, essa sindicância envolve o tucano.

Mas o mais grave é a sua proximidade com o governo Temer.

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O governo do fantoche golpista tem vários ministros citados na Lava-Jato, os quais temem os efeitos das delações da Odebrecht, por isso pergunto: cumpre o principio da moralidade Alexandre de Moraes tornar-se ministro e corresponsável pela decisão sobre esse tema?

Não é necessário grande exercício ou reflexão para perceber que há imoralidade na indicação e provável nomeação do tucano, pois uma das suas prerrogativas no STF será a análise de processos relacionados à operação Lava-Jato no plenário.

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E não estou sozinho. O ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça Gilson Dipp, que foi também Presidente do CNJ, manifestou enorme preocupação, pois são citados nas diversas delações diversos companheiros tucanos, como José Serra, Aécio Neves, Alckmin, etc., seus colegas ministros do PMDB e o presidente Michel Temer, a quem ele é subordinado.

O próprio Alexandre de Moraes, quando era jurista sério, escreveu em sua tese de doutorado - defendida na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) - que seria motivo de barrar a nomeação ao Supremo Tribunal Federal (STF) pessoas que exercessem cargos de confiança no mandato do presidente da República em exercício, ora é exatamente o caso do ex-jurista.

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Não tenho nenhuma expectativa de o Senado portar-se com decência e reprova-lo na sabatina, pois são todos cumplices do golpe e creem que serão poupados das investigações se seguirem dóceis aos interesses do golpe.

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