PT vai pra eleição com símbolos - e é por isso que a candidatura Lula prossegue e resiste
A leitura real sobre o partido permite concluir: assim como a direita jogou com símbolos, a esquerda devolve com símbolos mais fortes e mais importantes para uma sociedade carente como é a brasileira
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Em cerca de 13 anos de poder, o PT enfrentou oposição forte da grande mídia, de setores da elite e do poder econômico. Fez dois governos fortes na inclusão de pobres e no avanço social do país. Depois, veio as consequências das crises econômicas internas e externas, junto com escândalos de corrupção.
A direita jogou com símbolos contra o PT, o maior partido de esquerda democrática no mundo. Colocou-lhe a pecha de corrupto. Depois, tirou a presidente e sucessora de Lula num processo de impeachment claramente fraudado pelo parlamento. Por fim, enjaularam Lula numa sentença de 12 anos em segunda instância cujos recursos ainda não foram devidamente apreciados.
Prenderam o presidente da República mais popular da história, com mais de 80% de aprovação, enquanto mantemos em Brasília um presidente ilegítimo, com menos de 10% de aprovação e gravado negociando propina com o empresariado.
É nessa lógica simbólica que o combate do PT se insere e é por isso que a legenda hoje, dia 15 de agosto de 2018, inscreve Luiz Inácio Lula da Silva como seu candidato.
Preso, com o risco de ser impugnado na Lei Ficha Limpa, o partido reinsere a importância biográfica de Lula no debate.
E o próprio Lula, de sua cela, elege Fernando Haddad, quadro jovem, como candidato a vice-presidência, e Manuela D'Ávila, uma das aspirantes mais novas do cenário, como vice-do-vice.
A estratégia do PT, na leitura rasa, porca e pobre da direita, é de que trata-se de um capricho egocêntrico de Lula.
Mas a leitura real sobre o partido permite concluir: assim como a direita jogou com símbolos, a esquerda devolve com símbolos mais fortes e mais importantes para uma sociedade carente como é a brasileira.
A candidatura Lula não se trata somente de colocar o ex-presidente vitorioso num terceiro mandato, mas sim de proteger o seu legado social e desenvolvimentista através de seu nome ou de sucessores que de fato vão implantar suas políticas.
Num país em que um presidente desqualificado como Michel Temer acha ok destruir direitos trabalhistas, aposentadorias e vender riquezas energéticas a preço de banana, o poder simbólico do PT se expande.
E a pecha de "corrupto" se apequena. Afinal de contas: há ou não há escândalos em outros partidos?
A discussão se reduz ao moralismo de quem não pode ser moralista ou é maior do que isso?
É nisso que consiste o enfrentamento de símbolos que se manifestam agora e vão conosco até a urna em outubro.
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