As tarefas dos movimentos Bolsonaro sociais no governo

Nós, integrantes das lutas populares, sabemos o quanto é árdua a batalha contra um governo de viés fascista e autoritário. Sabemos também que seremos um dos primeiros alvos

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O prenúncio de que haveria acirramento político com a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência da República teve uma vida breve. Ele veio antes do que se esperava, foi construído à medida que seus aliados e apoiadores produziram fake news (notícias falsas) para construção da penumbra tóxica do ódio e da manipulação do processo eleitoral - fatores que resultaram numa eleição patrocinada pelo dinheiro ilegal de grandes empresas. Em troca, os financiadores receberam o compromisso de aceleração das privatizações, eliminação dos direitos dos trabalhadores e redução do orçamento para as áreas sociais.

O processo eleitoral no nosso país foi contaminado por ações que foram desde o golpe empresarial, jurídico, midiático e parlamentar, em 2016, passando pela condenação sem provas do ex-presidente Lula e, conseguintemente, culminando com sua prisão e impedimento de disputar a eleição.

Esses fatos asfaltaram a rota de ação para a quadrilha que compôs e sustentou o governo Temer, abrindo caminho para as forças da burguesia elegerem um governo de extrema direita.

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A violência, o ódio, a intolerância e a truculência propaladas pelo candidato Bolsonaro se impuseram no cotidiano no desenrolar do processo eleitoral. Exemplo disso são os assassinatos de Moa Katendê – líder capoeirista, e de Charlione – jovem cearense que participava de uma carreata. Ambos foram vítimas da intolerância quando praticavam o direito de livre manifestação política.

A participação efetiva e a força dos movimentos populares, sociais e sindicais foram fundamentais no processo eleitoral. Contribuímos de forma decisiva para a conquista dos 47 milhões de votos dados ao candidato do campo democrático e de esquerda, Fernando Haddad.

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Essa atuação fortaleceu e credenciaram os movimentos sociais como força política capaz de enfrentar os tempos sombrios que virão. Obviamente que esse enfrentamento só terá êxito se formos capazes de construirmos uma grande unidade envolvendo os movimentos sociais, culturais, intelectuais, forças partidárias de esquerda e os democratas liberais.

Não é por outra razão que os cães de guarda aliados de Bolsonaro no Congresso já se articulam para aprovar um aparato legal, que permita o governo eleito intimidar, perseguir e criminalizar quem demonstrar disposição de resistir a agenda regressiva no campo econômico, dos direitos e da democracia.

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Está na pauta do Senado a votação de uma proposta de autoria do senador Magno Malta, aliado de Bolsonaro, de incluir como crime de terrorismo atos praticados "por motivação política, ideológica ou social". Se essa propositura for aprovada será o AI -I - Ato Institucional número I da era Bolsonaro, um espécie de abre-alas para um período de regime autoritário.

Essa medida tem a finalidade de sufocar, enfraquecer ou até mesmo eliminar o seguimento com maior capacidade e disposição para fazer a resistência democrática à aplicação da agenda neoliberal e aos ataques às liberdades democráticas e aos direitos civis, os movimentos socais.

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As ameaças explícitas e veladas não irão nos intimidar, continuaremos nas ruas e nas redes, seguindo na luta em defesa da democracia, dos direitos, da liberdade de manifestação e expressão do pensamento político e ideológico.

Caminharemos firmes e unidos contra as trevas do preconceito, do racismo, da misoginia, da homofobia e da ameaça da violência institucionalizada ou por grupos paramilitares que venham a ser formados por bolsonaristas.

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Nós, integrantes das lutas populares, sabemos o quanto é árdua a batalha contra um governo de viés fascista e autoritário. Sabemos também que seremos um dos primeiros alvos. Por isso, faz-se necessário a criação de uma rede e outros mecanismos semelhantes que possa salvaguardar nossa atuação política.

A unidade é fundamental para a ação conjunta no enfrentamento de questões imediatas como a Reforma da Previdência, a criminalização dos movimentos sociais, e, a médio e longo prazo, dos temas relativos à privatização do patrimônio público, da democracia e dos direitos sociais.

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A nossa força está na determinação de lutarmos e não ficarmos refém da armadilha do medo. Temos que nos preparar para uma batalha longa, mas é preciso ter coragem para iniciar a resistência já.

Para tanto, é imperioso que fortaleçamos espaços de articulação dos movimentos, como os das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, bem como retomar e reforçar a organização popular na base, voltar a investir na formação política e na educação popular, além de apostarmos tudo na lutas de massas da classe trabalhadora.

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Só assim teremos condições de enfrentar um governo que terá como marca o conservadorismo moral, o fundamentalismo religioso, o neoliberalismo radical e o autoritarismo.

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